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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Master Review - Master of Darkness (1992)


É meia noite, sexta feira de Lua Cheia! Venha por conta própria! Pegue o empoeirado Master System e entre no submundo dos games, com o clássico Master of Darkness. Este game é um dos clássicos que surgiram junto com Kenseiden para competir com a série Castelvania do NES. 



A ERA VITORIANA
O game se ambienta há 100 anos atrás (120 agora!) na Era vitoriana. Que raios é isso? Era a época em que ainda o domínio do mundo estava na mão do Império Britânico, "onde o Sol nunca se põe". Uma época em que pela primeira vez a crença no mundo como progresso e felicidade foi abalada. Os soldados ingleses contavam estórias exóticas e apavorantes da Índia e da África. A Scotland Yard investigava os crimes londrinos causados pela neurose da nova sociedade de industriais e miseráveis. Estórias de Sherlock Holmes, escritas por Conan Doyle, e os contos do estadunidense Alan Poe (O Corvo, o Gato Preto) enchia de dúvidas sobre o caráter humano e a inventividade para o crime. A alta sociedade francesa e inglesa se fascinava com estudos paranormais feitos a partir das estórias das Irmãs Fox nos EUA. Robert Louis Stevenson havia criado seu "O Médico e o Monstro" a partir de casos reais da carnificina médica na Escócia. Um verdadeiro prato cheio para a estória de Master of Darkness
Cut-scenes enredam a estória. Dr. Social não encontra sua amiga...
O Dr. Ferdinand Social (o cara é mestre em ciências humanas ou é anti-social?) não recebe notícias de uma amiga. Usando a tábua de Oui-ja (se sua mãe viu essa cena do jogo na época, poderia ter jogado o cartucho fora e queimado no fogo!) os espíritos dizem para ele ir investigar o Rio Tâmisa, onde mulheres estavam desaparecendo. Pois um ser maligno pretendia ressuscitar o terrível Drácula! Dr. Social sem hesitar pega apenas seu punhal e parte pra enfrentar as forças do além.

Dica: Ataque as paredes dos becos sem saída,
 pois podem haver passagens e itens.

GRÁFICOS E SONS
Quando vi os gráficos pela primeira vez, estranhei. Eram embaçados e a subida de escadas era estranha. Depois, entendi que era esta a intenção, reproduzir a Londres enevoada. São bem sombrios e detalhados.  Luzes piscando nas salas lacradas e relâmpagos ao enfrentar os chefões aumentava o clima. Nosso Dr. é um cavalheiro e se move com graça, não necessariamente agilidade. Destaque para o interior do relógio na terceira fase. A música então, é super adequada lembrando a trilha sonora de filmes de terror, contando com as limitações de timbres do áudio. A vinheta na conclusão de fase dá frio na espinha. A terceira trilha sonora no Relógio reproduz uma música de órgão que dá uma bela tensão no jogador. 

Dica: o morcego é um inimigo fraco, mas como
tem movimentos imprevisíveis, pode dar muito trabalho.

COMO UM FILME DE TERROR
Existem 3 pontos muito positivos neste jogo. Primeiro é a opção de itens, que visava superar Castelvania. Ao quebrar as máscara flutuantes (que a primeira vista causa um senhora estranheza), Social tem a poção vermelha que recarrega sua vida, o boneco vodu (outro motivo pra sua mãe jogar fora o cartucho!) que lhe dá 1 UP, as pedras que dão pontos, o cristal que limpa a tela de inimigos, e as armas de contato e distância:
Armas de Contato (a estaca é a melhor para muitos jogadores):
Punhal: Alcance: 0, dano: 1
Machado: Alcance: 1, dano: 4
Estaca: Alcance: 2, dano: 3
Espada: Alcance: 3, dano: 2
As Armas de distancia são acionadas com Cima+1 (o projétil é o melhor, embora nem saibamos o que é, mas é raro encontrar):
Balas de prata: Dano 1
Bumerangue: Dano 2
Bomba: Dano 3
Projétil: Dano 4

O que não entendo é porque justo quando você está perto do chefão, você já está com uma arma boa, na pressa de pegar o item, você quebra a máscara e lá está o punhalzinho do início do jogo...
"Por que você pega a faquinha? Porque eu quero te irritar!"
O segundo ponto positivo é o adensamento do jogo. Como num filme, as cut-scenes explicam a estória do game. Na primeira fase, você ainda não sabe de nada, e só encontra inimigos normais: psicopatas, morcegos e cães, quando você se aproxima do casarão aparece a primeira fantasma... No Museu de cera Madame Tussauds, os móveis inocentes se mexem e te atacam, e no cemitério aparecem esqueletos!!

Dica: Se liga que vários objetos no cenário rico em detalhes são
 possuídos pelas forças do mal. Isto é, você vai ser atacado!
Quer dizer, a coisa vai ficando mais assustadora conforme você avança e nenhum detalhe assustador daquela Londres foi deixado. Tudo como um conto de terror, nada foi esquecido (eu bato em que falar que não tem múmia, isso é coisa egípcia e não vitoriana!). Até Jack o estripador e Madame Tussaud, que existiram mesmo, fazem uma ponta como chefões.  

