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quinta-feira, 4 de março de 2021

Master Review - RoboCop Vs The Terminator (1993)

Saudações, amigos! 
Tudo bem com vocês?
No meu primeiro texto de 2021, falarei deste crossover que foi muito popular nos anos 90, o encontro do policial ciborgue de Detroit com as máquinas de matar vindas do futuro.
Se segura aí, porque, será bala para todo lado!

Vamos lá para fora!

Naquele período, houve a tendência das produtoras de, não apenas licensiarem uma determinada personagem, mas sim, algum arco de história, saga ou evento dos quadrinhos onde ela fez parte. Como exemplos, tivemos The Death and the Return do Superman, Spiderman and Venon Maximum Carnage, Alien Vs Predator, entre outros. Assim, RoboCop Vs The Terminator, também ganhou adaptações para o Mega Drive, Master System, Game Gear, Super Nintendo, Game Boy... e, quase, uma para o Nintendo 8 bits (guardem essa informação).

Os jogos (publicados pela Virgin Games), seguem de perto, a trama das HQs publicadas pela editora norte-americana Dark Horse. Roteirizada por Frank Miller e desenhada por Walt Simonson em 1992, nos quatros volumes, vemos a junção dos universos das duas franquias onde, a criação do RoboCop - a mais bem sucedida fusão homem/máquina - serviu de base para o surgimento da Skynet, resultando, naquele futuro apocalíptico. Na blindagem do nosso herói, você deve salvar a humanidade do destino derradeiro.

Meus amigos, me chamam de Murphy...

O game para o Master, com certeza, é um dos melhores trabalhos para o sistema. Usando dos mesmos modelos gráficos da versão Mega Drive ("downgradeado", evidentemente), apresenta um visual impressionante. Os sprites são grandes e detalhados e, assim como no 16 bits, eles explodem em sangue quando atingidos. O próprio RoboCop possui movimentos fluídos e, se mostra bem, em qualquer posição na tela, seja caminhando, atirando, pulando ou pendurado. As músicas são muito boas e combinam com o rítmo e ambientação. Já os efeitos sonoros, não se destacam em nada, apenas, cumprem seu papel. Pelo menos, adicionaram algumas vozes - com frases icônicas do policial do futuro - no início e fim dos estágios. Um bom incremento, com certeza.

Quanto ao gameplay... bem... melhor mudar de tópico.

Procurando por problemas?

Desbalanceado... se tem uma palavra que descreve este jogo, é esta. A tentativa de deixar a produção tão próxima a do Mega prejudicou o desempenho pois, o framerate, é instável em determinados momentos. O RoboCop anda rápido, move-se pendurado mais ligeiro ainda mas, para pular, parece que está na Lua (sem gravidade); os "bonecos" podem surgir flutuando do alto; cairá em abismos que não existem (na segunda e penúltima fases), será atingido por tiros invisíveis (o famoso "pisca-pisca" de sprites); mirando para cima, se precisar mudar de lado repentinamente, o braço pode ficar travado (precisando reposicioná-lo); e certos chefes de fase (descubra quais... sem spoiler) que, não vencerá, sem perder vidas no processo por, não haver, um padrão claro para evitar as investidas. Estes problemas são corriqueiros e, somado ao fato do dano provocado pelos inimigos ser elevado, morrerá rapidinho se não estiver esperto. 

Mas, não se desespere, nem desista. Uma vez que estiver ciente de tudo, dá para evitar estes detalhes e seguir até a conclusão numa boa. Um ponto que corrobora esta minha opinião é que, a quantidade de ítens de recuperação de energia é grande (exagerada, diria)... sempre aparecerá um ou dois (as vezes, até três) em cada segmento da fase. Muito provavelmente, os desenvolvedores, deram uma aliviada para nós players, porque, além dos problemas técnicos, ainda há os inimigos implacáveis. Entretanto, como disse antes, se pegar a manha, é possível desfrutar do game.

Vivo ou morto, você vem comigo!

Para controlar o "Oficial Alex Murphy", não tem segredo. O Direcional serve para movimentarmos pelo cenário, subir e descer escadas ou correntes (Esquerda, Direita, Cima e Baixo... como de praxe). Também, é possível se pendurar em "canos", saltando (Botão 2) com o Direcional para Cima, que o fará se segurar. Uma vez na estrutura, pode-se ir para os lados ou, para se desprender dela, basta saltar novamente. Ainda sobre os pulos, mantendo o 2 pressionado, a distância deles será maior.

