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quinta-feira, 15 de abril de 2010

O início

Lembro-me claramente (como se fosse ontem) a primeira vez que vi um jogo do Master System rolando. Fiquei eufórico, entusiasmado, pasmo: “Quero um!”. Não conseguia pensar em mais nada. Isso porque eu nem vi o dito cujo pessoalmente numa loja ou na casa de amigo, eu vi na novela. É, fui fisgado direitinho pelo merchandising inteligente da Tec Toy, que inseriu o videogame no contexto da novela Tieta na rede Globo.

Corria o ano de 1989, mês de outubro para ser mais preciso. Eu tinha apenas 9 aninhos e não tinha um Atari, o videogame da época (mas já com seu reinado chegando ao fim). Meu primo mais novo tinha um, então eu vivia dormindo na casa dele pra jogar os clássicos, como River Raid, Enduro, Keystone Keepers e afins. Era diversão garantida e quase única, considerando que ambos morávamos em apartamento e não brincávamos na rua.

Recordo ainda de confundir o Master System com o Phantom System, o clone do Nintendinho que a Gradiente lançou no Brasil. Assisti a propaganda dele e achei que era o mesmo. Por sorte meu amigo comprou antes e eu vi que não era o mesmo da novela. E eu queria aquele da novela, exatamente com o jogo de futebol (Super Futebol) que eu assisti.

Precisamos admitir, a Tec Toy investiu pesado nas propagandas e ações comerciais. Uma das táticas que me marcaram muito eram as Master Dicas, apresentadas pelo Rodrigo Faro, ainda molecão. Lembram? Sensacional.

Isso sem contar o desenho Zillion, que a Sega em conjunto com a Tatsunoko Productions criou especialmente para alavancar as vendas do console. Passava na Rede Globo nas manhãs de domingo. Eu não perdia um.

Comercial Phantom System


Merchandising Master System
(Novela Tieta, mais precisamente no minuto 2h27)


Master Dicas 1


Master Dicas 2


Zillion, abertura


O que eu não consigo me lembrar, é como exatamente eu convenci meu pai a comprar um. Eu imaginava que aquela “tecnologia do futuro” custaria milhões. Afinal, nem Atari eu tinha, imagina o fantástico Master System. E acredito que sim, era caro. Tá, não custava os “one thousand million dollars” que eu imaginava, mas tinha um custo alto pra época. Creio eu, que meus pais queriam me presentear com o Atari quando foram surpreendidos pelo lançamento do Master. Eles viram minha empolgação ao ver a cena da novela e resolveram que eu merecia o esforço. Em novembro do mesmo ano, um mês depois, eu completava as 9 primaveras e fui presenteado com o meu primeiro videogame. E mais, tinha a pistola Ligth Phaser e jogos, uma leva de jogos: Super Futebol (claro!!!), Great Baskteball, Wonder Boy, Alex Kidd in The Lost Stars, Ghostbusters e Phantasy Zone II the tears of Opa-Opa. Fora os da memória: Hang-On, Safari Hunt e o joguinho escondido (Easter egg) conhecido como Labirinto, ou Sega Bios Snail Maze.

Era uma época incrível da minha vida, como eu amava o meu Master. Passava horas a fio jogando e não enjoava. Alugava todos os cartuchos, de lançamento a clássicos, repetidamente. Comprava todas as revistas especializadas: VideoGame, AçãoGames, SuperGame e outras. Ah, como eu gostava das revistas. Então chegou o Mega Drive. Lembra do meu primo que tinha o Atari? Ele comprou o Mega. No início era aquela febre e passamos a jogar freneticamente o novo console. Principalmente Sonic (e suas continuações) que era pra nós o top dos tops.

E o meu Master? Esquecido, empoeirado, jogado? Nunca. Uns três meses depois da novidade do Mega, eu senti saudades pelo meu velho e querido console. Mas também era época do Super Nintendo invadir as casas com o Street Fighter. Eu passei a alugar menos jogos e gastar mais dinheiro jogando SF no SNES por horas na locadora do bairro.

Infelizmente, o tempo passou, as locadoras deixaram, pouco a pouco de alugar jogos do nosso querido Master System. Naquele período, de 1989 a mais ou menos 1995, eu tinha comprado alguns jogos que me conquistaram muito, como Sonic 2, Ghouls’n Ghosts, Populous, Bonanza Brothers, Spider Man and the Sinister Six, Shadow Dancer e Dr. Robotnik's Mean Bean Machine.

Minha frustração foi nunca ter comprado, por na época de lançamento não ter dinheiro e depois ter enjoado de tanto ter jogado alugando e emprestando, jogos clássicos como Alex Kidd in Miracle World, Jogos de Verão, Castle of Illusion e Black Belt. Mas joguei muito e jogo ainda.

