Páginas

terça-feira, 26 de abril de 2016

Master Review - World Grand Prix (1986)







Saudações!
Estou de volta, desta vez, para falar de um game um tanto “obscuro” do Master System, o World Grand Prix. Apertem os cintos, liguem os motores e vamos lá!!!

Você já jogou World Grand Prix (WGP)?
Esta pergunta pode soar tôla, uma vez que, foi lançado no Brasil junto com o Master System em 1989 e, até hoje, figura entre os títulos encontrados na atual versão Evolution, produzida pela Tectoy. Desta maneira, pode sim, ter divertido muita gente durante este tempo todo. Então, porquê disse, lá na apresentação, que é meio “obscuro”? Vejamos...
As capas com "artes minialistas" do Master System.
Pilotar este carrinho, é como entrar no cockpit de um Fórmula 1 de 30 anos atrás, por ter sido lançado em 1986. Desta forma, traz todas as características dos jogos produzidos naquele período, época que os videogames ainda estavam engatinhando, formando suas identidades visuais, mecânicas e de feedback junto ao público. Assim, quando aportou em terras brazucas, já estava datado.
Isto se reflete, também, no espaço na mídia dedicado à ele. Você, que está lendo isto, que foi uma criança feliz nos anos 80 e 90, lembra de ter se deparado com algum review sobre WGP, em qualquer revista especializada que fosse? Se a resposta foi “Não”, junte-se a mim nesta causa. Falou-se muito pouca coisa à respeito dele, só o descreveram brevemente e pronto. Ainda bem que, graças à internet, há vídeos de gameplay no Youtube, que o ajudam à permanecer vivo na história dos games.
Escrever à respeito, foi como uma “reparação”, porque eu mesmo, não tenho uma única lembrança vívida de tê-lo jogado... apenas, tenho "flashes" de memória dele. Sei que tive a oportunidade, por um dado momento e nunca mais... isto, até alguns dias atrás, quando me veio uma vontade súbita de revisitá-lo: “Porquê será, que não me lembro direito? Era ruim?”. 

O Jogo
Um pouco antes, comentei que WGP, é como pilotar um antigo Fórmula 1. Se decidir encará-lo, saiba que é um típico game de corrida da primeira metade os anos 80, um “Arcadão de Raiz”. Não verão intermináveis telas com menus de configuração e acertos de carro, nem nomes de pilotos famosos, suas equipes ou paradas para Pit Stops. Terão a pura experiência de acelerar um bom e velho game de corrida "das antigas", nem mais, nem menos. Ainda assim, não o menospreze... este danadinho, pode te dar alguma dor de cabeça.
Você disputará 12 corridas, em traçados que lembram o de circuitos da principal categoria do automobilismo mundial, como Paul Ricard (França) ou Jacarepaguá (Rio de Janeiro, Brasil)... tudo isto, em uma única volta veloz. Se não obtiver o tempo estipulado para cada um deles, é Game Over, meu Chapa... "sem choro, nem vela"! 
A simplicidade da visão de um 8 bits, não condiz muito com a realidade. O game é mais difícil do que parece.
Dependendo de sua colocação, ganhará pontos que podem ser usados em upgrades da sua máquina, que compreendem em Accelerator (Acelerador/100 Pontos), Handling (Direção/150 Pontos) e Engin (Motor/200 Pontos). É recomendado que seja “bom de braço” porquê, o melhor tempo, lhe valerá 200 pontos; o segundo, 100; o terceiro, 80; o quarto, 40; o quinto, 20 e o sexto, 10. Lembrando, não há disputa por posições como nos games mais tradicionais, mas sim, uma luta contra o relógio.
Os pontos obtidos por seu desempenho, podem ser convertidos, na melhora do desempenho de seu bólido.

Parte técnica
Mesmo se tratando de um game antigo, ele não faz feio perto de outros do mesmo sistema. Aliás, o coloco entre os melhores do Master System. Os gráficos são bonitos e bem acabados. Podemos ver detalhes artísticos interessantes, como um céu alaranjado de pôr-do-sol ou luzes de uma cidade à noite, por exemplo.
Também foi dado um trato especial no carro que pilotamos. É possível identificar que, possui o desing característico daquele momento da F-1, com rodas, aerofólio e escapes enormes. Outra coisa que achei bacana, foi o capricho em reproduzirem a “chacoalhada” que o carro dá quando se passa a marcha no tempo errado, simulando a mudança fora do giro certo do motor. Pode parecer bobeira mas, terem pensado em algo assim naquela época, é sensacional. 
Já para pilotar o veículo, é simples. Com o direcional para cima, reduz-se a marcha e, para baixo, aumenta. O Botão 1, fica responsável pelo Freio e o Botão 2, com o Acelerador. Mais fácil que isto, só jogando Enduro, no Atari. 
O visual ficou muito bacana, levando em conta a época que WGP foi feito. Demonstra capricho na produção.
Outro detalhe que me surpreendeu (naqueles tempos, dada à pouca bagagem, nem identificaria), é o "Framerate". Nos 8 Bits, era comum que, os veículos adversários, ficassem “piscando” quando se aproximavam. Aqui, eles surgem no horizonte, seus sprites vão aparecendo um à um, de forma suave e sem “contornos quadrados” em volta da imagem (como visto em Space Harrier).
Os sons cumprem seu papel, com as freadas, barulho do motor, batidas, ultrapassagens... estão todos lá. A única música que toca, é a do fim da corrida, caso consiga se classificar. Ela bem é bonitinha, simpática mas, se tivesse mais duas ou três destas, seria ainda mais legal.

