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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Review MD: Eternal Champions (1993)


Olá pessoal!
Imagine que você morreu, mas com tanta capacidade, tanto gênio, que não foram aproveitados pelo mundo. E de repente, "alguém" te propõe viver de novo!
Estamos falando de Eternal Champions, um dos fighting games mais memoráveis do Mega Drive.



Este era o mote da SEGA, o ano era 1993, e percebia que seu Street Fighter 2 não poderia competir com a placa de voz do Super Nintendo. O Mortal Kombat segurava a onda do Mega apenas pelo sangue presente em sua conversão, por enquanto. E os games de luta ganhavam uma grande leva pela SNK, criando games monstros com características de anime-mangá para o Neo Geo. 
Lutadores de Épocas diferentes... já vi isso em algum
lugar! A favorita era do tempo presente: 1993  

PANCADARIA PARA NERDS [1]
Este game pode ser resumido pelo seguinte subtítulo: Pancadaria para Nerds. O enredo segundo a lenda fora escrito por um autor de HQ's americanas (Frank Miller???). Rolou até um quadrinho do game. 
Nove lutadores de diferentes épocas, que morreram antes da hora, são escolhidos por uma entidade atemporal conhecida apenas como o Campeão Eterno. Todos eles por mais que possam ter um lado sombrio, parece possuir uma espécie de merecimento pessoal. Ele os colocará num duelo e o vencedor terá o direito de reviver... A revista Ação Games (Na capa tinha os personagens Shadow e Trident se enfrentando) resumiu este enredo como "HQ com Zen-budismo".
A mesma revista rasgou elogios pelo seu lançamento.
Tiazinha, digo, Shadow Yamato, capa da Revista Video Game em 1993. 

Entre os personagens listados, temos Shadow, a musa do game (que também aparece na matéria da Revista Video Game do mesmo ano, lembrava a musa da época, a Tiazinha, lembram?), uma ninja do tempo presente (1993, ora!) assassinada pelo seu clã.
Do futuro, temos o policial Blade (Runner?) e o gladiador Muay Thay Rax (o cara até saúda o inimigo antes) usando campos de força e foguetes. 
Do passado, podemos escolher: do muito, muito longe temos o caçador Slash (o guitarrista? Mas ele lembra o Dente de Sabre do Wolverine!) que desobedeceu os anciões da tribo e o gladiador atlante Trident (estranho é ele lutar capoeira).
Dos passados menos distantes, temos no fim da Idade Média o alquimista Xavier (um dos meus preferidos, adivinha como ele morreu?) e circense russa vitoriana Jetta (nesta época, a orientação era ter duas mulheres nos fighting games, uma oriental e uma loira, podem conferir!).
E do século XX, temos o gangster Larcen (agraciado no Game Gear com seu próprio game, Chicago's Syndicate) e o bioquímico (zumbi?) Midknight que viu a Guerra do Vietnã.
O game de Larcen Tyler no Game Gear, aparentemente
ele conseguiu vencer o torneio...

O game é tão completo que tem a opção de levantar a biografia, época e estilo de luta. Parece só ter gente boa...
O cenário do período mais futurista do game: o de Rax Coswell.

GRÁFICOS E SONS
Quase nada a dizer sobre isto, os gráficos parecem mesmo um Gibi pelos tons escolhidos. Os personagens tem bom tamanho e os cenários estão diretamente relacionados com o local da morte de cada um. Os sons são médios, nada mais que isto, não estragam a diversão. A ausência de vozes pode ser um quesito para gamers exigentes, mas para mim nem senti falta.
Saca a cidade de Atlântida no fundo do cenário.

PANCADARIA PARA NERDS [2]
 Outra coisa que desde quando conheci Street Fighter eu sonhava, eram duelos em que o cenário poderia influir na luta. Pois bem, você pode lutar numa sala de treino "no limbo"e escolher os obstáculos, mais completo que a sala dos X-Men. Velocidades rápidas e lentas, bombas que te acertam, gosmas que prendem o personagem, ou raios que trocam o life dos lutadores! Você também podia até usar o dispositivo  de captar seus movimentos (como era o nome mesmo?) inovador na época.  Depois de enfrentar todos os personagens você enfrentará o incrível Doctor Who, digo Campeão Eterno em suas várias formas.
A dificuldade é feita pelo chip DPA, de acordo com seu desempenho que aumenta a dificuldade.
A sala de treino, vemos o Buddha no fundo do
cenário, isto te lembra Matrix ou Lost? 

