O Master System (SMS) é um console que, mesmo não obtendo o sucesso que a Sega pretendia em território norte-americano e japonês, não significou – nem implicou - que não possuísse jogos memoráveis. Em sua primeira leva, a própria empresa foi responsável por, praticamente, toda a biblioteca de títulos, entre originais ou conversões de sucessos dos arcades... trabalhos que demonstraram toda a competência de seus programadores.
Em comparação direta com seu concorrente, o Nintendo, a diferença entre versões chega a ser gritante. O SMS acabou tendo ports muito fiéis aos originais (“Mas, bota muito nisto!”). Exemplos não faltam como o Double Dragon, Ghoul’s and Ghosts, Altered Beast, Space Harrier, Shinobi... estes, e tantos outros, demonstravam do que o 8 bits da Sega era capaz de fazer.
As histórias – Tirando os RPGs, que conseguem ter uma trama mais elaborada, nos demais estilos, não dá para afirmar que possuem histórias. Não passam de meros argumentos para embalar a jogatina. Desta maneira, estes três jogos de pilotagem vão pelo mesmo caminho. Seguem suas descrições:
Galaxy Force: A Galáxia de Junos corre perigo. O maligno 4º Império prentende expandir seu poder conquistando esta parte do universo também. Incontáveis planetas já caíram perante sua força mas, Junos, tem um diferencial que pode livrá-la, e à todos no universo, deste mal: a Galaxy Force. Mesmo sozinho contra todo um exército, você é o melhor piloto à bordo da melhor espaçonave e as chances de vitória só dependerão de sua perícia.
Thunder Blade: Seu país está sob ameaça de poderosos grupos terroristas. O caos já começa à ser sentido pela população e fábricas, refinarias, ou mesmo pequenas cidades, já sofreram ataques. Você, junto do mais moderno helicóptero já criado pelo homem, podem por fim em tudo isto. Pilotando o Gunship Gladiator, você batalhará sobre a terra, o mar e até mesmo dentro de cavernas destruindo aeronaves, tanques e maquinários de guerra gigantescos... mas não tema! Sua coragem, aliado ao poder de fogo de sua imponente aeronave, tem tudo para sair bem nesta importante missão. Vá, derrote as forças do mal!
Os gráficos de Galaxy Force são muito bem feitos. Sua beleza se faz notar, principalmente, dentro dos corredores das bases inimigas com sua boa simulação de ambiente 3D. |
Thunder Blade: Seu país está sob ameaça de poderosos grupos terroristas. O caos já começa à ser sentido pela população e fábricas, refinarias, ou mesmo pequenas cidades, já sofreram ataques. Você, junto do mais moderno helicóptero já criado pelo homem, podem por fim em tudo isto. Pilotando o Gunship Gladiator, você batalhará sobre a terra, o mar e até mesmo dentro de cavernas destruindo aeronaves, tanques e maquinários de guerra gigantescos... mas não tema! Sua coragem, aliado ao poder de fogo de sua imponente aeronave, tem tudo para sair bem nesta importante missão. Vá, derrote as forças do mal!
After Burner: Você é um Capitão dos Ares da Marinha Norte-Americana e está no controle do mais avançado jato de combate: o F-14 Tomcat. Esta poderosa máquina - que poderia incendiar os céus - pode voar em velocidade superior à Mach 2 e tem a capacidade rastrear e travar mira em vários alvos simultânemente, graças ao seu moderno computador de combate. Mesmo assim, não se sinta seguro pois acaba de ser convocado para contra-atacar a horda inimiga que rompeu os limites territorias de seu país deixando clara suas intenções de ataque e que colocaram fim à paz. Mostre que é um Ás da pilotagem, derrube todos os inimigos e volte para casa vitorioso!
Parte Técnica – Os três games possuem mecânicas similares (se não iguais) e, tecnicamente falando, se equivalem. Mesmo Thunder Blader com menos memória que os outros (2 Megas contra 4), a comparação direta não chega a ser tão desigual.
Galaxy Force é o que apresenta melhores gráficos. Durante as fases, tanto em espaço aberto ou dentro dos corredores da base inimiga, vemos um trabalho de primeira por parte da Sega... os cenários são muito belos. Destaque para o interior do complexo inimigo onde é possível ver uma simulação de ambiente 3D muito competente (para o que se tinha na época, claro). Tudo isto, embalado por uma trilha sonora caprichada que te ambienta bem na ação.
