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sábado, 2 de abril de 2016

GG Review - Sylvan Tale (1995)



Não me recordo quando foi a primeira vez que li o termo Pérolas que não atravessaram o Oceano. Fez uma analogia muito feliz aquele que o utilizou para games lançados exclusivamente no oriente. Esse não tão conhecido game que vou falar hoje, cruzou os mares através da magia da emulação e só ganhou vida para muitos jogadores (como eu) graças ao esforço de tradução do grupo Aeon Genesis

A descoberta de jogos como Sylvan Tale (95) sempre me deixa fascinado com o quanto a nossa querida Sega foi criativa. Esse é o tipo de jogo que qualquer apaixonado pela série Zelda devia/deve experimentar. Não, ele não é superior as aventuras de Link mas sim, pode agradar aqueles que querem um descompromissado Action-RPG.

Like a Zelda


Começamos nossa aventura com Zetts. Um pacato rapaz que recebe o chamado de uma luz misteriosa. Sem controlar seu impulso, encontra essa "luz" (que na verdade é a Seeds - espécie de força sobrenatural) e recebe a missão de encontrar as seis
droplets (que chamarei de orbes) escondidas no mundo de Sylvalant.

Sylvalant é dividido em áreas/mundos. Começamos em Verda, depois partimos para Flora e por fim Sylva. Cada área possui inimigos e desafios distintos. Então prepare-se para matar gosmas em pedreiras, nadar em meio a aranhas do mal, cavar buracos em cenários subterrâneos infestados de monstros perigosos, arrastar blocos fugindo de chamas-vivas, etc. Porém, o mais importante a se saber, ao jogar ST, é que o personagem não evolui da forma usual (a pequena semelhança com a franquia Zelda). Para adentrar os labirintos onde as orbes estão trancafiadas, nosso herói vai aos poucos adquirindo poderes que o ajudarão.

Poderes esses que são de duas formas: por meio de habilidades como a hundred-slice technique (algo como um meteoro de pégasos com um espada na mão); ou as transformações que permitem acesso a áreas específicas como quando temos que adentrar espaços minúsculos na forma de rato. Um pequeno adendo, enquanto Zetts está transformado, aparentemente deixa de ser humano, logo não compreende a linguagem dos demais da sua espécie. Por outro lado, nosso herói consegue se comunicar com pequenos animas.

O mais interessante disso é que as próprias transformações adquirem habilidades. Por exemplo: logo no começo ganha-se a armadura da tartaruga (Turtle Armor). Avançando no jogo, ganha-se a técnica do dash com a armadura. E somente com essa combinação pode-se passar por espinhos no chão sem levar dano ou quebrar algumas pedras que bloqueiam a passagem.

Meio Action|Meio RPG


Em todo Action-RPG, os confrontos com inimigos saltam em todos os cenários. ST segue essa receita à risca. É prudente lembrar que o alcance reduzido dos ataques (
Zetts conta com uma espada de alcance curto) requer certa dose de moderação por parte do jogador. Vale muito a pena observar o padrão de ataque dos adversários e decidir o momento certo de desferir golpes, pois ainda que os mais comuns sejam relativamente fáceis, muito mais fácil perder energia - qualquer esbarrão leva embora porções generosas...

Aliás, recuperação de energia é um capítulo à parte. Como Sylvan não possui shops (sim, isso mesmo) não existe a possibilidade de compra, barganha ou troca em nenhuma parte do jogo. As frutas, que restauram a energia, são ganhas através de batalhas, por meio de baús escondidos no cenário ou como prêmio na resolução de alguma quest. Destaque para as laranjas que aumentam a barra de energia - um upgrade pra lá de necessário.

A história é bem minimalista no começo do game. Boa parte do tempo estamos desbravando novas áreas como um dos labirintos, do que interagindo com alguém ou alguma coisa. Porém, passados 50% da jornada, o backtrack torna-se necessário para avançar no jogo. E tome idas e vindas buscando pistas em diálogos ou procurando itens para usar do outro lado do mapa infestado de inimigos.


Por isso fique atento a cada detalhe, não ignore uma única toupeira ou camundongo pois até mesmo esqueletos(!) facilmente encontrados dão dicas bem preciosas no desenrolar dos eventos.

OT.: Essa quebrada no ritmo é um tanto desbalanceada, já que até metade do jogo só estamos preocupados em descer a espada nos inimigos sem levar dano, mas não chega a atrapalhar a diversão. 

Considerações finais


Nota 10 para a parte técnica. A jogabilidade é bem calibrada. Os controles precisos fazem o personagem deslizar por qualquer ambiente do game, mesmo em sua forma normal. Além disso, Zetts pode utilizar o dash (dois toques no direcional em qualquer direção) para percorrer telas mais rapidamente, facilitando a vida do jogador.

As músicas são boas (e algumas melodias marcantes), com efeitos sonoros competentes. Os gráficos parecem estar um pouco acima do que encontraríamos num 8-bits com uma paleta de cores e estilo bem escolhidos. Toda esses quesitos casam com um level design muito inspirado.


Sylvan Tale é bem interessante. Com jogabilidade fluida, poucos diálogos, e bastante objetividade, vale muito a pena dar uma chance para esse game. Existe apenas um senão quanto a movimentação de Zetts; não há a possibilidade de ataques na diagonal. Ainda assim, com leves toques de RPG e alguns segredos, a experiência é muito agradável e agora está disponível para os meros mortais desse lado do mundo que curtem o handheld da Sega.

Tenha um bom jogo!

4 comentários:

  1. Um jogo bem interessante viu feito pela Sega vou dar uma conferida pois curto muito o gênero Zelda de ser ainda mas no Game Gear vale a pena ser jogado.

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  2. Excelente Review Marcel! Sempre vi falarem nesse jogo e nunca me lembro de testar, mas lendo este post fiquei com mais vontade de jogar, uma pena que nunca tenha saído do oriente.

    Abraços

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  3. Eu amei o gráfico e ideia do jogo. Um ótimo review, Marcel! Coisinha que dá gosto se tivessem traduzido pro GG ocidental ou mesmo (interesseiro) portado pro Master, seria mais um pra biblioteca. Quando os fãs portarem me avise!

    Aliás, adorei a ideia de um meteoro de pegasus com a espada.rss

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