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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Master Review - Psycho Fox (1989)

Saudações galera!

Hoje vamos falar de um clássico imperdível e curioso, por ser uma sequência espiritual de um jogo do Nintendinho e por ter uma sequência espiritual no Mega Drive, sem contar que aqui no Brasil o conhecemos tanto pela versão original quanto pela versão localizada posteriormente pela Tec Toy.

Psycho Fox! Um divertido jogo de plataforma que para a época surpreendia com a possibilidade de usar 4 personagens diferentes, cada um com suas características e habilidades. Foi um dos primeiros jogos que aluguei no meu Master System e amo até hoje esse clássico! Sem mais delongas, vamos analisar Psycho Fox neste post.



  • Desenvolvedor: Vic Tokai
  • Publisher: SEGA
  • Lançamento: 1989
  • Tamanho: 256KB (2 Mbit)
  • Gênero: Plataforma
Se você jogou a exaustão, aposto que começou a tocar
a música da tela título assim que bateu o olho nessa imagem

A Vic Tokai hoje é conhecida como Tokai Communications, uma empresa voltada para Telecomunicações no Japão. Mas houve um período entre 1986 e 1998 no qual a empresa produzia games para PC e consoles. A empresa em si nunca fez muito barulho na época, mas lançou alguns jogos interessantes como o port de Top Gear 2 e Battle Mania para Mega Drive.

Aposto que você nem conhecia esse jogo
...mas também não perdeu muita coisa
Houve também alguns jogos fraquinhos mas com potencial como Amagon e Kid Kool. Este último era um jogo de plataforma onde o jogador controlava o Kid Kool em uma jornada para achar um medicamento capaz de curar o rei de uma doença grave.

Era um jogo bem interessante com foco em velocidade e alguns efeitos cartunescos como o personagem correr e ao tentar parar ele pode passar um pouco da plataforma, perceber que está na verdade solto no ar, se assustar e tentar voltar para a plataforma desesperado antes que a gravidade o force a cair. Porém, o jogo tinha alguns problemas sérios que o impediam de ser um ótimo jogo.

Felizmente a Vic Tokai não desistiu do estilo plataforma de Kid Kool e o evoluiu nos próximos jogos. O segundo jogo vamos analisar neste post, o clássico Psycho Fox. O terceiro jogo é o Magical Hat no Buttobi Tabo! Daibouken que foi localizado no ocidente como Decap Attack. São jogos que não chegaram a explodir cabeças, mas foram bons o suficiente para conseguir um espaço no coração de muitos gamers da época. Principalmente Psycho Fox que constantemente aparece nos tops de jogos do Master System.

É hora de morfar


Em Psycho Fox, a ambientação é japonesa (curiosamente o Japão nunca viu esse jogo) e o jogador controla Fox, uma raposa com poderes místicos para se transformar em outros animais (hipopótamo, tigre e macaco). O objetivo é derrotar o terrível e insano sacerdote Madfox Daimyojin, que planeja dominar o mundo com seu exército de criaturas bizarras e hediondas.

O jogo possui alguns cenários clássicos de jogos de plataforma como a planície, o deserto e o gelo; mas também conta com uma montanha com cranios de animais (?) e esgoto. São 7 fases, cada uma com 3 estágios longos e um chefe no final do terceiro estágio. Vale ressaltar que este jogo também possui um esquema de Warp Zones, que consiste em encontrar uma área do cenário de fundo que ao ser socada revela uma janela secreta que pode dar acesso às demais fases do jogo.

Pular na cabeça dessa abelha é o esquema
mais seguro aqui. Se errar o Birdfly
você tomar dano e perde a vida.
Os estágios são bem grandes para um jogo de 8-bits, é possível encarar as plataformas mais altas ou ir mais seguro pela parte mais baixa da fase. O scroll da tela segue o mesmo esquema de Alex Kidd in Miracle World e Super Mario Bros 1, ou seja você não pode retornar para a esquerda, apenas seguir para a direita. Isso incomoda um pouco, ainda mais em meados de 89 onde já encontrávamos jogos 8-bits que permitiam scroll para direita e esquerda, mas felizmente o design de fases foi feito pensando nessa limitação.