Entretanto, esta beleza toda pode ter custado caro. GF é um jogo extremamente curto e suas 5 fases são percorridas em, no máximo, 10 minutos. A dificuldade, sempre será algo relativo e que variará de jogador para jogador. Ainda sim, arrisco dizer que é muito fácil porque, a única parte que exigirá maior domínio das manobras é, justamente, dentro do complexo militar. No começo, bater nas paredes será comum mas, logo se aprende e, aí, o fator replay “vai pro espaço”.
Em After Burner, a primeira coisa que logo se nota é seu rítmo frenético de ação. É um game que não te dá muito tempo para pensar... piscou, morreu! Este “pique louco”, acabou por prejudicar a parte gráfica onde os programadores tiveram que pegar leve no visual em prol do restante do conjunto. Sem falar que, o número de estágios é bem maior comparado à GF: 18, ao todo.
A jogabilidade é perfeita e você tem controle total de seu F-14. É possível, até, fazê-lo girar em seu próprio eixo, movimento acompanhado do giro de todo o cenário na tela... efeito pouco visto em games nos anos 80/90, menos ainda em 8 bits caseiros. A parte sonora é um show à parte e sua trilha é uma das mais famosas no mundo dos games. Este é um fator que ajuda demais durante a batalha, te “adrenalizando” na medida certa porque, a tarefa é complicada... um jogo extremamente difícil (principalmente, depois da 12ª fase com os mísseis teleguiados).
Já Thunder Blade, em teoria, está em defasagem nesta comparação, uma vez que ele possui metade da memória dos outros dois. Mas, ele saiu perdendo? Não necessáriamente.
Esta cena em After Burner ficou famosa. A decolagem do porta-aviões da Sega, virou um clássico no mundo dos games. |
A jogabilidade é perfeita e você tem controle total de seu F-14. É possível, até, fazê-lo girar em seu próprio eixo, movimento acompanhado do giro de todo o cenário na tela... efeito pouco visto em games nos anos 80/90, menos ainda em 8 bits caseiros. A parte sonora é um show à parte e sua trilha é uma das mais famosas no mundo dos games. Este é um fator que ajuda demais durante a batalha, te “adrenalizando” na medida certa porque, a tarefa é complicada... um jogo extremamente difícil (principalmente, depois da 12ª fase com os mísseis teleguiados).
Já Thunder Blade, em teoria, está em defasagem nesta comparação, uma vez que ele possui metade da memória dos outros dois. Mas, ele saiu perdendo? Não necessáriamente.
Ao longo de suas 5 fases, você terá dificuldade crescente, chegando num ponto que o deixará “Louquinho da Silva” por conta da saraivada de tiros que dispararão em sua direção. Estas mesmas fases são divididas em três estágios e, com um diferencial bacana comparado à GF e AF: as perspectivas de visão alternam, em terceira pessoa (por trás do veículo) e aérea (por cima da nave). Isto deu um ar de novidade à TB como se fosse um “jogo dentro do jogo”, um elemento ausente nos outros.
Os gráficos são muito bonitos e rivalizam com os de After Burner, ganhando em grau de detalhamento. Contra Galaxy Force perde neste quesito mas, vence em larga escala em “Fator Replay” por ser um jogo mais robusto conceitualmente. A parte sonora se mantém em um bom nível, perdendo por pouco em relação aos outros mas, ainda apresenta boa qualidade em efeitos e trilha sonora.
Com os controles em mãos, dou empate técnico aos três games, uma vez que possuem os mesmos comandos: Botão 1 para a metralhadora e o 2 para mísseis. A única diferença de fato são, em AB, o manche seguir os de um avião na vida real (invertidos na vertical e horizontal) e, em TB, na visão área, os mísseis só acertarem alvos no chão.
Thunder Blade, pode não ter o mesmo requinte que 4 megas de memória poderiam oferecer mas, possui um diferencial: Suas duas perspectivas de visões durante a ação. |
Considerações Finais – Todo gamer que se preze, ao menos, precisa ter conhecido essas pérolas da Sega em algum momento na vida. São títulos - ainda que em suas versão mais modestas de Master System - tidos como ótimos exemplos de como eram divertidos e viciantes.
Puxando a sardinha para esta geração “Retro Gamer” (não curto muito este termo), nunca mais fizeram algo no mesmo nível, ainda que hoje existam "milhões de polígonos renderizados em tempo real”. Faltam aos games atuais, de uma maneira mais ampla, essência.