Enfim, tive outros videogames, obviamente, depois do Master System, mas nenhum deles sequer chegou perto de me marcar tanto. É incrível como a era 8 bits me fascinava. Ainda sou apaixonado pelo Master. É por isso que, muito da nostalgia que revivo com alegria, gostaria de compartilhar.

Confiram abaixo um tributo ao Sega Master System que o pessoal da SMSPower encontrou. Uma compilação com imagens dos jogos e propagandas. Curtam!

Forte abraço, Leo S.

Tributo

9 comentários:

  1. Ótima seleção de vídeos, e cara adorei o seu blog, tava mesmo procurando um blog sobre master system, e vc escreve posts muito legais. Muito boa a sua história sobre o Master system, não sabia que a TecToy chegou ao ponto de colocar o videogame numa novela. Não é a toa que aqui no Brasil o Master reinou bonito.

    Abraços e sucesso no seu blog!

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  2. @sidescrollcastle
    Sem dúvida, a Tec Toy arrebentou mesmo!
    Gostei do seu blog também, já te adicionei como parceiro. Grande abraço!
    Leo S.

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  3. Ôpa,Leo, adorei seu blog. Sou fã de carteirinha (daqueles que guardou a carteirinha da Tec Toy...) do Master e do Mega também. Meu favorito do Master é Spell Caster. Como gosto desse jogo...

    Olha, visita http://cosmiceffect.wordpress.com/superconsole - conheça um móvel que montei pra minha coleção de consoles e também meu blog. Vou te adicionar no "Blogs of Fame" do Cosmic Effect, ok? Abração.

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  4. Fala cosmiceffect, blz? Cara que honra tê-lo no meu blog, com certeza te adiciono no meu blog como parceirão tb! Visitei teu blog e fiquei impressionado com o "Superconsole" sensacional!!! Parabéns! Devo admitir que morri de inveja (mas inveja boa acredite!)
    Cara, te vi no blog do Gagá, no rifão do Out of This World! Que da hora!!! Levou mesmo!!! haha

    Meu, Spell Caster é A-NI-MAL!!!! Jogaço, adoro, é na verdade um hack de Kujaku Ou, lançado em 1988. Kujaku Ou é um anime japonês, no qual um jovem dotado de poderes sobrenaturais é educado por antigos sacerdotes para usar seus poderes na luta contra o mal.

    Te promete fazer um Master Review do Spell Caster em breve, aguarde!!!

    Abração,
    Leo S.

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  5. HAHAHAHAHAHAH
    QUE TRASH NUNCA PENSEI QUE VERIA ISSO NUMA NOVELA

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  6. Essa foi boa gostei dos tributos ao grande Master, quanto a novela foi uma propaganda bem esperta, agora o Rodrigo Faro se sai bem melhor fazendo dicas do Master do que naquele programinha na tv, né não ? srsr

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  7. Fala Léo!
    Depois de ler o post na Comunidade do Mega Drive, acabei reservando um tempo pra ler o primeiro post do blog, acho que nunca tinha feito isso, despertou a curiosidade. Então não se assuste com este comentário! hahaha
    Aliás, agora é um bocado tarde pra desejar boa sorte, felizmente vc a teve montando uma equipe bem forte tempos depois.
    Mas muito bacana toda a sua história com o console. É sensacional ver que nem mesmo o poderoso Mega Drive conseguiu te convencer a largar o Master. Vc já viu no meu blog que eu acabei ficando encantado com o videogame de 16 bits.
    Também tive minhas frustrações de não ter alguns jogos, inclusive alguns do que vc mencionou. Que bom que hoje isso já é um pouco mais viável, a não ser que vc encontre algum triturador de carteiras no ML.
    Fantástico, ainda não vi os videos, mas os verei assim que postar o comentário, senão este texto vai ficar ainda mais longo! hahaha
    Abração

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  8. Saudações, Leo! Tudo bem?
    Eu vim do futuro, do ano de 2020. Não me conhece mas, ainda vai. Até porque, entrarei no QG em alguns anos (no seu período cronológico passado, claro). Rss!!!
    Esse seu relato, se assemelha demais comigo em muitos aspectos. Eu tinha um Atari/Dynavision desde 1986 mas, um primo ou um "filho da vizinha", sempre tinham as novidades antes de mim. Também fiquei maravilhado com as propagandas da Tectoy; embasbacado ao ver o Black Belt, em visita à casa de uma amiga de minha mãe; frequentei locadoras e, vê-las sumir, foi triste; era um voraz leitor da revistas de games... enfim, foi uma época muito bacana e que deixou saudade. E, o QG Master, é uma forma de celebrar isto.
    Abraço.

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