Velho Sim... Obsoleto Não
É aqui, que a coisa fica boa de verdade. Se achar que, por se tratar de um jogo velho, que será “melzinho na chupeta”, esteja preparado para passar alguma raiva aqui. Mas, não se desespere! Seu Fórmula, responde bem aos comandos e, com os acertos futuros, consegue-se uma melhora significativa de desempenho.
Como dito antes, você terá uma única volta para conseguir o tempo estipulado em cada um dos 12 circuitos. Se isto já não fosse o bastante, os programadores fizeram algo interessante que diferencia, World Grand Prix, de alguns dos seus pares: Oponentes Sacanas! Eles possuem comportamentos aleatórios e, quando estiver se aproximando, uns irão se mexer, outros não, além de aparecerem em tempos variados... não adianta decorar.
Ainda há o fato da pista ser estreita, com duas faixas, tendo espaço somente, para um monoposto de cada lado. Mantidas as devidas proporções, me senti no antigo circuito alemão de Nurburgring Nordschleife, que tem o “doce” apelido de Inferno Verde (Não conhece? Dá uma “Googada”... aquilo lá, tem história). Aviso: se tem mania de "enterrar o dedo" no botão no acelerador, saiba que acabará se explodindo (numa animação que, parece ter sido inspirada em outro clássico, o Pole Position, da Namco. Aliás, o jogo todo, se parece bastante).
Ah sim! Você pode mostrar que é “cabra-macho” de verdade, escolhendo entre três níveis de dificuldade no início da partida. E não acabou por aí, porque, WGP, ainda te dá a chance de editar seu próprio circuito... é mole, ou quer mais?!
"Corra com os carros mais quentes no mundo, nos mais quentes circuitos no mundo. E, se não for excitante o bastante para você, construa seu próprio circuito". E, os supostos reviews da época, não foram muito além do que está escrito aí na contra-capa do cartucho.

Considerações Finais
Me senti no dever de escrever algo sobre este game que, a meu ver, não teve o devido reconhecimento... uma tremenda pena. Em mim mesmo, bateu uma pontinha de remorso, por não ter curtido mais o World Grand Prix, dentro do seu próprio contexto de época.  
Ele é desafiador, viciante e um típico representante da gênese dos jogos de corrida. Se der uma chance, como eu fiz, talvez consiga se divertir também neste “Possante dos anos 80”.
Até mais!

6 comentários:

  1. Adorando o blog. Com várias dicas... O master marcou a minha infância. Nem sabia q ainda se falava nele haha :)

    ResponderExcluir
  2. Adorando o blog. Com várias dicas... O master marcou a minha infância. Nem sabia q ainda se falava nele haha :)

    ResponderExcluir
  3. Está ai um jogo de corrida bem interessante no Master System hein.

    ResponderExcluir
  4. Matéria demais, amigo!
    De fato, eu ouvia falar, mas pouco vi sobre o Grand Prix.
    Parece um jogo consistente e bem feito pela sua matéria. Corrida, poucos eu investi a fundo: Airton Senna, F-1, Road Rash, são aqueles que joguei pra valer na época, mas parece que a troca de peças é o grande trunfo do game.
    E claro, o "tranco" é um detalhe que não devia passar mesmo despercebido!
    Novamente, parabéns, muito boa matéria.

    ResponderExcluir
  5. Muito boa lembrança! Este jogo possui um bom desafio! Joguei na época emprestado de um colega e não não consegui zerar! Perdeu é GAME OVER!

    Estou jogando há algumas semanas e avancei somente até o 8º circuito, pretendo zerar ele.

    ResponderExcluir
  6. Na época nunca cheguei a jogar este game, pois a decisão de alugar era baseada nas capas devido à falta de informação. Na verdade, a maior parte da série de capas com design simples como este não chamava a atenção para justificar um aluguel, tendo em vista que o jogo que fosse escolhido deveria garantir a diversão de todo o final de semana. Como já tinha o excelente Ayrton Senna quando ganhei o console, sempre que queria um jogo de corrida era o primeiro a ser escolhido.

    ResponderExcluir