Vamos tratar hoje de um jogo mais
uma vez inspirado em anime, mas não lançado no Ocidente, que se popularizou
pelos emuladores e pela tradução de fãs. Vamos investigar gangues de colegiais
com uma linda anti-heroína, em Sukeban-Deka II.
MUSEU DE VELHAS NOVIDADES...
Uma época muito boa para os
otakus brasileiros foi a hegemonia do Canal Locomotion/Animax. A partir dele, o
público brasileiro e ibérico teve contato com animes desconhecidos até então,
mas velhos conhecidos dos japoneses. Entre as pérolas, estava um OVA de um
mangá bem antigo, porém cativante, e ainda atual para o público brasileiro.
Era Sukeban Deka, que contava a
estória de uma Delinquente (Sukeban), que a polícia
aceita como Detetive (Deka) para investigar gangues dentro de escolas, tudo isto para tirar (ou só
adiar) sua mãe do corredor da morte.
Seu codinome agora é Saki
Asamiya, e para não levantar suspeitas, sua arma era um Yo-yo metálico. Suas colegas, Kyoko (“Okyo”) e Yukino. Com certeza, você se lembrará de brigas
de escola em Yu Yu Hakusho ou super
gangues como em Static Shock (Super Shock no Brasil). Sim,
os ordeiros japoneses também possuem seus alunos deliquentes que vão muito além
do bullying.
Saki teve várias imagens, no mangá, no anime e no Live Action. Na capa do Mark III ela aparece de cabelos azuis, diferente do jogo. |
CADÊ
O SUKEBAN I?
O período de 1986-1988 foi o
momento em que SEGA ainda lutava com a Nintendo no Japão pelo mercado 8 bits.
Na primeira safra foram investidos vários jogos baseados em animes e
infelizmente, por motivos comerciais, os jogos ficaram restritos ao Oriente ou
remodelados. Sukeban Deka II foi
mais um destes investimentos em emplacar o Mark III.
O jogo é
chamado de “II” porque é inspirado no segundo OVA: “The Legend of the Girl in the Iron Mask” e tem
vários personagens da série de TV. O jogo é um action RPG que assume a mecânica
de vários jogos. Basicamente funciona como outro anime-game bem querido aqui no
QG, o Spellcaster, com um menu para
diálogos, pegar itens e escolher cenários, do qual temos a sensação de ser o
sucessor deste game. Já a parte action, você luta no estilo Double Dragon. E de quebra, entra uma
parte do jogo que temos labirintos 3D como em Phantasy Star. Você assume o
papel de Saki Asamiya, mas para quebrar a monotonia, Okyo e Yukino participam
com você no menu. Já a pancadaria fica por conta de Saki. Ela sozinha dá conta
do recado.
Cena do Shoujo Tekkamen Densetsu! |
GRÁFICOS E SONS
Apesar de ser à primeira vista um
game interessante, os gráficos são de “estreia de console” como diz Adinan, as
cutscenes tem desenhos muito básicos sem grandes detalhes, e o gráfico das
lutas está no nível do Black Belt. Um
dos bosses, o Yamato N.1, por exemplo,
que é bem musculoso, é meio mal desenhado. Os sons cumprem seu papel, as músicas
como na maioria dos anime-games do console são animadas, mas não são
alegrinhas. O som do cursor fazendo “pim-pim” a cada escolha é que pode chatear
numa investigação demorada de um cenário.
A versão em inglês está disponível pela Enigmaopoeia. |
CONDENADA A SER LIVRE...
Você começa sua investigação no
quarto de Saki com suas cumplices, já perguntando o que você fará, é na pressão
que você investiga. O menu (se você encontrou a Rom em inglês) terá as
seguintes opções nesta ordem:
MOVE – Move as três para o local
escolhido. Às vezes precisa ir para o portão ou o Saki’s Room para escolher o
novo local
SPEAK – Okyo inicia uma conversa.
TAKE – Saki pega um item especifico.
USE ITEM – Saki usa o item selecionado no inventário.
EXAMINE – Okyo (usando uma mira)
investiga objetos e pessoas.
HIT – Saki toca e utiliza os objetos
e pessoas. Funciona como uma forma mais especifica do Examine.
FIGHT – Saki cai dentro em quem está
na sua frente.
DROP ITEM – Dispensa objetos do inventário.
À principio você utiliza o menu
principalmente pra investigar as salas de aula e você é livre pra escolher a
escola. Divertido é encontrar nas salas com o Examine, referencias nada úteis, mas divertidas ao Alex Kidd e Teddy Boy Blues e
até Okyo encontra o mangá Pygmalio e o próprio mangá de Sukeban Deka. As
meninas não são nada modestas no ginásio quando dizem que são mestras em
basquete e ping-pong. E quando falha encontrar qualquer coisa, é recomendável
usar o Hit. A opção Use Item
tem uma curiosidade: entre os itens tem um Pendant,
um cordão com a foto da mãe que ela contempla. Novamente, não é a utilidade,
mas o complemento do enredo.
Dica: Antes de aceitar o desafio (Fight) coloque primeiro a Iron Mask (Use Item). Você terá invencibilidade temporária contra o Boss. |
Já as batalhas é a parte menos
glamorosa: você primeiro enfrenta uma gangue de estudantes no pátio, e deve
evitar a todo custo ser prensada na parede. Saki pode andar no fundo do cenário
e usa dois ataques: o Yo-yo que acerta numa distância boa no chão ou com o pulo
sem sair do lugar, e a voadora, que é acionada apenas com o salto pra frente.
Este último ataque é útil mas demorado, pois Saki precisa completar o mortal
pra enterrar o pé nos inimigos, o que torna difícil aplica-lo nos gangsters,
sempre colados em Saki.
Já os bosses, tem outra
semelhança com Black Belt. Todos
eles tem um padrão de luta, e cabe a você descobrir a melhor forma de vencê-lo.
Pelos diálogos, você nota que a famosa Saki é muito querida na escola...
Dica: Yamato só aceita golpes no rosto.
Fique longe para ele correr e salte para jogar o Yo-yo na lata dele!
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Digo que gastei um pouco do meu
pobre fosfato cerebral para descobrir onde exatamente ia encontrar certos itens
como a máscara de ferro (Saki seria parente de Luis XIV?) pensando que até
professores poderiam ser cumplices dos vilões, até lembrar um pouquinho de
quando assisti o anime, o que pode ajudar. Exatamente quando parecia previsível
a investigação, apareceu o primeiro labirinto, não tem aquele efeito de PS, mas é um labirinto 3D, chegando eu
a tomar um belo susto no fim dele...
Ah sim! Não resisti em incluir: Também temos a Saki de cabelo Roxo! |
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Posso falar que apenas consigo imaginar
este jogo, dado seu gráfico, suas músicas e enredo, num ambiente doméstico de
adolescentes japoneses dos anos 80, nenhum outro lugar para ter sido conhecido
em sua época (sim, eu tive vizinhos japas!).
A principio parece um jogo
simplório, mas ele vai te prendendo com criatividade, como qualquer jogo de
busca. Para quem curte animes mas não
liga para jogos de gráfico básico, Sukeban
Deka II não é um clássico eterno, mas pelo seu estilo único, é recomendado
para jogadores retro e fãs de um bom anime. É hora de investigar!
Interessante esse jogo viu tenho que dar uma conferida.
ResponderExcluirOlha, Rock. O jogo tem um conceito bem inovador pra época, não dá sono! kkk Gosto muito!
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