Saudações!
Aqui os fracos não tem vez! Este post de hoje é híbrido é história, é review e é
guide também. Após os posts fantásticos de Leo e Douglas sobre Black Belt,
vamos na fonte pra você conhecer Hokuto no Ken.
Tudo
começou há 10 anos atrás. Quando acordei de madrugada e sem sono fui assistir
algum filme que estava passando. Me chamou a atenção um chamado “Guerreiro da
Estrela Polar”. Era diferente de filmes típicos de Jet Li ou Jack Chan. Gostei
e fui procurar um pouco mais sobre a produção, meu surto foi quando soube que
era uma produção de 1995, originado de um mangá antigo, o Hokuto no Ken.
Desapontado
e feliz ao mesmo tempo: Este
anime e mangá criado por Buroson (fã de Charles Bronson) e Tetsuo Hara, eu não
conhecia. E me senti um ignorante no ramo, foi o pioneiro em violência crua, e
embora eu não curta muito, tem seu papel estético na arte. Feliz fiquei quando
soube da relação com um jogo que sempre adorei Black Belt!
Só
fui saber disto 10 anos de depois de jogo, eu sempre achei que a fonte
exclusiva de Black Belt era outro
joguinho de Arcade que eu adorava, Kung
Fu Master, eu curtia heróis de trajes marciais e sem rosto. Era
esteticamente bonito e os jogos se pareciam demais.
Fui
saber que Hokuto no Ken foi o primeiro beat n' up original do Master, e translado para vários consoles, o Mega por exemplo, usou seu nome inglês Fist of North Star. As versões 8 bits foram inspiradas em Kung
Fu Master, mas quando chegou a versão ocidental, suprimiram a história
original, e os elementos que lembraram Kung
Fu Master foram usados pra preencher o jogo.
Por
isso, Black Belt é uma localização
insuspeita, completa por si mesma. É o que vamos analisar e apresentar as
diferenças neste How to Use. Vamos
contar sobre o anime (cuja primeira versão foi exibida em 4 sagas entre 1984 a
1986) enquanto damos as dicas para você arrebentar todo mundo que aparecer!
GRÁFICOS
E SONS
A
maior diferença entre as versões são gráficas mesmo. Há localizações que apenas
mudam os nomes e o protagonista. Black Belt foi um dos mais modificados
graficamente. Em HnK, a estória se passa num futuro apocalíptico em que todo mundo
faz sua própria lei. BB se passa no
tempo presente, no domínio de gangues de artes marciais. A versão brasileira
ainda mantém o enredo de pós-explosão nuclear, e usa os cenários atuais.
A
missão de Kenshiro Kasumi é fazer justiça por este mundo até derrotar Raoh, seu
rival, seguindo o enredo do mangá. Já Riki é percorrer pelo mundo em busca de sua amada
Kyoko. Você lembrou de outro jogo? Eu também...
Em
BB, os cenários são coloridos, quase
alegres, o slow-scroll do fundo ainda dá a sensação de profundidade, além de
economizar bytes com desenhos. As fases 2 e 5 trocadas apenas por noite e dia
(efeito tão agradável em jogos como Samurai
Shodown). Em HnK, os cenários
aparecem destruídos, com construções underground
e céu vermelho digno de Gotham City!
Os
personagens de BB traziam algo
gostoso do fim dos anos 80. Me sinto de volta à filmes como Aventureiros do Bairro Proibido, um boss
ou outro que parece saído do Operação de
Dragão de Bruce Lee e as gangues saídos do clipe Beat It do Michael Jackson! Topetes, faixas na cabeça, as pichações
“coloridaças!!” escritas “fight” ou “go” são hoje tão ingênuas... Nosso próprio herói vai à luta de kimono pra
rua! HnK os vilões são de uma época
mais pessimista, parecem saídos de filmes do Mad Max ou do grupo Secos e
Molhados...
