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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Launch Lineup - Os jogos lançados nas estreias dos consoles

Saudações amigos!

Estamos no momento vivendo a transição de gerações de consoles, indo para a nona geração com PS5 e XSeries X/S. E toda geração que sai vemos os primeiros jogos e ficamos babando com o que eles podem fazer em relação aos consoles da geração anterior, e sem sequer termos uma noção do que será atingido depois no final da geração, quando os desenvolvedores estiverem mais acostumados com o novo hardware e começarem a tirar leite de pedra dessas plataformas.

Eu pessoalmente gosto bastante de conhecer os jogos que saíram com o console, eles acabam ditando uma tendência, demonstrando o uso de recursos novos para atrair jogadores. É visível posteriormente como eles ficam defasados em relação aos jogos lançados do meio pro final da geração, mas apresentam aquele charme de novidade nas transições de uma plataforma para a outra. Apresentam os argumentos para uma criança convencer o pai de que precisa daquele novo console.

E é sobre esses jogos que quero conversar neste post.


Jogos de Lançamento

Jogos de lançamento são justamente os jogos que saem junto com o console, aqueles que estarão na prateleira como opção para a compra, afinal não tem como simplesmente levar um console novo pra casa sem levar pelo menos um jogo com o mesmo, isso quando o console não vem acompanhado de algum jogo no pacote, os chamados bundles.

Esses jogos costumam na maioria das vezes serem tech demos, apresentando jogabilidade simples ou até mesmo inferior a muitos jogos de final da geração anterior, mas são um primor em aspectos gráficos e sonoros, exibindo efeitos que dariam muito trabalho ou impossíveis de se conseguir na geração anterior.

Podemos pegar por exemplo o Phantasy Star 1 de Master e Sword of Vermillion do Mega e comparar a visão em primeira pessoa das dungeons. Veja que a animação nas dungeons no Master é muito mais fluída, no entanto os chefões de Vermillion estampavam as propagandas da época com seus sprites gigantescos. O que falar dos jogos de SNES que abusavam do Mode-7, mas para muitos Super Mario Bros 3 ainda é um jogo superior em comparação com Super Mario World. Além disso, muitos desse jogos acabam fadados a envelhecerem mal, pois os desenvolvedores ainda não estão bem acostumados com aquela plataforma. O próprio exemplo do Vermillion retrata isso, pois hoje em dia não faz sentido querer jogar este game quando se pode aproveitar Beyond Oasis, Phantasy Star IV, Crusaders of Centy ou Shinning Force II na busca por RPGs do Mega Drive.

Claro que muitos desses jogos continuam relevantes apesar das novidades que vão sendo lançadas na geração, mas uma boa parte acaba sendo apenas curiosidade ou feita apenas para atrair jogadores para a próxima geração. São poucos que ainda são lembrados ou listados nas listas de melhores jogos daquela plataforma.

A partir daqui vou listar os jogos que foram lançados no Japão para SG-1000, Master System, Mega Drive e Game Gear. Caso tenham interesse que eu comente os jogos lançados no ocidente e também Sega Saturn e Dreamcast, nos avisem nos comentários.


SG-1000

O concorrente do Famicom surge em 1983, exatamente no mesmo dia de lançamento do rival, com estes 3 ports da plca de arcade Sega VIC Dual:

  • Borderline
  • N-Sub
  • Safari Hunting




Se tem uma filosofia que a SEGA seguiu fortemente até o seu último console foi de vender seus videogames como a experiência Arcade em casa. E no SG-1000 não foi diferente. Borderline e N-Sub são dois jogos de shmup, sendo o segundo mais no estilo Space Invaders, onde você controla um submarino e tem que atirar nos navios no topo da tela, e Borderline controlamos um jipe atirando em inimigos. Safari Hunting tem o jogador num labirinto caçando animais com tranquilizador.

São jogos bem interessantes e ports bem competentes, embora não tenham o mesmo peso de Donkey Kong e Popeye que foram lançados no Famicom. Mas para 1983 onde arcades reinavam supremo e ainda era uma novidade o gênero plataforma, não foi uma escolha ruim, ainda mais que no mesmo ano saíram jogos de esporte para aumentar a variedade de opções. Por um tempo o SG-1000 conseguiu fazer frente ao concorrente.


