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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Master Review - Wonder Boy III The Dragon's Trap (1989)


Saudações! Adinan novamente, depois de enfrentar muita preguiça e muito trampo! =)

Agora é chegada a hora de continuar a minha série de reviews de Wonder Boy. Restam apenas dois títulos para encerrar o dossiê de Monster World, e nesse post escrevo sobre o jogo que considero o ápice da série. Wonder Boy in Monster Land foi um excelente jogo de arcade que misturava ação de plataforma com elementos de RPG de uma forma muito divertida. Contudo, seu criador Ryuchi Nishizawa ainda não estava satisfeito, pois queria proporcionar ao jogador uma experiência ainda mais complexa e similar a de um jogo de RPG, algo impossível de se alcançar com um jogo de arcade. A solução foi abandonar os elementos de arcade, e passar a desenvolver um jogo para consoles que permitem uma experiência menos casual e mais complexa. Assim, Nishizawa escolhe o Master System e começa a desenvolver uma obra prima.

Wonder Boy III foi ignorado na época graças à dominação da Nintendo na geração 8-bits, mas nem isso foi suficiente para apagar o brilho deste jogo que é uma resposta digna à Super Mario Bros e Legend of Zelda.



O jogo
  • Desenvolvedor: SEGA/Westone
  • Ports: Game Gear, TurboGrafx-16, Wii (Virtual Console)
  • Nome Alternativo: Monster World II - Dragon no Wana
Monster World II é uma sequência mais que direta do jogo anterior, Wonder Boy in Monster Land (Monster World 1), dando continuidade à história a partir do Castelo do Dragão MEKA. Servindo de fase introdutória, o jogador deve enfrentar uma versão "light" da última fase de WB in ML, enfrentando o dragão MEKA no final do estágio. Ao derrotar o dragão robô, este lança um feitiço sobre o herói, transformando-o em um lagarto capaz de cuspir fogo. O herói, agora amaldiçoado, deve escapar do castelo prestes a desabar, e viajar por Monster World em busca da Cruz da Salamandra, artefato mágico que pode remover o feitiço, devolvendo-lhe sua forma humana. Para quem jogou MW1, é muito legal ver a última fase representada no jogo, com direito a um remix da música tema do original, dando uma real sensação de continuidade e fazendo o jogador do game anterior se sentir em casa.

As regras do jogo

A jogabilidade é bem parecida com a do jogo anterior: o herói é equipado com espada, armadura e escudo. O escudo deflete projéteis, e o sistema de magias do jogo anterior permanece intacto. Porém, neste game temos um menu muito mais complexo ao pressionar a tecla de pause, permitindo trocar equipamentos e magias equipadas. Além disso, ao conseguir escapar do castelo do dragão MEKA, uma surpresa: há um mundo aberto para ser desvendado pelo jogador, no melhor estilo Metroid, ao contrário dos primeiros jogos onde percorríamos por estágios. Aqui todas as fases estão disponíveis a partir do vilarejo de Monster Town, porém certas áreas só podem ser alcançadas posteriormente, o que deixa o jogo levemente linear mas mantendo uma sensação de liberdade.

Para conseguir acessar as novas áreas, entra em cena o ponto principal de MW2: as maldições. O herói começa sendo transformado em Lizard Man ao derrotar MEKA, mas ao derrotar outros dragões o herói adquire novas maldições, sendo transformado em Mice man, Piranha Man, Lion Man e finalmente Hawk Man.

Cada forma tem suas habilidades e restrições, abrindo o caminho para novas localidades de Monster World. Mice Man pode escalar paredes com desenho em xadrez, Piranha Man pode nadar, Lion Man pode quebrar blocos no solo e, por fim, Hawk Man pode voar. Assim será preciso utilizar todas as maldições para explorar Monster World por completo.

