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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Master Review - Dynamite Düx (1989)


Saudações amigos!

Retomando os Master Reviews, hoje vou falar de um beat'n up curioso e muito divertido, um daqueles jogos que diferencia a SEGA e seus consoles da concorrência. Só mesmo a SEGA para criar algo tão bizarro e único porém divertido pacas!

Hoje vamos falar de Dynamite Düx, o jogo do patinho azul bom de briga! Um joguinho bizarro com temática de cartoon que foi portado dos arcades. Foi meu primeiro contato com o gênero Beat'n up, embora não seguisse os moldes mais complexos de Final Fight ou mesmo Double Dragon. Mas lembro de ter gostado muito do jogo na época em que aluguei.
Achei divertida a capa do patinho vermelho que mais parecia o Pica Pau jogando uma bomba em um trio de cachorros bizarros. É mais um daqueles jogos que me ganhou pela ilustração, bem feita para os padrões do Master, e felizmente não me decepcionei.

Enfim, vamos analisar esse jogo que foi minha porta de entrada para uma longa carreira de briga de rua e porrada em meliantes pixelados.



  • Desenvolvedora/Publisher: SEGA
  • Ano de lançamento: 1989
  • Tamanho: 256KB (2 Mega)
  • Gênero: Beat'n Up
  • Jogadores: 1
  • Fases: 5
  • Demais plataformas: Amiga, Amstrad CPC, Arcade, Atari ST, Commodore 64, ZX Spectrum

Dynamite Düx é um port da versão original dos arcades, com algumas mudanças por conta da capacidade do Master System. Pra começar uma má notícia: ao contrário da versão de arcade, este jogo é para apenas um jogador. A mesma maldição de Streets of Rage 8-bits acontece aqui também, uma pena porque jogos de beat'n up são muito mais divertidos quando jogados em dupla.

Domingão no parque Villa Lobos, só alegria...

...Só que não. :(
O enredo é bem básico. Na versão de arcade, Lucy tem dois patinhos de estimação, Pin e Bin. Ela leva os patinhos para passear além das montanhas pra brincar, quando o feiticeito Achacha O Grande aparece e para fazer juz aos jogos da época ele sequestra Lucy. Aí cabe aos patinhos cair na porrada pra salvar sua dona. Como a versão de Master é para apenas um jogador, o roteiro foi levemente modificado: o jogador controla Mickael, namorado da Lucy. Eles decidem passear e no meio do caminho Achacha sequestra a garota e transforma o pobre rapaz num patinho azul, assim o jogador precisa derrotar Achacha para salvar Lucy e retomar a forma humana de Mickael.

Achacha conta com um exército peculiar de personagens bem cartunescos e estranhos, com os cachorros sem patas que ficam pulando por aí, soldados lobos com canhões, jacarés boxeadores, porcos sumô e outras bizarrices bem criativas que costumam combinar com o cenário dos estágios, que variam desde cenários urbanos até velho oeste e Japão Feudal. Os chefes já não são tão criativos: uma chama de fogo gigante ou uma pedra com um círculo de outras pedras que a protegem, sendo que esses dois se repetem nos estágios posteriores. Até mesmo Achacha é um vilão bem fraquinho e sem sal.

Olha lá o Coronel Sanders do KFC!

Controlar Bin é bem simples e intuitivo. O botão 1 soca e o botão 2 pula. Segurando o botão 1 faz com que Bin gire os braços no melhor estilo Asterix, deixando o soco mais forte e aumentando assim sua área de acerto. Temos também a tradicional voadora ao pressionar o botão de ataque enquanto pula. Como eu disse no início do post, Dynamite Düx é bem menos complexo que representantes mais consagrados como Final Fight e Double Dragon pois basicamente não há um sistema de combo. A maioria dos inimigos normais podem ser derrotados com apenas um soco, e não é necessário nocautear todos os inimigos para avançar a tela. Você pode surrar tudo que se mexe ou sair correndo até encontrar o chefão.