E por que este game, super elogiado por todas as revistas não vingou? Como eu disse, é pancadaria para Nerds, não só pelo enredo, mas pela dinâmica de golpes. Alguns golpes fortes tem função de combo ou mover o personagem. E a quantidade de golpes especiais é imensa. A Ação Games só listou 3 de cada, a Video Game, entre 3 e 4.  Os golpes em sua maioria usam o carregar pra trás, pra frente e botão, ou apertar 3 ou 2 botões simultâneos. A troca do botão (soco médio ou forte) troca totalmente o golpe acionado. E os  personagens fogem dos golpes tradicionais. Blade por exemplo usa um campo de força que Trident apaga com seu Tiro de plasma. Bastasse isto, o jogo é como um carteado de Uno, uma carta que anula as regras de outras.  Assim por exemplo, Xavier ao invés de se transformar como Shang Tsung, transforma o inimigo em outro personagem... E as magias não podem ser lançadas infinitamente, mas recarregadas. Weapon Lord parece que se inspirou na mesma idéia para criar seu sistema de batalha. Uma pena que isto afastou muitos que só queriam jogar com 3 especiais e um Ryu genérico....
A versão Sega CD trazia sons melhores, golpes mais fáceis e novos lutadores incluindo um pistoleiro e o próprio faraó Ramsés II!

NÃO É ORIGINAL?
Só quando fui escrever matéria deste game, quis confirmar uma suspeita minha desde o lançamento do game: Eternal Champions parece ter sido inspirado em outro game, World Heroes (1992) da ADK/SNK. Os personagens vem de várias épocas e o Death Mode tem obstáculos de cenário, só que bem mais simples. Tá, eu confesso... o autor deste post também foi um cavaleiro medieval, numa peça de teatro com um enredo parecido, se chamava "O Cheiro de Deus".

Eis um dos Overkill: não é a música do Men at Work, bem entendido?

Mesmo assim, o game tem características bem próprias, bem mais gótico, o que afasta de plágio. Incrível é o Overkill, que competia com os fatalities de Mortal Kombat: o último golpe no ponto certo do cenário acabava com o oponente. No de Shadow, um letreiro eletrocutava o inimigo, no de Xavier, caem na fogueira dele, etc... Eram bem mais violentos que MK I e II.
No mais, acho que Eternal Champions pode ser uma experiência única para gamers da Era 16 bits e dos tempos de Hoje. Eterno como um todo Campeão




13 comentários:

  1. não é por nada não, mas foram uma gama de fatores que levaram eternal champions a ser um fracasso esquecido pela grande maioria dos gamers:

    1- o jogo foi lançado como o principal chamariz para o activator(o avô fracassado do wii), um produto que não deu certo

    2-a dificuldade do game beirava a insanidade (era mais difícil que UMK3)

    3-a jogabilidade era impossivel! pra que fazer um game de luta se quase ninguém conseguiria fazer as sequencias para lançar um golpe?

    hj em dia vários sites dizem que EC foi um bom game com uma história interessante mas mal programado!!

    se alguém quiser saber mais sobre ele procurem a matéria na revista oldgamer número 2

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    1. Oi Beagle,
      Obrigado pela resposta. O Activator (esqueci o nome) realmente foi um "futuro adiado", já tinham previsão de sua existência desde os anos 80, mas não foi o Mega que o popularizou.
      O que critico é apenas a dificuldade muuito, muito dificil.
      Mas jogabilidade não era impossível. Precisei de uma manhã para pegar a manha de uns 3 personagens. Na verdade, você não pode pega-lo já com os macetes de SF ou MK (na verdade, na maioria dos fighting games vc não aprende jogos novos, apenas aprende uma regra nova dentro do conjunto SF ou MK).
      Parti para o que as revistas da época me recomendaram: Ir pro treinamento no nível 4 e ir subindo.
      Jogar de 2 quando vc já domina uns 4 especiais (no caso, meu enteado, um geniozinho de 10 anos) foi uma delícia. Cheguei no mesmo dia no 3º inimigo e empaquei. Dificil é zerar o jogo.
      Abraço.