Mark III - Master System

Com o tempo a Nintendo provou que seu Famicom tinha hardware superior, surgindo jogos que aproveitavam o scroll lateral mais fluido e atraindo desenvolvedores para a plataforma. Assim o SG-1000 foi ficando de lado e a SEGA precisou reagir com seu novo Mark III, o Master System japonês, em 1985:

  • Hang On
  • Teddy Boy Blues



Seguindo a filosofia Arcade em casa, mais dois ports de arcade agraciando o novo console. Hang On foi um sucesso absoluto nos arcades, por conta do gabinete customizado e os gráficos com sprites escalonando na tela, dando a impressão de estar em um ambiente 3D. Já Teddy Boy era um jogo de tiro e plataforma bem simples mas divertido. O único porém foram os cortes em ambos: Hang On perdeu as mudanças de altitude no terreno e Teddy Boy perdeu as fases bônus onde se controlava uma cantora pop japonesa procurando itens. Mas ambos demonstravam o diferencial do console com jogos bem coloridos e ótimo desempenho no scroll de tela. Hang On em particular roda muito bem, sem slow down e com ótima jogabilidade (sou suspeito pra falar pois adoro esse port).

No mesmo ano, dois meses depois, foram lançados dois shmups: Satellite 7 e Transbot. Além desses saiu Pit-Pot, um jogo bem interessante de labirinto com visão top-down no estilo de Zelda, e Great Tennis, conhecido como Super Tennis no ocidente.

No entanto, essa leva de jogos não conseguiria fazer frente ao que estava aparecendo na concorrência, mas com o passar do tempo a SEGA foi lançando respostas aos jogos de plataforma, RPG e outros gêneros que estavam fazendo sucesso no Famicom.


Mega Drive

Mesmo o Master System com hardware superior não foi páreo para a febre do Famicom, que agora tinha as desenvolvedoras em suas mãos com um contrato de exclusividade polêmico da Nintendo. Assim a SEGA continuou investindo em criar uma plataforma forte o bastante para atrair público e desenvolvedores. Surge assim o Mega Drive em 1988, uma versão console da placa System-16:

  • Space Harrier II
  • Super Thunder Blade



Temos aqui um port de arcade e a sequência de um arcade de sucesso. Ambos impressionavam bastante, em especial Space Harrier II que era um jogo novo apresentando sprites gigantes na tela com escalonamento não tão impressionante para os arcades, mas para consoles impressionava. No mês seguinte saiu Juuohki (Altered Beast), e Osomatsu-kun: Hachamecha Gekijō, um jogo de plataforma baseado no mangá de mesmo nome.

São jogos que realmente comprovam o SEGA does what Nintendon't em aspectos gráficos e sonoros, mas infelizmente nenhum desses jogos são fortes o bastante para ofuscar o novo lançamento da Nintendo, Super Mario Bros 3. Com isso o Mega Drive não chamou a atenção dos japoneses e ainda não convenceu a Nintendo de que era preciso lançar um sucessor para o Famicom até então. Ao contrário da SEGA Americana, a SEGA no Japão não conseguiu convencer o público e foi perdendo espaço inclusive para o PC Engine, da gigante japonesa dos computadores NEC, empresa temida até mesmo pela Nintendo.



Game Gear

Por fim a SEGA quis mirar também o mercado de portáteis, desafiando o Gameboy com seu portátil de tela colorida, o Game Gear. Seu lançamento foi em 1990:

  • Columns
  • Pengo
  • Super Monaco GP




A SEGA fez a lição de casa e sabia que jogos de puzzle como Tetris eram essenciais para um videogame portátil. Como o próprio Tetris agora era exclusividade da Nintendo, trataram de comprar os direitos do jogo Columns, jogo de computador criado por Jay Geertsen, e criaram essa ótima versão portátil, além de versões para consoles e arcade. Pengo é um port competente de um jogo de arcade com uma pegada de puzzle, e Super Monaco GP para manter a filosofia do arcade em casa, mas agora portátil. 

No mesmo ano saíram Dragon Crystal, G-LOC Air Battle, Wonderboy, Shangai II, Soukoban, Taisen Mahjong HaoPai e Zan Gear, tendo assim uma variedade boa de jogos que vão de plataforma à estratégia, simulação e jogos de tabuleiro. Nenhum desses jogos era Tetris que estava vendendo Gameboy mais rápido que pãozinho quente nas manhãs de domingo, e ainda temos o problemático consumo de pilhas, mas aqui temos uma biblioteca bem agradável e adequada para um portátil.


Percebam o quão importante é definir uma boa linha de jogos de lançamento. É importante que os jogos que acompanham o console, seja no bundle ou nas prateleiras, chamem a atenção e convençam os clientes a investir na nova plataforma. Por vezes percebe-se que ao menos no Japão a SEGA parece não ter entendido muito bem o seu público, que não queria apenas ports competentes de arcade mas sim  jogos narrativos, complexos e duradouros, que vão garantir horas e horas de jogatina. Felizmente a SEGA Americana entendeu bem seu público no Genesis, e no Brasil a Tec Toy soube lançar o Master System e o Mega Drive com maestria, criando uma lineup rica e variada para atender a todos os gostos.