Eram como se fossem trabalhos artesanais sendo esculpidos, desenhados ou montados pelo seu criador... trabalhos que são pequenas obras de arte, construídas pixel à pixel. Tanto Galaxy Force, Thunder Blade ou After Burner, podem ser incluídos facilmente nesta mostra.
Até mais!
desse tres games ai citados so joguei thunder blade e nunca passei da terceira fase mais gostava do game otimo review desses tres otimos games cara n joguei os outros mais sei que sao bons afinal sao da sega pro master^^.
ResponderExcluirOlá Ricardo... tudo bem?
ResponderExcluirDe fato, Thunder Blade de Master System possui dificuldade muito elavada e, justamente sua terceira fase, a situação complica assustadoramente. Lembro de ter passado dela algumas vezes somente, não era sempre... em suma, este game ainda não consegui concluir, só a versão Mega Drive que é bem mais fácil.
Então... mesmo hoje, recomendo que experimentem jogos como esses. Pode jogar também After Burner e Galaxy Force pois creio que irá curtir.
Até mais!
esse Galaxy force parece bacana, me lembrou o Star Fox, pela foto mostrada. e after burner é tão difícil e frenético. ainda vou arrumar um tempo para termina-lo, grande post.
ResponderExcluirGalaxy Force (GF)"explodiu meu cérebro" quando o joguei pela primeira vez. Voar dentro dos corredores, com aquela sensação de 3D tão bem feita (e sem precisar dos óculos), numa época como aquela, foi delirante.
ExcluirQuando escrevo, evito dizer manhas ou táticas pois prefiro que descubram por si mesmos, como parte de toda a curtição que um game pode proporcionar.
Mesmo assim, digo que há um procedimento que deixam as coisas bem mais fáceis em GF. Só que, como um todo, é um jogo relax e, captado o jeito, "já era"! Ao contrário de After Burner e Thunder Blade... estes são o "cão chupando limão". Rss!
Até mais!
Oi Douglas, ficou muito maneira a idéia de linkar 3 Reviews de forma comparativa com os grandes shooters drives do Master.
ResponderExcluirEu curti muito After Burner, aliás o que me instigava neste jogo é que eu já tinha o minigame, lembra?
Já o Galaxy force, eu ainda bato (shooters são minha fraqueza depois dos de corrida! hehehe) dentro das instalações. Eu curtia a música futurista e os gráfico e por isso ainda tenho um na coleção. Aliás, só zerei porque descobri a dica pra ficar invencível! ehehehe
Belo post.
Abraços.
Salve, Rodrigão! Tudo bem contigo?
ExcluirDemorei até escrever algo novo, estava todo enrolado aqui, mas parece que deu certo agora. Rss!
Então...
Com esse tempo todo de "carreira", informações sobre games foram absorvidas. E, com todos os que curtem feito nós, não é diferente.
Como sou muito fã de Space Harrier, After Burner, Thunder Blade(entre outros neste estilo), notava uma similaridade grande entre eles. Anos atrás, quando soube que o criador destes se chamava Yu Sukuzi, o link estabeleceu-se. E este meu post nasceu por lembrar disto.
Você citou algo bacana, os Mini-Games Série Master da Tectoy. Quem estiver lendo isto agora e não sabe do que se trata, saibam que eram joguinhos bem simples, com tela de cristal líquido, mas que eram versões dos títulos que saíam para Master System. Eu nunca cheguei a jogar, muito menos vi um de perto funcionando, só lacrado em vitrines de loja. Mas, quem tinha um, gostava bastante.
Se bem que, naquela época, eu tive alguns destes que vendiam aos montes em camelôs (vindos via Paraguai) que eram equivalentes à estes mini-games da Tectoy e achavam o máximo... para falar a verdade, sendo videogame, ainda mais nesta época de empolgação total, valia jogar qualquer coisa. Hahahaha!
Quanto à Galaxy Force, o que tenho aqui é um dos meus 7 cartuchos originais, que ganhei em 1991. Portanto, é um dos meus xodós. Ainda tenho o manual dele e, assim que tiver um tempinho, vou escaneá-lo (e todos os que aqui tenho ainda)e disponibilizar para o acervo do QG.
Já quanto à sua experiência com este game, dê uma chance à ele... nem é tão difícil quando se pega a manha. Você vai ver, vai concluí-lo rapidinho.
Até mais, meu amigo!
Abraço.
Também achei muito maneiro a forma como você uniu os 3 jogos em um único post, Douglas! No começo achei estranho ver 3 jogos no mesmo título, mas faz muito sentido até porque os 3 jogos são bem parecidos. E o post ficou muito gostoso de ler, bem nostálgico e focando mais na diversão proporcionada em cada jogo, adorei!