Além disso, ainda podemos contar com as lojas para fortalecer Wonder Boy. O jogador precisa adquirir dinheiro para comprar novos equipamentos, enquanto que outros estão escondidos em salas secretas. Temos equipamentos muito interessantes, como a espada que cria blocos em uma parede com textura de estrelas, e a armadura que permite que o Wonder Boy mergulhe na lava sem tomar dano. Assim os equipamentos servem não somente para fortalecer o herói, mas também para acessar áreas antes indisponíveis, assim como as transformações.

MW2 é um jogo moderadamente difícil, sendo que a dificuldade depende muito dos equipamentos que o jogador possui. O primeiro MW era extremamente difícil pois o jogador não tinha como voltar e adquirir mais dinheiro, o que poderia deixá-lo sem grana ao passar pela última loja de equipamentos. Aqui em MW2 isso não ocorre, pois o jogador pode realizar backtracking ou ficar matando inimigos para adquirir dinheiro. Lembra da odiada ampulheta do jogo anterior? Esta foi removida, permitindo que o jogador aproveite o jogo a vontade, dando espaço à exploração, que é bem recompensada: afinal, MW2 tem inúmeras salas secretas onde o jogador pode adquirir mais grana, equipamentos e itens especiais. Tem também o novo sistema de password para que o jogador possa "salvar" seu progresso.


Quanto aos inimigos, eles são bem mais fáceis do que os do jogo anterior, mas existe ainda um bom desafio em alguns deles, como os ninjas que darão uma bela dor de cabeça, e os chefes que precisam ter seu padrão de movimentos analisado e decorado para serem derrotados.

Audio e Vídeo

Na questão gráfica, MW2 demonstra bem o potencial do Master System. Os gráficos são bem coloridos e detalhados, e os sprites são muito bem desenhados. Porém, a taxa de quadros por segundo não é muito alta, deixando a animação não tão suave como deveria, e o sprite do herói em sua forma humana não se parece em nada com a arte da versão japonesa para game gear ou mesmo com o sprite do Wonder Boy do jogo anterior. Mas temos cenários muito bem detalhados, deixando o mundo de Monster World um lugar muito interessante e divertido de explorar.

Quanto à trilha sonora, essa é uma das melhores da biblioteca de jogos do Master e da SEGA em geral. São músicas memoráveis que vão grudar que nem chiclete na sua cabeça, fazendo com que assobie algumas dessas composições mesmo depois de ter largado o controle. Destaque para a música dos castelos (The Monster's Lair), que demonstra uma certa melancolia misturada com suspense que me encanta até hoje. Os efeitos sonoros cumprem bem o papel, mas nada muito marcante ou chamativo, acredito inclusive que existem efeitos sonoros melhores no Master System. Mas o importante é que em MW2 os sons não decepcionam. Destaque para a musiquinha que toca quando se encontra um item especial, e o barulho da porta se abrindo que, embora nada realista, é bem bacana.

Pontos Fortes

Os elementos arcades do jogo anterior foram totalmente abandonados, sobrando apenas um jogo de plataforma com elementos de RPG ainda mais fortes. E isso foi um ponto mais que positivo, foi essencial para que a série Wonder Boy fosse relembrada até hoje! A forma como a Westone aliou esses dois gêneros deixou o jogo muito interessante, agradando a ambos os gêneros. É claro que ainda faltam alguns elementos essenciais, como a conversa com NPCs, mas esse jogo consegue ser muito mais divertido que Zelda 2 do NES, pois sua jogabilidade é intuitiva e menos frustrante.

Outro ponto forte é o sistema de transformações/maldições. Pense em um Altered Beast, mas com jogabilidade melhor e com uso muito mais inteligente das transformações. Esse sistema faz com que MW2 seja o ápice da série para muitos fãs. Além disso, antes de ser amaldiçoado, o jogador deve encarar um minigame onde escapa do foguinho azul (que representa a maldição) tentando pegar as moedas que surgem no cenário. São pequenos detalhes como este que tornam MW2 um jogo muito viciante.

