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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Up Grade: Phantasy Star II (1989)

Olá, pessoas!!
Como ano passado, ou melhor dizendo, em Novembro passado, readquiri um Mega Drive, e sobrevivemos ao 21 de Dezembro, resolvi comemorar fazendo um balanço dessa transição vital pra História da SEGA, e minha experiência quando joguei a primeira vez.

 Na época, eu ainda estava fascinado por Phantasy Star de Master System. É verdade, eu ainda jogava bem ingenuamente. Nem sabia ainda pra que servia o Manto ou a Mágica Dica de Alis, talvez eu jogasse até com mais gosto, pois era meio mágico cada descoberta. Eu ainda passeava na busca do dragão de Casba, quando soube pelas revistas (um tanto atrasadas no Brasil) das continuações de PS no Mega Drive.
Eis o que vi na minha primeira experiência em 1996!
Para curiosos: Algol é uma estrela binária, na constelação de Perseus .
 A estrela com estranho brilho,  corresponde ao olho da Medusa.
Por isso sua presença e importância em PS I.

GRÁFICOS E SONS

Na época, minha resposta à PS 2 foi: "Ainda gosto mais do primeiro!" A Evolução do clássico aos nossos olhos de HOJE é pequena. A transição do jogo até então com mais espaço utilizado para Master System (4 Megas quase explodindo o cartucho) para um game dos primeiros anos do Mega Drive, teve evoluções sutis, mais caprichadas por se tratar de um 16 bits. Com folga, agora podemos ver os personagens em animações de lutas, mas esse era o mínimo para o 16 bits. O game tem apenas 6 Mega. A primeira versão de 4 Mega ainda daria um belo banho pelos labirintos 3D e o lindo fundo dos diálogos e batalhas (que como diz meu enteado, parece que o cenário do II é uma simulação, tipo sala dos X-Men), tinha perdido um pouco a graça a ausência deles. A arte dos personagens ficou mais anime que o anterior, pois os únicos que tinham estes traços era Myau (gatos mágicos falantes) e Noah (personagens andróginos com cabelos de cor surreal). Os 6 Megas permitiram que os NPC's se movam.

Boxart japonesa: sinceridade, ainda prefiro a ocidental.

Mil novos efeitos sonoros foram adicionados, outra folga dos 16 bits. As músicas são ainda bem bonitas. Só acho (por gosto meu apenas) que a música do terreno em Motavia bem monótona depois de certo tempo, o que não acontece nos outros temas, todos muito bons. Todas as músicas da versão Master achava excelentes. Mas a música de batalha de PS II é bem mais empolgante. Todas tem um clima futurista, nos labirintos parecem saídos de um anime, enquanto os de PS I parecem saídos de algum filme épico, principalmente nas cidades de Palma.  


MAIS STAR DO QUE PHANTASY
O governador de Motávia, menos bonachão que o do primeiro jogo...

É no enredo que fiquei mais chocado em relação à PS II. Somos tirados de Alis, pois a trama é no ano 1284 depois de Waizz Landale, enquanto o primeiro foi 342 WL. Este universo foi duplicado quando  tudo mudou!!  O desértico Motavia agora é irrigado por um sistema chamado Climatrol, por sua vez o sistema Algol inteiro é controlado por um computador chamado Mother Brain. Em Motávia, Paseo virou uma gigantesca capital (como acreditamos que serão nossas cidades em 50 anos) e Uzo uma ilha inundada.

A história começa com um pesadelo do agente motaviano Rolf: a batalha final entre Alis e Dark Falz. Rolf recebe uma missão e aceita relutante a ajuda de sua "irmã de criação", a numan (misto de humanos e biomonstros)  Nei, e partem para retomar a harmonia da Estrela da Fantasia.
Se você já assistiu mais de cinco animes de ficção, é muito fácil descobrir o final (eu descobri na hora, e você?).

É um pouco frustrante saber que PS 1 foi a última aventura com Alis. Bem, existe até uma no pequeno e simples Phantasy Star Gaiden de Game Gear (1992), que muitos não consideram canônico, mas até encaixa em algumas lacunas da trama como ela ter deixado filhos.
Por que nos deixou tão cedo, Alis?!!