Haverão muitas lutas, ao todo 5 fases triplas,
até você chegar no Castelo de Drácula!

MINHA VINGANÇA SERÁ MALIGNA!!!
Ok, nenhum jogo 8 bits de terror (nem um de 16 bits) assusta como um Resident Evil. Mas numa época que 80% do jogo era a imaginação do jogador, esse game é um prato cheio e obrigatório para fãs de terror. Aproveite aquela madrugada sozinho para jogar, é uma experiência que não esquecerá.

22 comentários:

  1. Muito bom esse game jogeui no emulador mais nao terminei quando tinha meu master era louco pra ter esse game mais nao o achei um dia ainda vou termila-lo muito bom o review rodrigo gostei muito.

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    1. Ricardo, eu nem dei muita chance a esse game, gostei mas achei difícil na época, eu tentava achar a saída do relógio e nada! Procure sim porque é um ótimo game. Abraços

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  2. Cheguei a ver na casa de um amigo meu mas não cheguei a jogar mas lendo aqui fiquei muito afim de jogar vou colocar na minha lista de jogos a jogar viu .

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  3. Ótimo review. Esse jogo na minha opinião é um clássico do Master System. Em alguma coisas acho melhor do que o Castelvania, como por exemplo em questão de gráficos. Não joguei muito e bem se quer consegui salvar o game, mas aproveitando essa matéria, irei jogar. Vlw.

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    1. A série Castelvania é mais famosa, até ouvi dela num desenho chamado "Cyber Chase" na cultura, mas este concorrente da Sega, foi feito pra superar com a variedade de armas, gráfico e variedade de cenários.
      Vá logo jogar que é muito bom!
      Flows

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  4. Esse eu nunca joguei, mas se entendi ele não só entrou pra competir com Castlevania como praticamente era um clone dele? hehehe
    Não que eu tenha jogado muito este jogo, joguei mais o SotN (no PSX), mas esse lance de colocar item porcaria perto do chefe é bem Castlevania, por exemplo.
    Que pena que não conheci o Master of Darkness até hj. Chega a ser tão bacana quanto o Castlevania? Ou melhor?
    Gostei da piada do Social! kkk! Se fosse hj em dia, Dr. SOCIAL "não recebe notícias de sua amiga" daria um belo de um mimimi na rede social favorita dele. Vish, a minha ficou ruim! huahuahua
    E, verdade, nenhum jogo de 8/16 bits dá pra considerar como terror, nenhum me deu medo ou assustou. Engraçado que eu tinha medo e assustava com alguns jogos de Atari 2600, mas foi por outros motivos! kkkk
    Vou ver se encaro o jogo qualquer dia.
    Abraço

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    1. hahahaha o Caduco sempre me faz rir, imagina o Dr. no facebook vitoriano? Ele é um clone melhorado, né? Mas por tradição, alguns preferem o game da Nintendo.
      Vou pega-lo de novo semana que vem, ainda bem que arrumei o meu esse ano, mesmo loose.
      abraços.

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    2. Cara, esse jogo me deu tanto medo quando eu era moleque que me lembro dum pesadelo que tive com ele quando era criança.

      Tinha na base de 9 pra 10 anos, dormindo na beliche de cima e, com tanta preguiça, nem tirem a colcha de crochê pra dormir. Sonhei que tinha que matar o Drácula com meus projéteis (eram pratinhos de plástico de festinha de aniversário). TENSO! Ele me mordia e eu tinha pouco tempo pra matá-lo antes de morrer. Jogava meus projéteis e pulava pra desviar dos morcegos dele.
      Meu primo acordou e acendeu a luz, me viu pulando, de pé na beliche, SONAMBULISMO PURO, chorando, sacudindo os braços, quando meu dedão do pé enganchou no crochê da colcha e eu caí que nem um saco de bosta DE TESTA NO CHÃO!
      Mas fiquei mais experiente. Vou poder contar para os meus netos que sobrevivi a um duelo com o poderoso Drácula e só saí com um galo na testa! Essa vai virar história!!!

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  5. Eu tive esse jogo quando criança, ganhei da minha madrinha. Zerei de todos os jeitos! Era o meu predileto, de longe. Em número de horas jogadas, só perdeu para a saga de Sonics.