Além do soco e da voadora, podemos encontrar também algumas armas pelo caminho. Bin pode adquirir pedras, bombas, lançadores de mísseis, metralhadora e uma arminha que atira jatos de água. Essas armas tem munição finita, sendo descartadas assim que acaba. Boa parte do jogo é no braço mesmo, mas há uma boa quantidade de armas disponíveis pelos estágios do jogo. Com exceção do último estágio, nos demais o jogador dificilmente ficará desarmado por muito tempo, quase sempre chegando no chefe com um pouco de munição para descarregar nele.

Essa arma dispara mísseis teleguiados.
Faça bom proveito e não economize munição!

O jogo em si é curto e bem fácil, e pode ser zerado em menos de meia hora. Quando criança não tive nenhuma dificuldade, e passar pelos estágios foi mamão com açúcar, ainda mais com continues infinitos. De fato não há muita estratégia, basta desviar dos ataques e sair dando porrada em quem estiver na sua frente, sem se preocupar em matar todos os inimigos. No final do dia o desafio maior fica por conta dos chefes que são mais impiedosos e apelões, exigindo bastante do soco carregado, e claro se tiver conseguido chegar com alguma arma será mais fácil ainda.


Esses porcos são derrubados com dois
socos, ou com uma bomba.
Como todo beat'n up, Dynamite Düx deveria ter um fator replay mais alto, mas por conta da falta de desafio e simplicidade extrema, depois que você zera você não se sente muito atraído a jogar novamente, embora as fases tenham bifurcações levando para outros cenários. Mas além do jogo ditar aleatóriamente qual dos dois caminhos deve ser seguido, só esse recurso não ajuda muito no fator replay do jogo. Pode ser interessante tentar zerar usando menos ou nenhum continue, ou bater o score, mas fora isso não há muito o que fazer depois de zerar este jogo.

Dica: para passar por esses alces, o esquema é dar
um soco carregado neles, antes de descer do degrau.
Para um port de arcade, a versão do Master não fez feio, tirando a ausência do multiplayer. Os gráficos e a trilha sonora foram bem traduzidos para as limitações do console, tendo assim uma boa apresentação. Claro que alguns cortes foram necessários: sprites menores, menor quantidade de inimigos na tela, menor variedade de armas, sem a fase de bônus e uma fase a menos, mas ainda assim é um demake que não perde a identidade do jogo original. Uma característica simples mas muito divertida é que quando a barra de energia está quase acabando, Bin apresenta uma cara de cansado para alertar o jogador. É um conceito simples mas bem interessante.

Dica: descarregue sua arma no chefe e depois use socos
carregados no arco de pedras sempre que estiver quase perto do Bin.
A música ajuda a ambientar o jogador nesse mundo de desenho animado, embora ela não seja muito marcante para mim, mas é uma boa composição no geral. Vale destacar a música da primeira fase que é bem legalzinha!

Não sei dizer ao certo se o jogo foi popular, mas além do port de Master System Dynamite Düx recebeu versões para diversos microcomputadores da época, entre eles o poderoso Amiga que teve uma conversão bem fiel ao original do arcade. Mas o jogo em si não vingou em nenhuma franquia e sequer apareceu nas diversas coletâneas que a SEGA já lançou, servindo apenas como curiosidade na história da SEGA. No entanto o jogo foi lembrando em Sonic Fighters e Fighters Megamix, com o personagem Bean The Dynamite que consistia numa versão verde de Bin e com sapatos parecidos com os do Sonic.


Achacha corre feito um maluco, o esquema é tomar cuidado
com os raios que ele dispara em 8 direções.



E é isso meus amigos, no geral Dynamite Düx pode ser um jogo bem legal para apresentar a quem ainda não conhece o gênero Beat'n up. Com certeza é um jogo que vai divertir a criançada, mas depois disso será difícil que retornem, ainda mais depois que jogarem Double Dragon ou Streets of Rage. Mas vale a pena conferir caso você ainda não tenha jogado este clássico obscuro do Master System.

Abraços e até o próximo post. ;)

11 comentários:

  1. Um jogo que nunca cheguei a jogar mas já tinha ouvido falar dele por um outro site fazendo a comparação de ambas versões de Master e Arcade.