Como a maioria dos jogos de plataforma da época, um encostar no inimigo é morte na certa, e para se defender você pode socar o inimigo ou pular na cabeça dele até enterrá-lo no chão. E o design das fases é bem traicoeiro com muitos buracos com água e espinhos para sacanear o jogador. A jogabilidade é boa no sentido de responder bem aos comandos, mas é travada em alguns aspectos. Os personagens demoram um pouco para pegar velocidade, prejudicando bastante o alcance do pulo e causando algumas mortes desnecessárias. Com isso o jogador precisa se acostumar a andar um pouco mais até conseguir uma velocidade boa para pular.

Contra esse chefe basta pular na cabeça dele 3 vezes
mas cuidado pois a cada pulo ele fica mais
rápido, dificultando acertar a cabeça dele
A variedade de chefes é pequena, são 4 chefes diferentes e 3 deles se repetem mas com velocidade maior. No entanto são chefes bem divertidos e tensos também, requerendo bons reflexos e bom uso da ferramenta que o jogo disponibiliza no momento. Nessas batalhas o Birdfly desaparece e uma arma surge para enfrentar o chefe (com exceção do chefe das fases 3 e 6 onde basta pular na cabeça dele). Essa arma pode ser ativada pulando em cima ou socando, e assim é preciso esperar o momento certo para usar a arma enquanto se desvia dos ataques do inimigo.

Tela de pause. Mais um jogo que vai te obrigar a sair do sofá!

Para facilitar um pouco a situação Fox encontrará ovos durante as fases, e cada ovo pode conter um dos seguintes itens: o bastão de Shinto que vai permitir que ele se transforme em um dos 4 animais disponíveis, a poção de invencibilidade temporária, um bonequinho de madeira que mata os inimigos na tela, sacos de moeda que dão uma chance a mais no bônus game, e o Birdfly, um pássarinho que pode ser usado como uma espécie de bumerangue para acertar um ou mais inimigos à sua frente, além de prevenir que Fox morra ao encostar em um inimigo (caso encoste o Birdfly foge e Fox não perde uma vida). Mas é importante tomar cuidado com o uso do Birdfly, porque ao lançar o pássaro no inimigo, você fica desprotegido até recuperá-lo ou até que ele volte para você.

Lucky! Agora é pegar as 5 vidas :D
O bônus game no final de cada fase é uma característica marcante desse jogo. A idéia consiste em adicionar uma raposa no tabuleiro para cada saco de ouro coletado na fase. Escolha qual caminho a raposa deve seguir e deixe ela caminhar até o final do tabuleiro. Lá o jogador pode ganhar itens e uma vida por item adquirido, atingir uma casa japonesa onde uma roleta gira, permitindo ganhar de 1 a 5 vidas, ou cair num buraco sem ganhar item nenhum. É puro jogo de sorte mas


Falando sobre as transformações, temos os seguintes personagens:

  • Raposa: a forma normal do Fox. É um personagem equilibrado, com boa velocidade e altura de pulo, mas é o menos usado por não ter uma habilidade específica
  • Hipopótamo: essa forma é útil para quebrar blocos e paredes, mas acaba sendo pouco usada já que é possível usar outro caminho, sem contar que é muito lento e possui um pulo muito baixo
  • Tigre: a grande vantagem dessa forma é a velocidade, é o avô do Sonic. No entanto seu pulo é mais baixo que o da raposa, mas não chega a ser tão baixo quanto o do hipopótamo. Tem a vantagem também de permitir passar pelos buracos de água, quicando sobre eles quando estiver em alta velocidade
  • Macaco: se não me engano é a forma mais popular do jogo, pois apesar de ser mais lento que a raposa, é o que tem o pulo mais alto, uma boa para enfrentar os caminhos do topo da tela

Cada forma possui suas vantagens e desvantagens, mas o jogador provavelmente vai permanecer com a forma que achar mais divertida. Eu mesmo sou fã do Tigre pela velocidade, enquanto minha irmã prefere a forma do Macaco por causa do pulo maior.