E aí leitor, gosta dos jogos mencionados neste post? Algum jogo de lançamento te agrada até hoje? Eu mesmo sou muito fã do Hang On de Master System e do Columns do Game Gear. Deixe seu comentário aqui para conversarmos.

Abraços e até o próximo post!

9 comentários:

  1. Muito boa matéria, Adinan!
    Os jogos de estreia realmente ditam o que esperar do console e sempre fiquei intrigado com o que saía na estreia em comparação ao auge do sistema.
    Muito bom, mesmo!
    Parabéns!!

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    1. Valeu Rodrigão! Pois é, o que mais gosto depois que o ciclo de um console se fecha é comparar o que saiu no início dele e o que conseguiram lançar no auge e encerramento. É bem interessante ver a evolução dos jogos e até mesmo alguns que continuaram relevantes.
      Abraços

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  2. Muito boa matéria, Adinan!
    Os jogos de estreia realmente ditam o que esperar do console e sempre fiquei intrigado com o que saía na estreia em comparação ao auge do sistema.
    Muito bom, mesmo!
    Parabéns!!

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  3. O mais fascinante é como os consoles ficaram robustos com o passar do tempo desde seu lançamento até o final de sua vida útil. Quantos jogos incríveis surgiram, quem olha apenas a lista inicial, na época, na poderia imaginar o quanto eles ficariam melhores graficamente e quantos clássicos iriam surgir!

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    1. Exatamente Giovani, é muito legal ver o que os desenvolvedores criaram no começo e como foram evoluindo até chegarem ao ponto de fazer milagres com as limitações do console no seu ciclo final de vida. Inclusive muitos desses jogos de final de vida útil são muito melhores do que os jogos de início da geração seguinte.
      Abraços

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  4. Jogos bem interessantes viu em cada plataformas na época de lançamento bons tempos esses.

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    1. Verdade Rock, tem jogos bem interessantes nessa lista. Alguns gosto até hoje!
      Abraços

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  5. Fala Adinan, sensacional o artigo!
    Nunca tinha parado para ver quais foram os jogos de lançamentos destes consoles, com exceção ao Mega Drive que eu de fato sabia.
    O SG-1000 começou mal, hein? Não a toa foi engolido pelo Famicom! rs
    Do Master eu imaginava de Hang On, mas não teria apostado em Teddy Boy. Até pq eu sempre esqueço que este jogo existe (não gosto dele... kkk). Ainda assim, não sabia dos cortes. E também sou suspeito pra falar de Hang On, adoro ele!
    Bom, mesmo que soubesse do Mega, permita-me comentar sobre os jogos. Engraçado que são dois jogos bem parecidos, o que faz todo sentido. Devem ter aproveitado muita coisa de um no outro. Pior que eu nunca joguei SH2 a sério e eu tenho uma bronca enorme de Thunder Blade (pode me julgar). Se bem que um mês depois a gente já podia gritar WISE FWOM YOUW GWAVE jogando Altered Beast... haha.
    Já o GG chegou com força total, hein? Monaco GP é muito bom, Columns é a cara do portátil (tanto quanto Tetris era sinônimo de GB na época e vc deixou isso bem claro no texto) e... é, tem o Pengo também (eu sempre tenho que reclamar de um jogo, né? rs). Pena que, como vc bem lembrou, o portátil era um voraz devorador de pilhas, pq tinha um baita potencial.
    Concordo plenamente contigo sobre a importância da line up inicial, e legal que vc também mencionou os jogos que foram lançados logo em seguida. Tem muita gente que espera pra ver os próximos jogos e sacar se o console vai engrenar ou não. Pena que a gente não pode mais discutir jogos de lançamento dos consoles da SEGA dos dias atuais. Quem sabe um dia?
    Valeu Adinan!

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    1. Fala Cadu meu amigo! Mais um fã de Hang On do Master! E sou da mesma opinião quanto ao Thunder Blade, essa versão do Mega tenho uma bronca enorme também, aliás não entendo o porquê da Sega insistir em colocar esse jogo nas coletâneas, muito ruim esse port do Mega.

      E cara, sou um fã do Game Gear, acho a biblioteca dele incrível e é uma pena que ele não teve o seu Pokémon. Mas enquanto durou foi um portátil muito bacana apesar do consumo absurdo de pilhas.
      Abraços

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