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  2. Acho que joguei, achando que era algum do Pica Pau. rsss
    O review tá ótimo, Adinan. Acho que vou jogar um pouquinho no carnaval pra descontrair.

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    1. Opa aproveite o feriadão e jogue algumas partidas, não é todo dia que você encontra um beat'n up onde você controla o Pica Pau rsrsrs
      Abraços :)

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  3. Eu com certeza teria adorado jogar esse game na minha infância! Conheci ele há pouco tempo, na internet, e ele me passa uma sensação gostosa, extremamente nostálgica, sem nem mesmo ter jogado.

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    1. Pode crer! Joguei n infância e amei o jogo! Hoje eu até enxergo alguns probleminhas nele mas o charme do jogo e a nostalgia fazem com que eu jogue Dynamite Düx até hoje!
      Abraços

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    2. Isso! Ele tem... charme! Um charme que eu nunca mais senti em nenhum game depois que fiquei velho, haha! Acabei de baixar, acho que vai ser uma experiência incrível!

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    3. Opa aí sim! :D
      Boa diversão! Se puder baixe também a versão de Arcade, ela é ainda mais divertida!

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  4. Pô, eu achei que o QG Master estivesse parado, não acredito que perdi tantos posts nos últimos tempos. O feed de vcs parou de avisar faz um tempo. Um bom tempo. Enfim...

    Sabe como conheci este jogo? Procurando Dynamite Duke na locadora que só tinha os cartuchos lá, não tinha as capinhas. E tive uma grata surpresa quando cheguei com o jogo em casa, nunca mais quis saber do Duke, só do Dux! hehehehe! Pra valer mesmo, hj não consigo jogar o Duke!

    Eu nunca tinha reparado, mas a abertura é bem ao estilo do Alex Kidd in Shinobi World, não sei se um imitou o outro (ou o outro imitou o um) ou se foi pura coincidência! hehe... muda que não é um espírito que dá poderes, mas sim o vilão que ferra com o herói.

    "Coronel Sanders do KFC!" - kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Verdade que ele não tem muito desafio, mas acho que isso não impede de que ele seja divertido de ser jogado vez ou outra na vida. Não lembrava do soco carregado, verdade! Nem do esquema de passar tudo correndo, mas aí não tem graça... hehe.

    Bean The Dynamite deve ser o Bin... tem que ser! Tem que ser! Aí seria muito épico! Que pena que esse é mais um personagem que desapareceu...

    Cara, que felicidade lembrar desse jogo, eu não lembrava mesmo.

    Muito bacana o texto!
    Abs

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    1. Fala Cadu, beleza? Pois é o feed tá travado nem sei como resolver, mas também é fato que o blog tá meio parado rsrsrs

      Então Dynamite Duke fui conhecer recentemente, mais um jogo que me afastei por causa da capa meio tosca, mas é um bom jogo! Vou falar dele em breve. Aliás sempre estranhei o porque de ambos os jogos ter o Dynamite, se não fossem tão diferentes poderiam ser uma franquia.

      Falando em franquia é uma pena que Bin/Bean seja apenas mais um caixão no cemitério da SEGA. É um personagem bacana que poderia ser mais explorado.

      E concordo, Dynamite Dux é um jogo que carece de desafio, mas nem por isso deixa de ser divertido, tem algo nele que faz valer a pena revisitá-lo de vez em quando.

      Valeu pela visita, abraços! :)

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  5. Boa tarde amigo!

    Parabéns pelo blog, é muito completo.
    Sempre que vou adquirir um novo cartucho para o meu Master System passo por aqui para ler as suas análises!
    Fiquei muito feliz em ver que você abrangeu até os jogos mais obscuros de Master System... pérolas que infelizmente muita gente não teve a oportunidade de jogar na época.

    Continue com esse trabalho lindo.
    O Master System sem dúvida foi o console mais icônico do Brasil.
    Tive muita sorte dele ter sido o meu primeiro vídeo game.

    Forte abraço!

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