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  2. Taí um jogo que foi muito injustiçado na época de seu lançado. Mas, a competição, era complicada justamente por causa de dois pesos pesados: Street Fighter 2 (SF) e Mortal Kombat.
    Eternal Champions (EC) tinha muito à oferecer mas, realmente, sua curva de aprendizado era coisa para poucos e isto acabou por afugentar os jogadores dada a sua dificuldade muito acima da média. Mas, a Sega bem que fez um trabalho bacana.
    O game traz uma boa história (algo raro no segmento), gráficos muito bonitos, efeitos sonoros na medida (nem mais, nem menos), personagens grandes com ótima animação, comandos simples de serem executados e jgabilidade rápida e precisa. Agora, estes dois últimos casos, dividiram opiniões porque muitos não curtiram o fato dos comandos de EC serem diferentes dos padrões adotados por SF e similares... mas isto é ruim ou seria mais uma questão de costume?
    Com uma dificuldade alta e um caminho tortuoso para se seguir (a questão de ser derrotado e voltar duas lutas, sem falar apelão chefe final), difilcimente alguém daria uma segunda chance à este jogo. Uma pena porque, eu fiz isto e encontrei algo sensacional e que, volta e meia, ainda me pego jogando.
    Mesmo que hoje haja games muito mais avançados e dinâmicos, vale a pena dar uma conferidinha neste fighting game da Sega, sme falar na versão Mega CD que é ainda melhor.

    P.S.: Sim... estou de volta!!!
    Rss!

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    1. Bem vindo de volta! =)
      Taí, a curva de aprendizado pelo chip DPA era tensa, mas como curto Two players também, não reclamo...
      Realmente eram grande e a movimentação muito boa.
      Já uma correção é que há algumas vozes sim, mas poucas.O enredo acho o melhor já bolado, superando muitos da SNK.
      Talvez eu deva fazer um guide de golpes MD? É um game sensacional, mesmo!
      Abraços

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  3. kra, joguei muito o EC. realmente um game muito difícil. Só peguei a manha de dois personagens: Midknight e Xavier. Até consegui chegar no último chefe, mas nunca venci ele e o pior... não sei se vcs lembram, mas se vc perder a luta pro chefe final tem que começar do zero e passar por todos os personagens de novo! Eita jogo difícil!!!!!

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    1. É bom e dificil mesmo. Xavier é meu preferido! rss
      O chefe tem 4 formas só pra piorar. Sinto que só tenho games do MEga dificeis, PS 2, Batman & Robin... Mas é um game bom!

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  4. Confesso que joguei muito pouco o Eternal Champions. Lembro que nas revistas era só elogios, mas como eu tinha apenas o SNES fiquei na vontade mesmo. Peguei pra jogar depois com a emulação mas acabei dando pouca chance para ele. Mas o seu post, Rodrigo, me deixou com vontade de jogar mais a sério esse jogo. E pelo que eu tô lendo nos comentários, não é pra qualquer um não, prevejo que vou apanhar que nem mulher de malandro neste game. XD
    Abraços

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    1. Perdoado por ter SNES na época!
      hahahahaha
      Vou ver se divulgo os How to Use do game, aí a chapa esquenta! hahaha
      Abraço.

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  5. Taí um jogo que nunca fui atrás pra conferir, eu lembro bem da matéria da Ação Games na época e pensava que um dia ia jogar e acabei nunca jogando. Gostei muito do post Rodrigão, vou dar uma procurada no game e tirar o atraso. Abração!!!

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    1. Essa revista me instigou e muito neste game! hahaha
      Tira o atraso sim, boss!
      Abraços!

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  6. Um dos games que mais apanhei na vida! Apesar de conhecê-lo através da Old Gamer, me diverti bastante recebendo os Overkills hahahahaha. Agora que tenho um megadrive eu pretendo adquirir o cartucho e aprender os comandos direito xD

    Ótimo texto ^^

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    1. Obrigado! ^^ Nós apanhamos! hahaha
      Me senti servindo o exército! rss
      Os overkills a Shadow me mandava direto! rss
      Procura o cart, vcs topam eu fazer o How to Use?
      Abraço

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    2. Seria bacana véi! Eu topo, depois que tu me explicar xD

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