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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Especial Zeebo - Tekken 2


Saudações, amigos do QG Master!
Tudo bem com vocês?
Este será o primeiro texto, de uma série, onde abordarei o Zeebo, por meio de seus jogos. O “famigerado” console da Tectoy, no ultimo dia 25 de maio, completou 10 anos de lançamento. Sei que ninguém pediu, não marcou a vida de gamer algum e nem foi um sucesso de vendas (muito pelo contrário, foi um fiasco). Então, por quê falar dele?
O farei para, quem sabe, desmistificar um pouco a idéia de que é uma porcaria tão grande como dizem. Farei algumas considerações sobre sua história e deixar impressões pessoais. Sou um dos poucos mais de 30 mil proprietários (número estimado de vendas) e, em meu console, tem quase todos os títulos que foram disponíbilizados. E, podendo contrariar a lógica de muita gente, gosto e jogo ele até hoje.
A caixa do meu Zeebo. Nela, consta Street Fighter Zero,
que nem chegou a ser lançado.
A primeira coisa que digo é que ele tem jogos bons e ruins, como qualquer console. O problema é a sua biblioteca muito pequena, cerca de 50. Em compensação, os que considero realmente ruins, são dois ou três.
O ponto crucial para entender meu ponto de vista, é onde enxergo como o maior erro da Tectoy: emparelhar o Zeebo ao Playstation 2. Ainda que não tenham feito isto de forma muito explícita, chegaram à fazer comparativos de desempenho em geração de polígonos e que, títulos daquela plataforma, também poderiam ser jogados nele (vide o polêmico, Resident Evil 4). Mesmo na época, já tinha sido descoberto, que o equipamento não passava de um “celular consolizado“ que, por si só, já derrubava a tese de que era algo páreo ao produto da Sony.
O fato do hardware ser desta forma, não seria um problema tão grande. Games bacanas poderiam ser feitos - e foram - mas, passar uma impressão tão longe da verdade, não ajudou em nada. Qualquer pessoa, assistindo à um video no Youtube, notaria isto facilmente. Para piorar, seu preço de lançamento foi de R$599,00, grana suficiente, para pegar um PS2 e uma cacetada de DVDs piratas.

Penso que, caso a Tectoy tivesse sido mais honesta, o fazendo como um game de entrada com preço mais acessível, talvez - ainda assim, pouquíssimo provável – tivesse tido melhor sorte no mercado. Até começaram bem, lançando clássicos de sucesso (Quake 2), portando games mobile de empresas indies (Heavy Weapon) e títulos de grandes a Eletronic Arts e Capcom. Porém, ao longo do tempo, uma mudança de postura por parte da sócia majoritária mexicana - que assumiu o controle dos negócios também no Brasil - colocou tudo a perder de uma vez. Mas, este, será assunto em outro texto. Agora, vamos falar de...


A Namco foi uma das empresas que pularam no barco logo no começo, com algumas de suas principais franquias. Se isto não foi uma prova que o projeto tinha potencial, não sei mais o que seria. Pacmania, Ridge Racer, Alpine Racing e Tekken 2 foram bem portados, mesmo, se considerarmos, os cortes necessários para se caber nos tamanhos de arquivos para download. À saber, a Zeebo Net - rede 3G que alimentava o sistema - trabalhava com jogos de 8, 25 e 50 megas.
Com o dito acima, o “Game das Tretas dos Mishimas” sofreu corte de todas as cutscenes e vozes dos lutadores (ficando apenas a do narrador). Levando em conta que o desafio é alto, derrotar todos os oponentes e não ver uma mísera foto no final, chega à ser decepcionante... isto, claro, para quem tem um Playstation dando sopa em casa. Mas, para quem tem somente um Zeebo, o jogo presta? A meu ver, sim.
No Zeebo, os lutadores receberam uma boa polida. 
Graficamente, esta versão consegue se sair melhor em certos aspectos, como a suavisada que deram nos polígonos, algo muito parecido, com o que a Sega fez em Virtua Fighter 2. Não que, o videogame da empresa japonesa, não pudesse ter o mesmo tipo de técnica mas, a Namco, o fez aqui. Convenhamos, em 2009, merecia mesmo uma boa polida.
A parte sonora, evidente, perde por não ter a qualidade de um CD. Ainda assim, os Midis usados para as melodias, foram convertidos de forma muito boa, ficando bastante fiéis ao material original. O mesmo vale para os efeitos onde, as pancadas, dão a devida dimensão de sua potência (especialmente, os golpes mais violentos).
Já a jogabilidade, é um pouco mais lenta mas, tudo funciona “de boas” e de forma responsiva. Você poderá jogar com todos os lutadores, da mesma forma, como no arcade e no Play porque as mecânicas foram preservadas. E, quando disse todos os lutadores, são todos mesmo! Nenhum ficou de fora no Zeebo. Porém, metade deles, será necessário destravar, seguindo certos requisitos (como jogar com a Nina Willians, para habilitar sua irmã Anna). Quem já fez esse trampo antes, o procedimento é o mesmo no aparelho da Tec Toy (até o desespero para liberar o Devil, está igual).
Além disto, Tekken 2 comporta dois jogadores no modo Versus e Arcade. Também existem os modos Treinamento, Sobrevivência e menus de ajuda, comandos... tudo, com textos traduzidos para o português (uma regra no Zeebo).
 
Metade do elenco do game precisa ser destravado. Mas, o Devil, deu um trabalhão, viu?

Considerações Finais - O Zeebo é, claramente, um console com poder comparável ao PS1, não ao PS2. Foi uma mancada enorme da Tec Toy, cometida, logo no início. Aliado ao preço pra lá de salgado em seu lançamento, afugentou o consumidor e ajudou na má fama.
No meu caso, como sabia o que estava comprando - além de aproveitar uma oferta de R$300,00 na Americanas.com (um indício que, as coisas, já não iam bem) - aproveitei o videogame pelo que ele é mesmo, sem expectativas acima da realidade. Talvez, por isto, não tenha me decepcionado com nada.
Em Tekken 2, ocorreu, justo o contrário. Quando vi os “bonequinhos” melhor trabalhados, não tão quadradões, achei um ponto bastante positivo. “Ah! Não tem filminho? Posso ver no Youtube”, brinquei com isto na época.
Somado ainda, ao fato que, apenas os arquivos de mídia estão ausentes (mas, com o conteúdo principal preservado) faz deste jogo, uma boa pedida de porradaria gamística.

Até mais!

P.S.: O Zeebo tem se tornado um console “cult”. Até existem gringos atrás dele, principalmente, pela versão exclusiva de Double Dragon (que será tema também). Se, por acaso, tiver interesse e achar um exemplar com todos os games instalados e preço bacana, creio que vale a pena ter na coleção.


Taí, o meu Zeebo. 10 anos de bons serviços prestados.

3 comentários:

  1. Respostas
    1. Valeu, Rock!
      Mais textos virão sobre esse videogame, que é mais polêmico que "mamilos". Rss!!!
      Abraço.

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  2. Oi Douglas!
    Não vi seu post.
    Esse revival do Zeebo tava falantado por aqui. A série Tekken eu confesso que noguei pouco, em detrimento de KOF e Street Alpha que jogava no periodo, mas sei que tem suas qualidades.
    Parabéns e continue falando do Zeebo aqui.

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