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domingo, 30 de março de 2025

Divagações Gamísticas - Nº 2

TMNT – Tournament Fighters é um jogo inacabado?

Saudações, amigos!

Tudo bem com vocês?

Então... vou começar “soltando a braba” logo de cara! Seria, a versão Mega Drive de Teenage Mutant Ninja Turtles – Tournament Fighters um jogo inacabado?

Deixando claro que, não tenho base factual para embasar o que escrevi aqui. Tampouco, não vi quem insinuasse a mesma coisa em todos esses anos, principalmente, nos dias de hoje com as várias fontes existentes na internet. Pode ser que haja mas, não me deparei com nenhuma delas. Em suma, são apenas impressões minhas, ocorridas recentemente.

Primeiro, um contexto histórico...

Lá em 1993, quando pude experimentar o game, o curti. Como tudo era novidade e nem havia bagagem para compará-lo com os demais do gênero, basicamente, apertava botões junto de alguns “hadoukens e shoryukens”. Entretanto, bastou conhecer as versões para os consoles da Nintendo e a indignação bateu forte... até a versão do Nintendinho é mais dinâmica e bem ajustada.

Com o passar do tempo, já habituado com Street Fighter 2 e suas contrapartes, esse Tournament Fighters ficou quase injogável pois, nada funcionava, da forma como achava que fosse no passado. O quê aconteceu? Desaprendi à jogar um fighting game? Na verdade, foi o contrário... meu nível subiu e não se encaixava mais em meu padrão.

Desde o ano passado, tenho revisitado games que julgava ruins, para uma espécie de “tira teima”. Quis saber se eram mesmo ou, não tinha dado a devida chance. E foi neste contexto, somado ao fato de ter achado a rom que possibilita usar os chefes, que encarei novamente esta produção infame da Konami.

De cara, já chamou a atenção, o fato de terem conseguido deixá-los jogáveis, incluindo, a inserção das imagens deles na tela de seleção com seus devidos slots (onde o cursor os ilumina). “Peraí! Isso já estava na programação”, pensei. Para piorar, o Triceraton tem, até, um Desperate Move (DM) e os outros chefes (Krang e Karai) não. “Que coisa estranha!”.


Pesquisando, soube que o acessório de cheats Game Genie, tinha o código que os habilitava. E, os comandos listados, batem com essa rom hackeada: “Opa! De fato, eles já estavam na programação”. Fuçando mais ainda, vi que a versão que a Konami usou no Kowabunga Collection dá para escolher os bosses e, para ficar pasmo de vez (apesar de ter silhuetas no lugar das fotos), estão dispostos na mesmíssima posição da versão hack. Para mim, estava comprovado, a Konami os escondeu de nós... por quê?

Minhas pesquisas não pararam aí... baixei o manual. Nele, tem uma parte muito peculiar, justamente, no que se refere aos DMs. É dito que são golpes tão devastadores que, preferiram, não revelar. Mas, como assim? Qual o sentido disto? Se executá-los, verá que os danos são ridículos e, a impressão que ficou, é que não regularam isso direito. Uns tiram cerca de 30% do total da barra de vida, enquanto outros, tiram por volta de 60%... fora que, há os que bugam quando não acertam o oponente. Se desejarem ver um vídeo onde mostra isso em detalhes, acessem https://www.youtube.com/watch?v=dCOITCJOP28 ... chega à assustar, o tanto de glitches, que esse jogo tem.

Então, vamos lá....

1) O game tem uma mecânica rasa, que parece, saída no final dos anos 80. Não é possível encaixar golpes em sequência pois, só aceita, um input por vez (similar, ao primeiro Fatal Fury). É uma produção de 1993 que já nasceu defasada, em relação, aos que saíram neste período; 
2) Em várias situações, as caixas de colisão, não correspondem ao tamanho dos sprites. Também, não possui uma física que, nos dá a noção real, que o golpe pegou no outro boneco, com aquela “travadinha” quando o ataque o toca;
3) Não foram bem definidos, os efeitos dos golpes considerados fracos e fortes. Por vezes, um ataque fraco derruba o oponente, enquanto, o forte não. Mas, como existe uma contagem de hits para ocasionar tonteamentos, fica difícil saber quando isto ocorrerá, atrapalhando na estratégia; 
4) Os cenários são estéreis, sem vida, com pouquíssimas animações (quando tem). Por exemplo, no cenário do já citado Triceraton, tem um dinossauro enorme que ocupa a maior parte da tela. Não o fizeram nem mexer os olhos ou, uma gota de baba caindo da boca, que fosse. Por mais que a proposta fosse boa (os cenários tinham este potencial), acabou ficando bem feio. É um Mega Drive, tinham que caprichar mais;

    5) Trabalhar com apenas dois botões de ação, deve ter dado bem menos trabalho para a equipe de animadores. Adotar o controle de 6 botões do Mega (que já havia virado o padrão) para quê, né? Acharam que não sentiríamos falta nem, que teríamos inveja, dos donos de um Super Nintendo?;

6) 6) Chefes finais escondidos pela própria Konami. Supondo que não tiveram tempo de refinar o jogo, acharam melhor, omiti-los do que programar os golpes faltantes? Além disto, ainda negaram informação sobre a execução dos DMs, fazendo graça disto no manual. 

     Esses indícios, me fazem suspeitar, que entregaram o game antes de ser devidamente finalizado. Tal prática não é rara na indústria e, razões para isto, variam muito. O resultado do que nos foi vendido, teria sido motivado, por prazo apertado? Trampo jogado na mão de estagiários? Favorecimento à Nintendo? Todas as opções anteriores? Nunca saberemos, até que, algum dos envolvidos apareça e abra o bico. 

     Por fim, para dar uma aliviada...

    Teenage Muntant Ninja Turtles – Tournament Fighters está no mundo há 30 anos e, mesmo dividindo opiniões, tem sua base de fãs. Eu mesmo, tenho certa simpatia por ele, pela época saudosa de quando o conheci pela primeira vez.

    Se nunca o jogou e quiser experimentá-lo, sugiro que vá com o pensamento de aproveitá-lo pelo que ele é, sem comparações com os melhores do segmento... iria perder miseravelmente. Também, deixe de lado a “Escola Street Fighter”, por ter mecânicas simples como o primeiro Fatal Fury. Mas, chame um amigo para um Versus Mode pois, o Single Player, será uma tortura com suas falhas de jogabilidade e CPU extremamente safada.

     Até mais!


 


 

 

 

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