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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Master Review - Batman Returns (1992)









Saudações à todos! Eu sou o mais novo membro do QG Master, o Douglas Deiró... muito prazer! Estrearei hoje com um review de um game que curto muito, de um personagem no qual sou fã, Batman Returns. Desejo à todos, uma boa leitura e até a próxima!

Batman Returns de Master System pode ser melhor do que se imagina

Batman é um dos maiores heróis já criados nas HQs e suas aventuras datam de 1939, quando foi criado por Bob Kane como um contraponto ao já popular Superman. Desde então, vemos o Cavaleiro das Trevas agindo nas mais variadas mídias, sejam as impressas, no cinema, TV e, claro, nos videogames.


A tela título de Batman Returns já é um convite à ação pelas ruas de Gothan City.
Em 1992, chegava aos cinemas de todo o mundo o segundo filme da “cinesérie” do homem-Morcego, Batman Returns, dirigido por Tim Burton. Evidente que o mundo dos games pegaria carona no sucesso das telonas e, as principais plataformas do mercado receberam suas versões. Fato raro de acontecer, Konami e Sega “dividiram” os direitos de realizarem jogos baseados na película. A primeira produziu um Beat’N Up para o Super NES e Nintendo, no melhor estilo Final Fight e Streets of Rage. Já a “Mãe do Sonic” optou por algo mais tradicional, um action/plataforma para Mega Drive, Sega CD, Master System e Game Gear.
Qual das versões de Batman Returns saiu-se melhor, dependerá do gosto pessoal de cada gamer responder. Agora, basearei este texto na versão de Master System.
Primeiras Impressões – Em uma primeira vista, esta versão de 8 bits poderá causar certa repulsa, principalmente se você tiver experimentado as de 16 bits antes. De fato, olhar o Batman com este tamanho tão diminuto em um cenário tão amplo, é uma visão pouco animadora. Somado ao fato dos inimigos aparecerem, praticamente, um de cada vez por tela, não vai ajudar num contato inicial. Mesmo assim, tenha calma e jogue um pouco mais... poderá se surpreender.
Analisando friamente, a parte técnica de Batman Returns não chama mesmo muita atenção pois, quem está acostumado com os jogos de Master System, sabe que já fizeram coisa melhor com os mesmos 2 megas de memória que este utilizou. Mas, “são ruins?”, alguém poderá se perguntar, e respondo que não... tudo ali, tanto gráficos e sons, cumprem bem seus papéis mas nada ali devererá arrancar elogios rasgados e apaixonados.
O Jogo - Quando disse para darem uma chance ao game, me refiro ao gameplay e, é aí, onde e jogo brilha como poucos deste sistema. É notório que os desenvolvedores se ocuparam para valer neste fator. Logo de cara, você se deparará com duas opções de rota a seguir, a 1 (mais fácil) e a 2 (bem mais difícil). Só com isto, se duplica o interesse de uma nova jogatina após a conclusão da última fase.


A quinta fase exigirá todo seu domínio nos controles para passar por situações como esta. Nesta sequência de saltos na cachoeira, um erro pode ser fatal.
Outro ponto que vale elogios são os movimentos que o herói é capaz de fazer. Não se engane, mesmo que “xingue” o fato do Batman só atacar com o bumerangue – comparado ao arsenal normalmente encontrado em outros jogos da personagem - as coisas acabaram ficando muito boas justamente por isto. Só posso crer que foi feito assim mesmo, de forma proposital, até porque, não adiantaria chapar o herói de movimentos se o mesmo não se mover como deveria tendo seu controle comprometido. Além do Bat-Rang, o Morcego conta também com um Arpéu, que o ajuda à alcançar lugares altos, escalando e se dependurando para acessar plataformas mais difíceis (acredite, terá momentos que passará apuro até dominar completamente os comandos).
Tudo em Batman Returns foi feito criteriosamente e nada ali está posicionado por acaso. Há momentos - como o da última fase onde a habilidade de escalar é essencialmente exigida - você será obrigado à pular, atirar o arpão (fixando no ponto exato), fazer o movimento de pêndulo e, ainda no ar, atirar o bumerangue para atacar algum inimigo. Tudo isto ainda, todo esse malabarismo, tomando cuidado para não tomar um tiro no meio do processo já que terá um atirador especialmente preparado (e posicionado) para, literalmente, “te pegar no pulo”. Ainda há casos onde haverá saltos igualmente difíceis onde, se errar o ponto de fixação do arpão, é morte certa ou, se errar o salto, cairá em cima de um inimigo lá embaixo (“Programadores Sacanas, não? Rss!”).
Este Batman não é um jogo como os costumeiros, onde uma horda enorme de inimigos corre para cima da personagem. Aqui, foi trabalhado mais o lado da habilidade do quê o rítmo frenético de ação... até o scroll de tela deve ser aprendido e dominado pois, em determinados pontos, não é possível saber o quê estará por vir, cabendo aí a exploração do cenário (para se encontrar itens escondidos, por exemplo). A dificuldade, durante suas 5 fases, é progressiva como manda o “Manual do Bom Jogo”. As de número 1 e 2 servirão mais para pegar a manha de como agir aprendendo os movimentos e, raramente, se precisará fazer manobras mais complexas. Agora, nas duas últimas, se prepare porque o “bicho vai pegar” e o desafio crescerá acentuadamente. Se é do tipo que se sente motivado com isto (assim como eu), será um prato cheio.
As Fases – Estas seguem o enredo do filme e estão dividas em 5 estágios. Você terá de optar por duas rotas diferentes (1 e 2) sempre que for começar um novo estágio. Apesar do número 5 aparentar que o jogo seja curto, elas estão subdivididas em várias sessões sendo, algumas, até longas. Isto, somado ao fato da dificuldade aumentar bem próximo ao fim, acabará resultando em várias tentativas até conseguir transpor os obstáculos ou, fatalmente, em muitas vidas perdidas (principalmente, jogando-as pela primeira vez). Fato é que, você gastará um bom tempo em Batman Returns (lógico, comparado aos jogos de sua época).