E o mundo de Monster World é muito bacana! Desde piramides até castelos nas nuvens, Monster World possui uma variedade de cenários e inimigos diferentes, e sua trilha sonora torna o mundo ainda mais agradável de ser explorado. Em poucos minutos o jogador é sugado para dentro de Monster World, ficando familiar com o mundo virtual como se fosse o seu próprio bairro.

Pontos Fracos

Há pequenos aspectos frustrantes nesse jogo. Um deles é o tradicional Elixir. No jogo anterior o elixir restaurava toda a energia do herói quando era usado. Neste game o elixir funciona de forma aleatória, podendo recuperar toda a energia ou apenas um único coração, o que pode ser muito frustrante nas últimas batalhas contra os dragões. Outro é a movimentação do herói, que às vezes parece ter sabonete nos pés.

E o sistema de danos é um tanto bizarro. Ao levar um dano, Wonder Boy fica piscando e cai para trás, assim como a maioria dos jogos de plataforma. Mas na maioria dos jogos, o herói fica piscando e seu controle é retomado, dando ao herói uma invencibilidade temporária. Aqui em MW2 o herói continua executando a animação de dano mesmo enquanto está piscando. A energia não é perdida, mas ocorrem situações frustrantes onde o chefe fica encurralando Wonder Boy, que insiste em se manter na animação de dano e impedindo o jogador de retomar o controle. É meio difícil explicar, só jogando para conferir o quanto isso pode irritar. Mas não é nada grave.

Por fim, alguns jogadores podem se sentir perdidos em determinados momentos, já que não há NPCs e nenhum indicativo para onde seguir. Quem já esta acostumado com Super Metroid certamente não vai se incomodar nem um pouco, mas para quem está mais acostumado com o sistema tradicional de fases pode se incomodar e até desistir do jogo.

Conclusão


Wonder Boy 3: The Dragon's Trap é uma excelente mistura de plataforma com RPG repleta de charme, cativando jogadores até hoje. Não é um jogo perfeito, mas é um dos melhores jogos da biblioteca do Master System, ficando atrás apenas de Alex Kidd e Phantasy Star, na minha opinião. A trilha sonora deste jogo é sensacional, e o jogo como um todo demonstra o potencial do Master System em fornecer aventuras épicas. MW2 foi uma excelente resposta da SEGA, que merecia muito mais respeito e admiração. Se você não jogou esse game, não perca tempo e jogue o quanto antes essa lenda perdida dos 8-bits!



E com isso termino mais um review da série Wonder Boy, e já estamos quase terminando com a série, restando apenas mais um jogo. No Mega Drive, Wonder Boy in Monster World (Monster World 3) era um jogo bem bacana. Mas será que o port 8-bits se saiu bem? É o que veremos no próximo review!

Abraços, e até o próximo post! =)
Good Night, Brave Warrior. Good Night, Monster Land...

5 comentários:

  1. Terminei recentemente no SHUGAMES (versão Mônica), um dos melhores games que já joguei na vida!

    Só de ver o título do post aqui já me veio na cabeça a música da dungeon, jogo extremamente carismático!

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  2. Na verdade Adinan o elixir não é aleatório. Quando o personagem estiver morrendo não mexa nos comandos (botões ou direcional) e os corações são restaurados ao máximo na maioria das vezes... um abraço e continue com o blog

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  3. Tinha esquecido de comentar: fiquei curioso para saber do fim da série no Master

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  4. @Cosmão
    Pode crer, carisma esse jogo tem de sobra! MW2 é um dos melhores jogos já criados, só é uma pena que o jogo não teve o devido reconhecimento na época, mas esse jogo é uma lenda!

    @MarCel
    Opa, essa eu não sabia. Depois vou testar em casa essa dica. Se ele restaura pelo menos mais da metade dos corações na maioria das vezes já ajudaria bastante! Quanto ao final da série, felizmente só falta mais um jogo para encerrar, em breve falarei desse jogo. =)
    Abraços

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  5. Sei que a intenção é comentar só master system, mas tem também o monster world IV do megadrive, que continua a história do Shion (do Monster World III, ou Wonder Boy in Monster World). É o último da série.

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