Para efetuar disparos, use o Botão 1. Com o auxílio do D-Pad, escolha alvos à sua frente, para cima, diagonais superiores e inferiores (durante saltos/canos/escadas, idem). As armas têm disparo contínuo, se mantiver o botão pressionado, porém, se o apertar repetidamente, a cadência será mais veloz.

Por falar no armamento, temos quatro tipos:

_ Pistola - A arma padrão do RoboCop... aquela mesmo, que ele guarda na perna. Pode ser a mais fraca mas, é eficiente. Caso perca uma mais potente, mantenha a calma, não estará em completo apuro. Lembrando, sempre que perder uma vida, é com ela que terá que se virar. Curiosamente, no Master System, em escadas ou canos, não é possível usar as armas especiais (somente a pistola);

_ Rifle de Plasma - A primeira arma especial que surge no jogo. Tem cadência e potência medianas, comparada às demais;

_ Lança Foguetes - Mantê-la o máximo de tempo possível, pode ser a melhor opção. A cadência de tiro é mediana mas, tem o melhor dano.

_ Rifle Laser - Tem a mesma potência do Plasma, porém, a cadencia é a mais alta e acaba compensando.

Uma observação... no "frigir dos ovos", qualquer uma das armas especiais, dará na mesma ao fuzilar a horda de inimigos. Infelizmente, ao contrário do que acontece no Mega Drive (que tem mais opções), as diferenças entre elas, são sutis.

Com relação aos itens, temos as "papinhas energéticas" (lembram delas?), que são potes contendo a reposição parcial ou completa de sua barra de vida. É possível ainda, recuperar "life" resgatando reféns, quando estes aparecerem. Também há a invencibilidade momentânea (representada pelo escudo com a letra "S") e, as cabeças do RoboCop, que dão vida extra ao jogador (no máximo nove). 

Obrigado por sua cooperação.

RoboCop Vs The Terminator é um game muito legal, mesmo, com os problemas técnicos. Somando os prós e contras, o saldo é positivo. Falo isto porque, os desenvolvedores, conseguiram preservar a essência vista no "Megão" e fizeram caber nos limites do Master... um trabalho excepcional. Afirmo isto sem medo de errar, dá para sair do 16 bits e se adaptar rapidamente pois, as mecânicas básicas, existem nas duas versões (algo similar, vi acontecer poucas vezes).

E, minha experiência com este crossover, não se encerrou aqui...

Pense de volta, idiota!

O Nintendinho também tem... graças a internet!

O que aconteceu comigo, talvez, possa ter ocorrido com mais pessoas. Não faz muito tempo (cerca de cinco anos), soube que havia uma versão para o Nintendo 8 bits. Achei estranho não ter tido consciência disto pois, por se tratar de um lançamento de destaque, acredito, que lembraria. Pesquisando, se tratava de um protótipo não comercializado e, vendo o que sairia dali, pensei "Ainda bem que cancelaram! Que tosco!". Mas, será mesmo?

Confesso... fazer este review, foi motivado por este de Nintendo. Não sei porque, quis encarar o game de Master System, ao contrário do Mega Drive, que conheço bem e o revisito de tempos em tempos. O joguei por um tempo e, por impulso, me deu vontade de conferir melhor o do NES... para a minha surpresa, é muito bom! Impressionante como, uma primeira e rápida impressão, pode enganar.

De cara, o que me chamou atenção, foi a qualidade da animação do RoboCop, que está suave e natural. Ele não é tão "serelepe" como nas demais versões (que pula feito macaco). A meu ver, assim, ficou mais fiel à personagem pois, nos filmes, é pesado e lento feito um tanque de guerra. A física aplicada é realista também. Por exemplo, quando salta, tem mais dificuldade para sair do chão mas, na descida, cai mais rápido. Ainda assim, os comandos respondem bem e te dão segurança nessas manobras.