Os gráficos são bem detalhados, gosto bastante dos detalhes do gelo.

Os gráficos são muito bons, desde o design dos personagens até os detalhes das fases. Destaque para a tela de abertura, que tem uma imagem bem desenhada dos personagens, bem impressionante para o Master. Só acho que os cenários de fundo são bem vazios, com uma cor azul ou preta e poucos detalhes, seria legal ver mais nuvens ou montanhas ao fundo, mas em compensação o jogo roda com boa velocidade. As músicas são ótimas e memoráveis, quem jogou já deve estar se relembrando da música clássica da primeira fase. São faixas marcantes, embora sejam poucas composições que se repetem nos demais mundos, mas são muito bem feitas.

A sequência

Psycho Fox foi um clássico no Master, e a Vic Tokai deve ter ficado muito feliz com o resultado final, motivando-os a lançar uma sequência indireta do jogo. Assim surge o Magical Hat no Buttobi Tabo! Daibouken, um jogo baseado num anime de mesmo nome. O jogador controla um garoto árabe e o "Birdfly" desse jogo é um ovo de sapato. Aqui a limitação de ir somente para a direita foi removida, e agora tinhamos fases maiores e com possibilidade de exploração.



O jogo ganhou design de fases mais complexo e alguns desafios bacanas como a tradicional movimentação automática da tela que força o jogador a seguir em frente para não ser esmagado, fases verticais e itens escondidos essenciais para terminar uma fase. No geral o jogo ficou muito melhor, mas acabou perdendo uma característica chave para o sucesso de Psycho Fox: a habilidade de usar outros personagens. Sem contar que o protagonista árabe não agradava muito.

Por ser um jogo com licença de anime, a SEGA americana deu uma bela alterada na temática do jogo, passando de uma temática árabe e infantil para um clima mais pesado de halloween com personagens bizarros e cores mais escuras. O protagonista agora era uma múmia sem cabeça, sendo que o "Birdfly" aqui é um crânio que pode ser usado como cabeça e arma. E para facilitar um pouco mais o desafio, agora o personagem tinha barra de energia, podendo tomar mais danos antes de morrer. 



Assim nascia Decap Attack estrelando Chuck D. Head. Há quem torça o nariz para essa versão, mas eu sinceramente gostei muito mais do clima de halloween dessa versão. As músicas possuem uma temática de terror comédia bem legal, e os inimigos ficaram bem interessantes e criativos.
Mesmo assim, o charme do Psycho Fox ficou apenas no Master System. Embora tenha boas alterações na jogabilidade, ainda considero Psycho Fox o melhor dessa franquia de jogos de plataforma da Vic Tokai.

O Hack


Psycho Fox veio em sua forma original para a alegria dos donos de Master System, mas com o sucesso da localização de Wonder Boy para Mônica no Castelo do Dragão a Tec Toy não perdeu tempo e começou a localizar até mesmo os clássicos que já tinham sido lançados no Brasil. Esse foi o caso do Psycho Fox, que em 1994 foi localizado para Sapo Xulé: Os invasores do Brejo. Aqui você controla o Sapo Xulé na missão de expulsar os invasores do brejo e salvar sua namorada. Assim como nos jogos da Mônica, os únicos sprites alterados foram os dos protagonistas, que agora são o Sapo Xulé, o porco (Porcopum), a tartaruga (Tartafede) e o rato (Ratopulga). O Birdfly aqui é um tênis fedorento. Os sprites dos itens foram alterados também.



No geral os sprites são muito bem desenhados, inclusive melhores do que o que vimos nos jogos da Mônica. A tela título por exemplo ficou ótima! Mas no geral, tirando o Sapo Xulé os demais personagens são muito aleatórios e sem nenhum carisma. A hack ficou bem feita mas sou muito mais a versão original que possui personagens muito mais interessantes.

