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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Up Grade: Turma da Mônica na Terra dos Monstros (1994)


Oi a todos!

Fechando o ciclo Tectoy-MSP aqui no QG, agora vamos falar do hack 16 bits da Tectoy. Turma da Mônica na Terra dos Monstros é o ultimo jogo do casamento Monster Land com a Turma da Mônica.


MENINOS MARAVILHOSOS
Depois de Dragon's Trap, o novo jogo da série (que em um país é o Wonder Boy V, em outro é Monster Land IV... ah já me confundi, vai entender!) o jogo aborda o surgimento de um outro herói no mundo dos monstros, Shion. Como Terra (Land) é pequeno demais, nosso herói agora está no Monster World. Na versão brasileira, como todos sabem, é Mônica que assume o papel de heroína na Terra dos monstros, também chamada de País da Fantasia. 

GRÁFICOS E SONS
Nestes quesitos da série Mônica, este é o ápice da série, e não apenas porque é uma versão 16 bits. A tela de abertura é muito bonita parecendo ter sido realmente um jogo original. Aliás, parece que os personagens foram feitos para um jogo Mega Drive. A movimentação obviamente é mais "macia" que no Master System, mas basta olharmos as Mônicas dos 3 jogos, como a Tectoy pegou os traços dos estúdios da MSP e foi aperfeiçoando... quando vi numa revista o sprite do segundo game, já tinha achado perfeito, no Mega Drive superou as expectativas. O mais legal é que a arte anime de Monster World se harmoniza com os personagens, quase parecendo um game 100% original (e acho que muitos acreditaram). O fundo estático  no primeiro plano em movimento dá um efeito único no game. O fundo da floresta antes da caverna, eu juro que já vi igual num dos gibis da Mônica (creio eu, que a edição especial "Os Bruxinhos" publicado entre 1985 a 1986, eu acho...). Mônica muda seu escudo, mas diferente do primeiro game não troca de roupa ou coloca botas (na minha chata opinião, sem problemas, nem em Phantasy Star trocavam! =P).   Já a música... que espetáculo! Se A Turma da Mônica em: o Resgate era uma lavada em Mônica no Castelo do Dragão, este game, não pelo processamento do Mega Drive mas pela composição, é muito bom!! A musica da praia pra variar, dá um show com temas bem cartoons e direito a riffs de apito e maracas no solo. No quesito gráfico, parabéns à Tectoy!  

DEMITAM O ROTEIRISTA!
Uma pequena nota da evolução da série pela Tectoy:

1) Em Mônica no Castelo do Dragão (1991), o game mais divulgado (tem gente que ainda nunca ouviu falar dos outros dois), a Tectoy fez uma tela de apresentação, incluiu o sprite da Mônica e traduziu os textos. Capitão Feio montou um exército de monstros e Mônica foi enfrentá-lo. Extremamente convincente pra quem jogou na época. Mas faltaram os dentes da Mônica (eita!) e poderiam ter incluído o Capitão Feio como um dos boss do jogo. O Sr. Foice poderia ser a Dona Morte dos gibis... Até sugeri que a Estrela Mágica eles poderiam ter usado a oficial da Turma da Mônica, mesmo. A Tectoy detinha todos os direitos sobre estes personagens. Mas o jogo já era bom (até hoje xingo programador original pelo Time, mas é bom!), então ninguém tinha feito perguntas ou críticas nem no bate papo de fliperama, nem nas revistas.


2) Em A Turma da Mônica em: O Resgate (1993) foi o game definitivo. O primeiro hack fora lançado em função deste. Não foi tão badalado, pois o Master já estava perdendo espaço pros 16 bits rápido. Todos os personagens principais da MSP estariam presentes, a solução até foi bem bolada para adaptar a estória: Mônica foi capturada no fim do primeiro game, e os personagens precisavam se revezar na máquina do Franjinha, ele e Cascão ficavam em pontos estratégicos da Terra dos Monstros. Mesmo com pouco texto, ficou bem convincente. Deu para nós brazucas um charme esta versão. Gosto do original, mas prefiro esta.  

3) Agora em Turma da Mônica na Terra dos Monstros (1994) trocamos a plataforma para o 16 bits. Temos no elenco, boa parte dos personagens do jogo anterior, apenas Franjinha e Chico Bento foram cortados. Neste game jogamos apenas com Mônica, a experiência de múltiplos personagens é trocada pela de interação de personagens. Encontramos Cebolinha na Vila Feliz,  Anjinho no céu, Magali nas profundezas do Castelo (e depois no Trono, tomada como princesa), Bidu na floresta, e o Cascão... bem Cascão está desaparecido. É até a principio agradável ver os personagens quase nos mesmos ambientes de O Resgate. Mas aí entra o ponto negativo. O roteiro está mal escrito e com várias bolas foras. Ele não aparenta nenhuma continuidade com O Resgate, mas alega que tudo começou enquanto a turma estava visitando o "país da Fantasia". 
Um vestidinho real ia bem, né princesa? Note que as
 personagens originais "casam" bem com os da MSP.