Shin inimigo clássico que é até chato de tão mencionado. |
OMAE WA MOU SHINDEIRU
O
que eu sempre achei que era um efeito divertido em BB, o desmontar gráfico dos inimigos, era uma coisa! Kenshiro é
mestre do “Hokuto Shinken”, seu karatê/kung fu fazia explodir os inimigos! No anime, o
vilão diz que nem doeu, e Kenshiro responde: omae wa mo shindeiru (“você já está morto”) e “boom”! Eu nunca imaginaria.
Colonel, Senhor do Exército Divino. |
Os sons e vinhetas são os mesmos de ambas as versões. As músicas de BB baseadas no mesmo universo marcial otimista, são alegres, não bobinhas, mas passam um certo otimismo. Basicamente se repetem: abertura, vinheta, scroll e boss. Já HnK elas transmitem um sentimento down, não misterioso, mas mais sério, repetindo algumas melodias do anime. A única objeção é que minha esposa sempre diz que ambas as versões parecem o grunhido de um porco quando os inimigos despedaçam...
Toki, coadjuvante mártir, também senhor do Hokuto Shinken. Um dos personagens mais queridos do anime. |
EXAME DE FAIXA
Qualquer
um riria da jogabilidade hoje em dia: Riki/Kenshiro se vira apenas com socos e
chutes simples. Isso já é o espírito do karatê. Eu já curtia o fato que não
havia botão de pulo como outros, era o direcional que cuidava disso. Temos o
super pulo (muito mais útil em HnK).
Alguns blogs lamentaram Kenshiro não usar as técnicas especiais, elas apenas
aparecem no fim das lutas e a maioria é diferente nas duas versões. Mas na
época ninguém esperava usar tais golpes nos jogos de “briga de rua”. Só as
técnicas aparecerem como “fatalitys” já era muito bom!
No
início dos 90, eu já desejava que tivesse defesa ou algum contragolpe no estilo
Takuma Sakazaki, mas não tinha em beat n’up. Tava muito bom! O game permitia
que seus punhos e pés bloqueasse armas como nos animes. Vamos ao tatame, digo,
à batalha!
Chapter 1
Só
quando conheci a versão original, entendi porque as fases são chamadas de capítulos.
Em
BB, estaremos num cenário semelhante
à China. Em HnK, estaremos no
episódio sobre o “Southern Cross Town” e enfrentamos o estilo rival de Kenshiro
em busca de sua amada Yuria. Temos mais sub-bosses nesta fase: o atirador de facas, o cara
do bastão, o clássico inimigo com garras (em BB um espadachim chinês) que lembrava o
Vega, e o gordinho, o Heart. Se
já jogou BB, vai ver como é difícil esta fase sem power-ups pulando!
Dica: o gordinho Heart só cai com socos na barriga! É o Hokuto Juu Hazan. |
Em
BB, temos Ryu (um chinês com nome japonês?!). Em HnK, você enfrenta Shin
do estilo NantoSeiken que mantém Yura refém, rival do Hokuto no Shin, este é o rival clássico de
Kenshiro que deu a maior dor de cabeça! Eles são das constelações do Cruzeiro
do Sul (Shin) e Ursa Maior. Vencê-lo é metódico: quando der socos multiplos (Slash Cross), responda com
rasteiras; quando der chutes, dê voadoras. É necessário você finalizar com um
soco para desencadear o Hokuto Hyakuretsu Ken igual ao golpe em Ryu e ele vai na coluna.
Personagem chato no desenho e no game! Note a mesma roupa roxa de Ryu. |
Após
vencê-lo encontra-se com Yuria e descobre a verdade sobre eles dois. Cena
exclusiva no jogo original.
Chapter 2
Em
BB, estamos em algum reduto
ocidental de punks, USA ou Europa, em HnK,
estamos em “God Land”. Você entenderá porque os “paiakans” saltam, existem
várias plataformas que deixarão o jogo frenético, neste momento a estratégia
“bate e corre” vai ficar atrapalhada, precisando ir mais devagar.