 

Em Batman Returns você tem a chance de optar por rotas no início de casa fase. As de número 1 são bem mais fáceis.
Controles e Itens – Como dito, o arsenal de Batman não passa de um bumerangue e um arpéu. O primeiro, é acionado com o botão de ataque (botão 1) e o arpéu é executado durante o pulo (com o botão 2) junto com o direcional para cima ou diagonais superiores. Esta arma pode ser usada em pontos mais altos, ajudando-o a subir em plataformas além de poder fazer o movimento de pêndulo quando fixado (para direita e para esquerda) visando pegar impulso. Este ainda pode ser usado como arma, bastando que o cabo acerte os oponentes nas direções que você determinar.
O Batman também é capaz  de planar com ajuda da sua capa. Para isto, basta saltar de um lugar alto apertando e mantendo pressionado o Botão 2.
O alcance do Bat-Rang pode ser aumentado com os símbolos de morcego na cor azul. Detalhe: Batman só atira um único bumerangue que, assim como na vida real (ou quase), irá até o alvo e voltará para o arremessador... portanto, cuidado! Os outros ícones que podem ser coletados ao longo da aventura são o Morcego Vermelho, que dá uma vida extra e o de cor amarela, continues.
Minhas Considerações Finais – Batman Returns de Master System acabou sendo uma agradável surpresa. Na época que ele saiu, pouco pude jogá-lo mas, recentemente colecionando games de Mega Drive e Master System, este apareceu para mim outra vez (num cartucho importado, com manual, caixa, tudo em ótimo estado, nem aparentando ter sido usado).
Na década de 90, tive exatamente esta impressão relatada no início deste texto, de quê era um jogo “nas coxas” justamente porque a Sega já possuía até o Sega CD como plataformas mais robustas e atuais no mercado. Dei uma chance à esta versão de 8 bits e me vi preso à ela. Em emuladores, isto não mudou e também não consegui vencer por causa da pouca dedicação que pude dar... entretanto, ficou aquele gostinho de “Caramba! Se eu pegá-lo mais a sério, eu fecho (termo que eu usava naqueles tempos)”.
E foi exatamente o quê ocorreu estes dias. No último dia 26/03/2012 (uma segunda-feira) me deu vontade de jogá-lo sem qualquer pretensão maior. Ainda assim, fui bem longe. No dia seguinte, já cheguei no último chefe (o Pinguin) e, na quinta, enfim, consegui: Depois de 20 anos, terminei Batman Returns do Master System. Acredito que, se eu tivesse fechado na época, a emoção seria maior já que, hoje, me senti como se tivesse demorado tempo demais em um game que acabei curtindo tanto... foi como uma dívida sendo paga. 
Esta versão de 8 bits me agradou muito, diferente da versão Mega Drive que, após uma semana inteira locando o cartucho, acabou me dando uma péssima surpresa ao ver os créditos finais. Em minha humilde opinião, é um game que vale muito a pena conhecer. Graças a sua desafiadora e viciante experiência, pode ser que se veja “com os olhos grudados na tela”, ajudando o Defensor de Gothan a se livrar do Pinguim e seus capangas. Uma coisa, eu posso dizer sem medo de errar, diversão como estas, só os games clássicos poderiam oferecer.


O trabalho até chegar no Pinguim, o último chefe, vai ser duro. Mas, um herói de verdade, não pensa nessas coisas... ele vai lá e salva o dia!


15 comentários:

  1. Bacana, seja bem vindo Douglas. Eu nao sei pq mas acho os gráficos estilosos... Infelizmente nunca zerei, mas acho q vou me dedicar um pouco mais, o jogo eh bem legal. Gostei do review, mais uma boa aquisição do QG do nosso querido Master!

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  2. Mas que ótimo review Douglas, já chegou arrebentando aqui no blog!! Eu confesso que joguei muito pouco essa versão, mas depois de ler a sua análise acabei percebendo que estava rejeitando um bom jogo, acho que vou dar uma jogadinha nele depois.

    Abraços e seja bem vindo!!