Aliás, é o carisma dos personagens que procura compensar o game anterior, temos 7 personagens contra 4 do primeiro. Começamos com a dupla Rolf e Nei: Rolf é a essência de Alis, mas tem algo de Noah como um guerreiro mago. Nei, a numan (fusão de humano com biomonstro) é uma bela moça como Alis, mas também é um gato como Myau (segundo o mesmo tipo de poderes e restrições de armas e proteções exclusivas). Rudo nos fará lembrar de Odin com suas armas variadas e seus músculos, mas tem cara de poucos amigos. Outras moçoilas do jogo tem papéis bem específicos: Amy, a doutora, tem habilidades defensivas e curativas como os clérigos. Já Anna, a caçadora, além de especialista em projéteis cortantes, suas técnicas são especializadas  em potencializar o combate de colegas. Hugh e Kein, não tem tanto carisma quanto os outros personagens, mas são os que completam o clima de cyberpunk com suas especializações, o primeiro como biólogo (bom para combater biomonstros) e o segundo com máquinas (bom para robôs e computadores). Para completar Shir, a ladra, talvez não fosse uma personagem benquista em PS 1, todos do grupo tinha algo de nobre, aqui é um ambiente cyberpunk e toda ajuda é bem vinda. Você não vai até eles, como na maioria dos RPG's: eles ofereciam seus serviços a cada cidade que você visitava ou o Laboratório.


O que pude perceber (como RPGista de carteirinha) é que PS 1 parece beber de AD&D e Star Wars, já PS 2 vai mais para  GURPS cyberpunk. O mais interessante é que o efeito "futuro" afeta muito a ambientação. Boa parte dos efeitos místicos-épicos da estória são trocados por efeitos futuristas. O clima cyberpunk é total. Os monstros da mitologia são trocados por criaturas de laboratórios de Hollywood. O encanto se esvaiu quando não podemos nem tentar falar com eles. As magias são chamadas aqui genericamente de "técnicas",  que confundem também com dispositivos tecnológicos. Veremos Ant Lions e Slimes em Motávia do primeiro jogo, mas só!  Aqui veremos até pterodontes (Terakites e Reptiles) de Jurassic Park!
 Só em Dezo que veremos monstros mais "místicos". Em Dezoris, que só aparece no fim mesmo do jogo, você nem fala mais língua dezoriana, precisando de um Chapéu Mágico, embora outro os faça mentir.
Das peças cômicas como o bolo de 1000 mesetas (culinária rara algoliana, imagino!) de PS I, temos a goma de mascar de Maruera que permite respirar na água. O Land rover dá lugar a um Jet Scooter, agora que Motávia tem oceanos.
O que mais senti falta na diminuição do elemento "Phantasy" é que no lugar da Igreja (ninguém aqui tem cara que reza!), você vê seu EXP no Banco de Dados (sendo agora o save point) e ressurreição é num laboratório de clonagem!!! A coisa é fria mesmo!
Credo! Que medo ter que reviver por você!

As missões no enredo de usar dinamites (raras num planeta, enquanto na Terra vendem a granel pro Talebã), investigar bancos de dados, e precisar de cartões para acessar computadores são muito boas para um jogo sci-fi.

[SPOILLER DETECT]
Mas o mais interessante em PS II são os momentos dramáticos como quando um dos NPC's mata a própria filha e se explode, muito antes de Osama. (Quem diz que era chocante pra época, pode ler alguns mangás que já tinham coisas deste tipo)
Ver a morte de Nei, enfrentando Nei 1 é outra coisa que frustrou-me como fã da gatinha, por isso em PS IV planejavam tornar Fall a Nei II.


E no final, com a explosão de Palma, meu mundo caiu, ao ver meu colega jogar! Isso indicava mesmo, o que PS sem Alis seria: nada mais seria como antes.
[/SPOILLER DETECT]
Mas com certeza, você já jogou e sabe tudo isso, né?

ISSO É A EVOLUÇÃO, INEVITÁVEL
A dificuldade é muuuito maior. Antes em PS I, com toda dificuldade ajudava você a entender o jogo com um primeiro labirinto inofensivo e um ou outro pequenino. Em PS II, você já começa enfrentando monstros pauleiras. A primeira cidade é meio longe então a morte é facinha. Dificil mesmo, em PS I é quando você não evoluiu o suficiente e tem de ir atrás das armas laconianas e entrar em Baya Malay. Não tem nenhuma Suelo para ter recarregar de graça (truque que fiz sempre que estava em Palma).  Em PS II já precisa de inicio do telepipe e do escapipe pra voltar pra casa correndo. São os piores labirintos que peguei num game. Desde o inicio. O sistema de teleporte nas cidades que você já visitou, é mais que necessário, Yuji Naka e Rieko Kodama deviam saber que seu então novo filho, não era pra qualquer um! Você tem algum refrescos com algumas armas e equipamentos especiais que liberam técnicas sem gasto, mas só no final do jogo. Ainda o lendário visifone que a ladra Shir rouba, permite salvar o jogo de qualquer ponto, mas só quando ela está no Level 10.

Como parece que agora a fonte é GURPS, o importante do personagem não é mais sua "classe", mas seus atributos (Strng). Seu personagem se arma com a mão esquerda ou direita, ou as duas.  As magias, digo, técnicas, podem ser desviadas como qualquer ataque, e os inimigos tem desvantagens às vezes mais por armas, às vezes mais por técnicas.  O repertório de técnicas é enorme, com vários graus e as armas bem personalizadas por personagem. A maioria das mulheres, por exemplo, só usam as capes como armadura, mas Nei só usa uns poucos itens exclusivos como garras.