A parte gráfica é competente, lembrando bastante, os jogos da Sunsoft (como o Batman de 1989, baseado no filme). A ambientação sombria e rústica dos universos de cada franquia, combina com a paleta de cores limitada no NES. Os artistas que sabiam trabalhar com essas restrições (e foi o caso aqui), conseguiam driblá-las e usavam o fundo de tela preto de forma convincente. Em suma, economizavam sem fazer serviço porco, coisas para poucos talentosos. Ainda há cutscenes entre determinadas fases, algo, que nem no Mega Drive tem, hein?

A parte sonora é muito boa, tanto nas melodias e efeitos, principalmente, os disparos das armas e explosões. As fases possuem design interessante, que irão pedir certo grau de exploração. Em dados momentos, precisará ir em um ponto para, liberar o acesso, em outro setor. O jogo é longo, com fases grandes que podem cansar os pouco pacientes (para os adeptos, o "save state" vai ajudar). Para terem idéia, num vídeo de speedrun que achei no You Tube, o jogador levou 48 minutos para concluir o game.

Agora, respondendo a mim mesmo (no breve contato de anos atrás), penso que a Virgin poderia tê-lo lançado, sim. Naqueles tempos, teria curtido jogar em meu Top-Game VG-9000. Entretanto, ponderando a respeito, em 1993, o Nintendinho estava nos "49 do Segundo Tempo", num mercado, dominado por Super Nintendo e Mega Drive... que rumavam, também, para o fim de seus reinados. Fora que, se compararmos com outras versões em 8 bits (Master System e Game Gear), a discrepância é brutal. Provavelmente, este teria sido o motivo do cancelamento, a incerteza de retorno financeiro.

Independente disto, ainda bem que existe a internet e, os desenvolvedores, podem vazar essas roms para conhecermos suas obras. O mais legal aqui, é o fato do game estar completinho, talvez, só faltando alguns poucos ajustes (que, nunca saberemos se fariam). 

Fica a recomendação extra, ok? Vale a pena.

Agora sim...

Está Terminado!





6 comentários:

  1. Que bom que apesar das falhas, principalmente dos sprites piscando é possível seguir em frente. Dá dó ver bons jogos injogáveis por causa de um erro de mecânica. Robocop é um dos poucos personagens que eu prefiro mais lento e pesadão para manter a essência. Mas claro, essa lentidão precisa estar em sintonia com todos os elementos do jogo, se não fica muito difícil jogar.

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  2. Quando este jogo foi lançado tinha acabado de me desfazer do Master System, tive que incluir o console na aquisição do Mega Drive (fato que me arrependo muito hoje), então não conheci o jogo pelo console.
    Apenas muitos anos após, através da emulação pude conhecer este jogo.
    Realmente tem gráficos muito bons e competentes para a capacidade do console.
    Impressionante como os desenvolvedores conseguiam levar o console ao limite.
    Ao meu ver, ainda fica longe dos melhores gráficos do console (Asterix, Master of Darkness, Land of Ilusion, Kenseiden, Prince of Persia). Os jogos mencionados (entre parênteses) são os melhores gráficos do console (na minha opinião, acredito que o fator nostalgia afete bastante alguns títulos da lista) e demonstram o quanto o Master era mais poderoso que seu rival 8 bits.
    Voltando ao jogo do tópico, a jogabilidade realmente incomoda um pouco no começo, mas logo se acostuma e podemos aproveitar mais este clássico do console.
    O jogo me resgata uma lembrança retrogamer, pois sempre que ligava o console, com a ansiedade para conhecer o game e iniciar a jogatina, ficava analisando as desenvolvedoras. Sempre que aparecia Virgin Games, era sinônimo de sucesso para a Master System, tanto que sempre a considerava uma das melhores da época.
    Parabéns pelo review, completo e detalhado.

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  3. Me lembro de ter jogado a versão de Super Nintendo e de ter chegado bem longe mas não consegui zerar por causa da sua dificuldade se não me engano.

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  4. Esse eu joguei muito pouco, sempre pegava a ROM para testar, ficava uns 2 minutos jogando e depois ia pro próximo jogo. Mas o post me deu vontade de jogar pra valer esse game. Abraços

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  5. Esse joguei pouco, embora foi legal relembrar da série de filmes qie originou os games. Vou conferir de novo.
    Parabéns pelo superpost.

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  6. Recente os comentários saudade dos blogs..

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