Te vejo em "A menina que roubava livros"! |
Os sub-bosses parecem saídos de algum filme nazista. É melhor que um domador de circo... Se golpear o segundo (o Sgt. Mas que tem as facas) duas vezes antes de aparecer, ele já é derrotado! Há um power-up que recarrega toda a vida, então aproveite.
O
boss de BB era o punk Hawk, o mais fraco. Em HnK temos o Colonel do Exército Divino com seus bumerangues.Você pode ganhar
sem deixa-lo reagir, basta andar e socar na direção dele. Um último soco
certeiro vai vibrar no ponto de pressão e explodi-lo!
Chapter 3
Este
cenário é um grande bambuzal de fazenda japonesa cheio de caratecas como você. Um
único sub-boss com garras para te enfrentar e um dojo como Kung Fu Master. Gonta nos
lembra de Honda de SF II.
Acredite! Dá medo mesmo! |
Em Devil Rebirth, o boss quebra totalmente
o padrão dos boss stages, Devil é um
gigante monstruoso que despertou embaixo de uma arena, (quem lembra de Cassius em Saint Seiya entenderá) e lança rochas, e por isso você mantém o
tamanho pequeno pois o sprite seria enorme. Você o abaterá com voadoras para
enchê-lo de socos no ar!
Em Legend of Cassandra será tenso até no
caminho. Lembra que em BB era uma
fase japonesa cheia de ninjas? Aqui em HnK são
guerreiros com armaduras douradas e machado! Os paiakans mais difíceis. Há dois sub-bosses, um cara
de chicote e uma dupla de espadas que joga shurikens. O boss é quase impossível.
Em BB, era Oni (demônio em japonês) e aqui estamos na presença de ninguém
menos que Toki, um dos irmãos
detentores do estilo Hokuto.
"Prisioneiro 4, tem visita familiar pra você!" |
Toki é um cara do bem, te desafia pra um treinamento, mas ele é extremamente difícil,
pronto pra revidar todos os golpes. O segredo é no canto da tela, mandar chutes
com uma certa sincronia até zerar ambos os life’s. Oni vira pó só sobrando a
máscara, já Toki aceita sua derrota. No anime, usaram o "Heaven Return Palm" com golpes empatados.
Chapter 5
Em Tombstone of Holy Emperor é um remake noturno da fase 2 de ambos os jogos. BB ainda tem uma característica: subentendemos que todos os inimigos são mulheres com seios aparentes e roupas cor de rosa.
Aí, complicou! Eles te caçam nos barris e no parapeito. |
Mas os sub-bosses de lança-chamas dão outro tom porque usam as
plataformas pra te perseguir. Mais tenso ainda é o boss: Você lembra de Rita que já dava dor de cabeça, pois
bem, terá de enfrentar Souther, um
vilão que é imune ao estilo de Kenshiro por ter o coreção no lado oposto. A piramide é o tumulo de seu mestre e sua constelação é a Fênix.
Note a semelhança do corpo de Souther e Rita, te dará pesadelos... |
Você deve evitar seus golpes combo e
pular sua voadora Fenix Soaring Cross. Ele só perde life com golpes que não se repetem, como uma
voadora seguida de soco, ou um soco baixo seguido de rasteira. É necessário o último golpe seja dar um soco quando ele estiver no ar! No anime, eles já estavam fracos, mas Kenshiro dá um Hokuto Merciful Punch. Poucos tem
paciência pra vencer!
Chapter 6
Finalmente,
você enfrenta o vilão. Em BB temos o
chinês Wang que detém Kyoko refém,
já em HnK temos Raoh é um dos 3 conhecedores do estilo Hokuto. Agora é com você!
Lembra desta cena? Mas com outro sabor! |
Quando há um
sucessor, os outros conhecedores tem a obrigação de guarda-lo em segredo, ou
perdem a vida. Raoh é seu companheiro de estilo e irmão. E você deve
enfrentá-lo. Ao vencê-lo, Raoh petrifica, pois usa sua energia nele mesmo, já Wang paralisa meio sem explicação.