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  3. Esse é um belíssimo jogo que eu particularmente sempre adorei, mas nunca consegui "fechar", como vc mesmo disse, rs
    Na época eu aluguei bastante mas nunca fui muito longe, achava difícil e acabei não prosseguindo. Agora que li se review eu não quero zerar ele, eu preciso!!!! hehehe
    Valeu Douglas, seu post está impecável!!! Parabéns e seja bem vindo.
    Abração.

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  4. Guilherme... Matheus ... Leo... Muito obrigado pela boa acolhida. Logo terá mais coisas minhas aqui para a apreciação (Ou não. Hehehehe!) de todos.
    Batman Returns, realmente, tem uma curva de difuldade bem acentuada. Entretanto, como todo game assim, sabido como proceder nas partes mais intricadas das fases, depois, as coisas maneiram bastante. Ainda bem que os desenvolvedores pensaram nisto e encluíram duas rotas aumentando a vida útil do game.
    Digo aos aventureiros que, o esforço valerá mais a pena do que a versão de Mega Drive. Nem digo o porquê para não "espoilear". Hehehe!
    Até mais!

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  5. Seja bem vindo Douglas!
    Você matou a pau com o post.
    Eu sempre quis me interessar mais por este jogo. Gostava da versão NES, pois nele o Batman dava socos e tinha 3 armas. Mas depois que li seu post estou querendo jogar pra valer.Nem sei porque ainda não comprei.
    Abraços.

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  6. Jogão, as ultimas fases exigem realmente nervos de aço!

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  7. Foi mal pelo atraso, mas Douglas que Master Review fantástico hein? Adorei o que você fez no inicio e no fim do post, como se o texto fosse a fala do seu avatar, ficou show de bola!
    E esse jogo é muito bom mesmo, aluguei na época e me acabei com ele, pena que não consegui completar a ultima fase, mas vou ver se agora eu consigo. :)
    Abração e seja bem vindo!

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  8. Valeu Adinan!
    Com elegios assim, minha responsa só aumenta, mas aceito a missão com muita honra. Heheheh!
    Quanto ao Batman...
    Eu, pelo menos, senti meu esforço sendo recompensado ao concluí-lo. Sem falar que ele é "na medida" já que ele te desafia de um jeito como poucos.
    Até mais!

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  9. Que coisa... Eu sou tradutor de reviews de games há 10 anos e estava procurando justamente hoje sobre um game do Batman para Master System, cujo nome sequer lembrava, que havia experimentado na vizinha, na minha infância. Quase não encontrei material em Inglês, mas seu review de anteontem (!!!) apareceu no Google!

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  10. Ae Douglas, primeiro boa sorte com os posts no QG Master!
    E parabéns, já começou com um belo review. Até fiquei com vontade de conhecer o jogo, confesso que nunca cheguei a jogá-lo. Em determinada época da vida eu tinha algum receio de jogos de super-heróis, a maioria costumava ser ruim. Mas parece não ser o caso de Batman Returns, pela sua descrição parece pelo menos "jogável".
    Mais bacana que vc conseguiu o cartucho em estado impecável (de colecionador) e ainda por cima pegou ele pra jogar até o fim. Independemente das dificuldades, insistiu e cumpriu com o objetivo. É algo que não vemos muito hoje em dia quando se trata de jogos antigos, né?
    Mais uma vez, post bem bacana!

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  11. cara muito louco esse game joguei muito o do mea eo de snes mais nao cheguei a conhecer a versao do master uma lastima mais vou me redimir e corrigir esse ero.Muito bom oseu review cara continue assim nos mostrando classicos que nem todos conhecem tecnicamente.

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  12. Opa! Passei aqui de novo, aproveitei para largar um pouco os jogos que estou tratando agora (O Ultima IV e o Zillion)para dar uma olhada neste game de novo.
    Já tinha esquecido, pois minha cabeça sempre lembrava da versão NES. Mas realmente toda sua narrativa ajudou muito a eu pegar este game de início. Eu queria era lembrar como se plana com a capa, sai sem querer às vezes! rss
    Mas novamente, parabéns pelo post.

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    1. Mais de um ano depois que escrevi isto e, só com sua ajuda, notei que havia esquecido de algo: "Como o Batman plana?".
      Já fiz o devido acréscimo no texto: "O Batman também capaz de planar com ajuda da sua capa. Para isto, basta saltar de um lugar alto apertando e mantendo pressionado o Botão 2.".
      Até mais e obrigado pelo toque.
      Abraço.

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  13. Olá, Douglas. Muito legal seu post!
    Eu adoro esse jogo. Batman é um dos meus heróis favoritos, sempre ganhava bonecos dele quando criança. As versões que mais me marcaram foram justamente as do Master System, Game Gear e Mega Drive. A versão do Master System tem Gráficos bonitos, jogabilidade atraente, música emocionante (especialmente da 1ª e 4ª fase), dificuldade extrema, mas que me diverte muito. Enfim, tenho infinitos motivos para elogiar essa versão do Master System e confesso que foi um dos jogos do Batman que mais gostei!

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