ResponderExcluirQuanto aos jogos, só não conhecia Galaxy Force, fui jogar no emulador esses dias e fiquei impressionado com o potencial gráfico dele, mas em matéria de diversão não chega nem aos pés dos outros dois. After Burner é uma delícia, um dos meus jogos prediletos com uma das melhores trilhas sonoras da história dos games, pena que sou ruim demais nesse jogo, e nem sabia que o jogo era tão longo! E Thunder Blade é um clássico muito divertido, simplesmente adoro esse jogo, apesar de ser o pior dos 3 em quesitos técnicos, mas é indispensável para a biblioteca do Master.
Abração!
Valeu Adinan!
ExcluirEntão...
Se você ficou impressionado com o Galxy Force hoje, imagine como foi minha reação ao vê-lo em 1991. Posso dizer que foi uma coisa embasbacante... bons tempos que, a cada novo jogo, era uma surpresa nova.
Já thunder Blade, em minha opinião, se somarmos todos seus prós e contras, não fica perdendo para os outros dois. No geral, esses três games se equivalem de uma forma ou de outra.
Por razões óbvias, prefiro a versão de Mega Drive mas, a de 8 bits, ainda é um jogão. Eu tinha a versão Master em cartucho mas, anos atrás, "sumiram" com ele... e para achar outro, tá difícil. Rss!
Até mais!
Excelente texto, Douglas.
ResponderExcluirSão jogos que possuem a jogabilidade meio parecida, mas impressionante como eu detesto Thunder Blade! uhauhahua
After Burner vc lembrou dos mísseis teleguiados, me fez lembrar que até a fase 12 dava pra passar todas as fases indo pra um lado da tela, não? Depois o bicho pegava e eu só via Game Over.
Galaxy Force joguei pouco, mas lembro que era bem divertido.
E o Thunder Blade já falei que não curtia, achava meio "duro", complicava demais a jogabilidade e deixava o jogo injusto. Todas as versões dele que joguei, não curti. Pode ser birra, sei lá, mas enfim... uhahuahua
Abraço
Saudações, Gamer! Obrigado pelos comentários.
ExcluirEssa questão de bronca com determinado game, é curiosa. Algumas vezes, não há motivo técnico envolvido, pode até ser bem feitinho, mas a birra acaba surgindo por alguma razão.
Eu tenho bronca com Danan - The Jungle Fighter. O jogo é ruim? Não necessáriamente e, até, há muitos defensores. Acontece que, na época, o jogo foi muito "Hypado" sendo muito elogiado por todas as revistas por mesclar elementos de ação e RPG. Aí, fui seco atrás dele... e nada... não achava em canto nenhum.
Quando, finalmente, pude jogá-lo, veio por meio de um conhecido chato pra c@#$%&*# que tinha... daqueles que te emprestam, te dão prazos curtos e ainda ligam lembrando: "É para entregar amanhã, até meio dia!" (nem locadora fazia um troço desses!).
Em suma, eu já peguei o jogo na bronca e ainda não foi o que eu achava que fosse. Pior... é um jogo tão fácil, mas tão fácil que eu o terminei logo na primeira jogada!
Só de raiva, levei o cartucho na casa deste meu conhecido logo depois: "Ué! Mas já?", ele disse, e eu "Já fechei essa porcaria!" (respondi). Lembro que ele não gostou, me desafiou dizendo que estava mentindo e, lá vai eu provar... joguei e concluí novamente, bem na frente dele. Rss!
Até mais.
HAHUAHUAHUAHU!
ExcluirNossa, humilhou!
Mas é engraçado, tinha uns caras que eram muito encanados mesmo. Prazo pior que locadora, cômico! hauahua
Acho que minha birra com o Thunder Blade é culpa da versão de Mega... eu ainda vou tirar a prova disso! Se eu fizer, vou lembrar de dar a resposta aqui!
Ótimo post, Douglas!!
ResponderExcluirEu confesso que uns tempos atrás não curtia o After Burner e Thunder Blade, primeiro porque já tinha jogado as versões do Mega Drive, e segundo (no caso do After Burner) porque tinha mais preferência aos shooters com a progressão lateral e vertical (R-Type e Power Strike, por exemplo), mas depois deixei esse preconceito de lado e passei a jogar bastante esses títulos. Agora o Galaxy Force é fantástico, imagino a sua expressão quando jogou isso na época haha.
Abraços!!