Conclusão


Evite Kid Kool e Sapo Xulé, experimente Decap Attack, e escolha Psycho Fox como o campeão invicto! Com bons gráficos, uma ótima trilha sonora e desafio na medida certa, este jogo é um dos motivos pelo qual vale a pena conhecer o Master System. Pode ser um pouco frustrante devido a jogabilidade levemente arcaica mas a diversão é garantida! Um clássico que merece estar em qualquer top 10 de Master System!



Dosukoi: grito usado no sumô...
...peraí, Fox é lutador de sumô?!?
E é isso galera, o que acharam desse jogo? Qual a sua lembrança com este clássico? Dos 4 personagens, tem algum predileto? Você gostou da versão nacional do Sapo Xulé ou até mesmo o Kid Kool do NES? E o que acha do Decap Attack/Magical Hat no Mega Drive? Nos deixe saber nos comentários.

E caso ainda não tenha visto, o Leo preparou um artigo sensacional falando sobre o protagonista Fox, na seção Master Secret. Recomendo fortemente a leitura, é só clicar aqui para ler o post, vale a pena conferir! :D

Abraços e até o próximo post!

7 comentários:

  1. Esse é um jogo que eu jogava em família. Sempre alugava e jogava com minha mãe e meu irmão. Lembro que chamávamos o birdfly de Petrucho, vai saber o porquê.

    A propósito, ficou ótima a imagem de fundo do blog. Me lembrou a caixa [que não resistiu à minha infância] do meu Master.

    Abraço!

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    1. Pode crer Ponã, Psycho Fox é um jogo perfeito pra jogar em família. Aqui em casa era minha irmã e eu jogando em turnos pra zerar. Muito bom. E esse lance de dar nome aos personagens tinha aqui na rua também, principalmente na geração Atari. Aqui os fantasmas do Pacman eram chamados de bisnaguinhas. :D

      E fico feliz que tenha curtido a imagem de fundo. Sempre quis colocar um fundo xadrês estilo caixa de Master, mas as últimas tentativas não deram muito certo, finalmente consegui replicar os quadrados coloridos que ficavam na lateral da caixa.

      Abraços! :)

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  2. Alugava muito este jogo, acredito que os únicos jogos que aluguei mais que este foram o Sonic, Asterix e Castle of Ilusion.
    Quando descobrimos a primeira passagem secreta neste jogo ficamos nos achando os melhores jogadores do mundo. Apesar de ter sido mais o acaso, (o Birdfly ficou parado no ar e socamos esta local) para a idade que tínhamos na época era um feito que considerávamos fenomenal.
    Nunca joguei esta seqüência espiritual no Mega Drive, se soubesse na época teria dado uma chance ao jogo. Ainda irei experimentar este jogo e também o antecessor no Nes.

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    1. Este eu aluguei direto também, e quando descobri o emulador de Master System, o Massage, Psycho Fox foi uma das primeiras ROMs que baixei. Pra descobrir a warp zone foi de forma parecida também, joguei o Birdfly e de repente ele tava parado no ar, e com alguns socos vi que rachava o local. Ao entrar foi uma sensação incrível de descoberta! :)

      Vale a pena jogar o Decap Attack, é um jogo muito bacana! Já o Kid Kool vale a pena ver mais pra conferir o quanto evoluíram com o Psycho Fox, porque o jogo em si é bem zuadinho e praticamente injogável.

      Abraços :)

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  3. Caramba vendo esse post me veio as lembranças de nostalgia dos tempos que joguei esse clássico do Master viu.Principalmente da música da 1 fase que é bem marcante viu esse jogo me marcou bastante pela possibilidade de trocar de personagens e ter uma fase de bônus bem maneira.

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    1. Pode crer, quem jogou Master com certeza jogou este clássico! É um jogo muito marcante pelas músicas, os personagens jogáveis e até a fase de bônus que é muito legal!

      Abraços

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  4. Vi leiloando no ebay. Queria comprar, qual um preço justo para pagar nele?

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