Lutz ou Noah, personagem que liga as duas estórias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como nas típicas estórias de mangá e anime, dá a sensação que PS 1 era um game pra ser acabado de uma tacada, só. E na tentativa de inovar e continuar, arremessam para um mundo que seria algo tipo um PS III e não PS II.Talvez isso seja bom.
Não foi bom para o pessoal que criou PS III, diz que custou a carreira (de trabalhos excelentes) de muita gente. A própria edição limitada de PS 1 para Mega Drive no Japão, provou que o primeiro ainda é insubstituível! Mas teremos o prazer de saber que a lendária série da SEGA foi gerada no Master System.


17 comentários:

  1. Olha só, não é que o Mega Drive tá pintando por aqui mesmo? Hehe. Eu não sou muito fã de PSII. Acho que o PSVI é um game fantástico e foi realmente o ápice da série. Um dos motivos de eu não gostar de PSII é a dificuldade exagerada no começo do game. Fiquei horas num labirinto e cada minuto que passava com menos energia e esperanças de encontrar a saída. Acho que nunca dei uma chance de verdade para o game e é algo que eu devo remediar num futuro próximo.
    Parabéns pela resenha!

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    1. Oi Marcel. Acho que dei pra conseguir no Mega só games dificeis... Acho que PS II não foi bem dosado, o inicio tinha que ter o elemento "estou treinando, pegue leve". Mas agora vou levando este game e quero zera-lo.
      Obrigado, mesmo. Abraço.

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  2. o Phantasy Star 1 é realmente marcante a aqueles que o jogaram. eu mesmo comecei o PS 2 e parei, mas nesse ano prometo continuar daonde parei e terminar o game. e todo mundo gosta da Alis, não conheço nenhum fã de PS que não goste dela, Alis tem um carisma incrível. e faça aqui mais matérias com o Mega Drive, nem que seja de vez em quando

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    1. Acho PS 1 completo e perfeito, não precisava de mais complexidade pra ser bom. E acho uma pena que Alis não foi mais aproveitada na série, apenas como "elemento lenda". O carisma dela na época era exatamente o que falta nas minas de games de hoje: ser forte sem ser sex-bomb.
      Farei mais MD's sim, pode aguardar! =)

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  3. Eu fico pensando o que seria aquele labirinto da represa em 3d (mas não aquele labirinto 3d da nova versão "generation") e sim um labirinto com paredes bem próximas, como no PS1. é um jogo bem difícil, mas até meu irmão curtiu quando ficamos presos nos labirintos, porque o desafio vai à mil.

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  4. Ia me esquecendo... Se Phantasy Star fosse um filme, a ilustração na parte traseira da embalagem japonesa teria que ser o final. É perfeita!

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    1. O labirinto 3D tinha que ter em todos os jogos na minha opinião, mas isso torna o primeiro game 8 bits ainda insuperável.
      Abraços

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  5. E reconheço a importância de PSII mas tenho a mesma opinião do MarCel, é um jogo bem injusto e desbalanceado em termos de gameplay, ao contrário,de PSIV que é gostoso de jogar até hoje. Mas o mais interessante e tenso de PSII é a história que ficou bem mais depressiva e dramática, sem contar o final que é um dos mais WTF de todos os tempos. Mas enfim, é um bom jogo e pretendo zerar num futuro próximo.
    Abraços

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    1. Sim, acho que foi a dificuldade que estragou um pouco (só posto sobre games dificeis do Mega! kkk) Mas PS II ainda é um bom jogo, coloco como o 3º lugar da série.
      Abraços

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  6. Phantasy Star 1 do Master system é PERFEITO!!!

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    1. Sim, acho que ele ganha dos outros pela simplicidade sem excessos. E vai rolar matéria sobre PS 4 também.

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  7. O laboratório de clones para reviver me lembra a ressurreição de Crono em Chrono Trigger.

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    1. Me lembra alguns animes como Evangelion e Nadesico, com certeza influencias para os jogos da série.

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  8. Muito bom artigo, Devaneio. Phantasy Star é uma das minhas séries favoritas, zerei os 4 jogos da série clássica, e estou coincidentemente jogando o II no celular. Realmente, o II é bastante difícil no começo (principalmente devido aos labirintos). Mas depois que o cara pega os itens Truth Sleeves, Amber Robe, Cresce Gear, e Aegis o jogo fica fácil demais na minha opinião. Basta usá-los como itens numa luta, que garantem cura ( Gires), e pode ser usada ilimitadas vezes. Na minha opinião, só deveria haver no máximo 2 destes itens.

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    1. Obrigado, Eduardo.
      Isto é o que acho início difícil, final fácil. Acho que teria que ser o contrário pra ser justo. Aliás, PS IV fez isso.
      Abraços

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