- Primeiro e mais importante, tem hora que parece que os personagens não se conhecem, outra hora são personagens já conhecidos. Sabemos que tem estórias que estes personagens são eles mesmos, outra ora estão em um mundo paralelo, então nem sempre se conhecem. Deveria haver um consenso na concepção final. 
- Segundo, neste game preferiram que todos os personagens usassem suas roupas originais, mas se Magali é uma princesa, não custava nada pô-la num vestido amarelo... =P
- Terceiro, sei que isto pode fazer pouca diferença, mas facilmente poderiam colocar Franjinha como o garoto dono do Bidu. E como sequestrado no final, caberia mais ao Cebolinha (o "par" da personagem) que o Cascão, apenas porque não era um dos protagonistas no primeiro game. 
Porém, mais legal nesta adaptação é que os enigmas da Esfinge (que cheguei travado de medo em não saber nada!) eram sobre os próprios personagens da MSP. Até sobre a Tina e o Piteco perguntaram, isso foi muuito maneiro...
Já não estive aqui antes?...

Mas vocês lembram que eu disse que os personagens pareciam próximos aos ambientes do jogo anterior?
Alguém que foi fã de Shinobi no Master System, qual a sensação de rever como uma pequena homenagem, o mesmo trecho no Shadow Dancer de Mega Drive? Aquele primeiro trechinho, após a casa da Mônica nos leva à primeira parte de Mônica no Castelo do Dragão. Até a plataforma que abre quando falamos na primeira casinha...
Epa! Não era um só cogumelozinho sorridente e pulante?

O gostoso deste game é releitura dos dois games anteriores.  Deu arrepio quando percebi que a musiquinha do Boss é uma releitura do Castelo do Dragão... A ordem dos cenários, vez por outra, imita os dois games numa harmonia incrível. Seguimos por uma Vila invadida de Cogumelos, e o boss é a mãe deles, porém numa versão gigantesca!! Seguimos para um Castelo onde enfrentamos um Cavaleiro como o Conde Malvado. Entramos no fundo do Mar como em O Resgate, em que forma um labirinto com os cenários de praia. Invadimos um castelo maia dentro duma floresta. Partimos pra um deserto ardente, com um poço  em que temos que matar morcegos pra criar plataformas e na piramide receberemos alguns enigmas (desta vez, é a própria Esfinge, não o Duque Armadura). Este deserto também dá pra uma região vulcânica como em O Resgate. O game parece fritar a gente, pois faz a gente alternar entre uma geleira e um vulcão, por fim, encontramos um Castelo com um Dragão dentro, não é tudo familiar?
Um dos charmes do jogo são os aliados que acompanham
Mônica, Priscila a amiga de Anjinho e o próprio Bidu. 

DETONA MÔNICA
Tirando a perda dos outros personagens, nada a lamentar controlando a dentuça. O nome das armas segue a linha de O Resgate de Master, como nome de elementos da natureza, Vento, Mar, etc. Nem botas nem armaduras aparecem nela ao contrário do Castelo do Dragão. Apenas os escudos, o que notamos que "poderes" que antes eram lanças a impedem de usar escudos, mas ela pode girar o coelho com cima+B. As magias são previamente selecionadas  como os itens com A+direcional.  As botas podem alterar a velocidade do personagem e o PE. Como Cebolinha em O Resgate, ela pode nadar quando usa o Poder do Mar e andar no deserto com a Bota Oásis.  Os itens mais interessantes são os itens pigmeus, que apenas juntos tem poder de encolher Mônica, daí Cebolinha poderia sim xinga-la da baixinha...
Como todos os jogos da série, tem um booooa dificuldade a partir de certo ponto, ou seja, você comprou pro seu filho porque é bonitinho, mas ele só vai zerar quando ficar mais velho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bem, ainda com os problemas de continuidade, considero este um dos games da Tectoy mais bem feitos graficamente. Estou pensando seriamente em investigá-lo aqui no QG, mesmo como um jogo de Mega. Este aqui merece respeito!


2 comentários:

  1. Esse jogo eu nem sabia que tinha saido para o Mega Drive só me lembrava da continuação que tinha para p Master mas vendo ele é bem interesante viu vale a pena a ser jogado vou adicionar a minha lista de jogos.

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  2. Excelente post Rodrigão! Agora que vc mencionou realmente chega a ser bizarro ver como o roteiro apresenta tamanhas inconsistências com os jogos anteriores, mas também querendo ou não a Tec Toy estava amarrada ao roteiro de Wonderboy in Monster World, e na série Monster World apenas o primeiro e o segundo jogos são continuações diretas, o terceiro (este jogo) e o quarto se passam em outras épocas e com outros personagens.

    Mas realmente é muito loco ver as referências ao Castelo do Dragão né? A música da Boss Battle ser um remix do jogo original, sem contar a primeira fase, são de pirar qualquer fã!

    Lembrando que na PSN a SEGA lançou uma coletânea de Monster World, contendo o Monster Land original dos arcades, de onde saiu o Castelo do Dragão, Monster World, esse jogo do post, e Monster World 4 que só tinha saído no Japão e é maravilhoso!

    Abraços

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