O Grande Wang reconhece o poder de Riki... Assim eu entendia esta cena! |
O BALANÇO GERAL
Decidi julgar os dois pontos da questão: e se Hokuto no Ken fosse importado pro Ocidente como tal? Quais seriam os prós e os contras?
KENSHIRO: Foi uma oportunidade perdida
trazer Hokuto no Ken para a Europa, os
States e o Brasil, talvez isso ajudaria a entrada mais cedo da cultura nipônica
no Ocidente. No Brasil já tínhamos mais esta abertura. O jogo original é bem punk e o desafio bem maior!
RIKI: Black Belt foi uma abertura necessária, já que o EUA sempre foram
mais protecionistas, não aceitavam estas importações tão fácil. Se Kenshiro é um cover do Stalonne, Riki é uma
espécie de Daniel Larusso do Master. Cativou exatamente seu público por isso, e com um jogo mais “leve”. Os vilões estereotipados também eram agradáveis, ainda
não estávamos tão politicamente incorretos. O desafio amaciado foi bom, porque faria
muitos desistirem de cara!
Na verdade, fico
feliz em terem duas versões do mesmo jogo. Duas opções, de história, de desafio
e de diversão. Não importa com quem você crie, o melhor é ter o karatê bem
representado por dois campeões no Master System.
Excelente post Rodrigo! Legal saber que você teve o primeiro contato pela adaptação em filme, no meu caso foi pelo game de Master mesmo, depois que fiquei sabendo a verdade sobre Mônica e Wonderboy, fui pesquisar jogos localizados e descobri a real sobre Black Belt. Depois disso fui pesquisando sobre o que é Hokuto no Ken e daí comecei a me tornar fã da série de mangá/anime.
ResponderExcluirMas mesmo sendo fã eu sou mais a versão ocidental mesmo, por causa da atmosfera atual com os anos 80 estampados no jogo todo, e a adição de power ups como a invencibilidade que deixaram o jogo ainda mais divertido que o original, embora eu goste mais da tela de apresentação de HnK é bem mais dramática! De qualquer forma, mesmo sendo um tataravô de jogos de luta e beat'n up essa dupla ainda diverte com jogabilidade simples e o lance de tentar encontrar as fraquezas dos chefes.
Abraços :)
Valeu, Adinan! Vi o filme e fui pesquisar mais. E de todos os hacks que conheço, este é o mais elaborado. É o mesmo jogo e ao mesmo tempo outro jogo, se me entende...
ExcluirO estilo oitentão eu gosto, vivo nesta década até hoje. Os itens no alto a mais "explicaram" o pulo duplo do herói, e caiu no gostinho certeiro dos brasileiros naquela época, eu nunca ia imaginar pq os inimigos esfarelam... A fraqueza dos chefes era o maior charme da obra. Abraços!
Eu, igual ao Adinan, também conheci primeiro o game e depois o mangá. E por isso também ainda prefiro o ambiente oitentista de BB ao mundo apocalíptico de HnK. Mas acho uma pena sim, não terem trazido o desenho pra cá junto com o jogo ao invés de uma adaptação. Seria um caso parecido com Zillion, desenho que fez muito sucesso por aqui (pelo menos pra mim, eu era fã de carterinha). Se tivesse assistido HnK eu ia pirar ainda mais no game naquela época. Mas tudo bem, Black Belt fez bonito e ficou pra história, isso que importa. Parabéns pelo pos Rodrigão! Abração.
ResponderExcluirTrazer Hokuto seria bom, Leo. Mas acho que era pesado demais, nos USA violento só eles, Era censurado mesmo. O anime no Brasil pegaria, eu acho. Mas sinceramente, eu acho que não ia investir se só conhecesse a versão original é muito pesado o desafio. Valeu!
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