    Que raiva eu tinha do Conde Massen (Count Massen)!!! Esse cara sempre voltava! A única coisa que me decepcionou foi o último boss, mas aí eu deixo pra galera (no entanto, a música do último boss é emocionante)

    Mas há uma reclassificação que, se não me falha a memória, devo fazer (nomenclatura de acordo com o que lembro do manual oficial tec toy):

    Armas de curto alcance

    Adaga: Alcance: 1; dano: 1
    Sabre: Alcance: 4; Dano: 2
    Estaca: Alcance: 3, dano: 3
    Machado: Alcance: 2, dano: 4

    As Armas de distância são acionadas com Cima+1:
    Revólver: Dano 1
    Bumerangues: Dano 2
    Bombas: Dano 3
    Projéteis: Dano 4

    Pra entender quanto vale um dano:

    Dano 4 = Tira uma bolinha de life do Boss
    Dano 2 = Tira meia bolinha de life do Boss

    Quanto ao Museu da Madame Tussaud(sim, é TussaUd), o jogo dá a entender (pela cultura de Londres) que a segunda fase é o famoso Madame Tussauds (o 's' diferencia o museu do nome da criadora), no entanto, a chefe da segunda fase é referenciada como 'garota psíquica' (a que invoca a caveira gigante). Acho que ainda não tinha esse lance de propaganda nos games, da forma como é hoje em dia.

    Aliáaaas, as propagandas eram muito bacanas! Todas as propagandas eram da Sega ou Nintendo, dentro dos jogos.


    Grande post!

    Abraço.


    Duds

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    1. Duds, valeu mesmo pelo comentário!
      Quanto às armas, me baseei no manual também, mas errei algumas coisas. Sua classificação tá quase correta. O alcance da faca é 0, e o das balas é 2. Mas sua hierarquia de dano tá correta. Vou fazer o update na matéria.
      O nome é Tussauds mesmo, fica na Baker Street, a rua do Sherlock Holmes...
      Já tinha propagandas nessa época, em jogos mais antigos que este.
      Abraços.

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    2. É isso mesmo! Bala de prata! já tinha me esquecido do nome! Se você quiser matar um chefe qualquer vai precisar de 32 balas de prata (4 pra cada bolinha de life) ou de 8 projéteis (1 pra cada bolinha de life).

      Vc tem o manual aê? Bota um scan bonito pra gente!! Ia ficar lindo na coleção!

      Quanto ao Tussauds, o comentário foi com respeito ao nome da Madame Tussaud e o museu homônimo Tussauds.

      Depois de ler o post tive que tirar a poeira do Master e relembrar o jogo numa TV de 14" CRT (cortesia do Giga)!!! Hooo saudade! Devo ter ganhado meu primeiro Master of Darkness em +- fim de 1993 ou início de 94 da minha madrinha. Joguei muito!

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  6. Ótimo review Rodrigo! Eu confesso que, apesar de gostar desse jogo, eu nunca fui muito longe nele. Quero pegar um dia pra terminar. Gosto muito do clima que o jogo proporciona, e os gráficos dele são show. Seria interessante um Castlevania para o Master System, acho que ele ficaria com os gráficos nesse estilo.

    Abraços!!

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    1. Com certeza Matheus. Eu não dei valor pra esse game na época, mas hoje reconheço o quanto ele é bom e quero zerá-lo de novo! Imagina o Castelvania Master....
      Abraços

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  7. Cassilds ta aí um review RARO de se achar.
    Excelente Review muito bem escrito,e muito bem lembrado uns dos games que mais gosto na interface desse universo vasto em que vivemos.
    ACho que para o MAster System eles foi um dos melhores jogos,gráficos incriveis,uma trilha sonora no caramba,realmente um jogo muito bom ;)
    Parabens continue assim.

    Abração

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    1. Heavy, o povo do QG sabe que eu me senti na obrigação de fazer um review deste game! Eu nunca achei nenhum completo na blogosfera, então acabei querendo fazer um, pois é um game campeão! Quem sabe depois de uns meses não surge um detonado do game aqui?
      Abraços

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  8. Fantástico Rodrigo, o review está super completo e esse jogo merecia algo assim. Muito bom trabalho, fiquei com água na boca pra jogar novamente.
    Abração!

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    1. Brigado, chefinho!!
      Você sabe o quanto curto esse game, que já caiu em vários TOP 5 do QG!
      Bora jogar de novo!

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  9. Excelente review, Rodrigo! A SEGA foi muito feliz ao desenvolver esse game, que em diversos pontos supera bastante o Castlevania. Na época não cheguei a jogar, mas depois que joguei no emulador ele se tornou um dos meus jogos prediletos para o console. Mas ainda não terminei este game, espero encontrar um tempinho em breve para zerar o quanto antes.
    Abraços

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    1. Masters não foi simples, joguei e gostei.
      Conforme joguei e aprendi, que fui me encantando por ele.
      Eu queria algumas coisinhas legais do Castelvania nesse game, mas aí seria uma copia lavada. hehehe
      Quando eu zerar legal pois sempre morria no Drácula, aviso.

      Abraços.

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  10. Maravilhoso esse game, detonei de cabo a rabo e digo, não fosse o nome "Castlevania", esse game seria o típico jogo de terror dos 8bits! Pena (até onde eu saiba) não ter havido continuação ou remake do próprio.
    Abraço!

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    1. Brigado, Logan!
      Bom, o fantasma de Castelvania nunca abandonou este jogo ao contrário de outros jogos rivais que a SEGA produziu para competir com a Nintendo. Eu curti mais Masters por causa exatamente das diferençais (armas e cenários).
      E faltou mesmo uma continuação, abraço.

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