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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Wonder Boy: The Dragon's Trap (2017)

Olá amantes do Master System, estou de volta depois de longos 3 anos sem dar as caras por aqui. Turista? Infelizmente nem assim dá pra me chamar. Eu sumi mesmo, assumo a culpa. Mas como todo bom filho à casa retorna, hoje volto para falar exatamente sobre um prodígio que, para nossa imensa felicidade, voltou. Não exatamente ao Master, mas a nossas vidas gamers: Wonder Boy, o garoto maravilha, que fez tão bonito na era 8-bits está brilhando outra vez e em grande estilo. Dessa vez fomos presenteados com um remake de encher os olhos! E quando digo encher os olhos, falo isso com empolgação, porque o jogo desenvolvido pela equipe francesa da LizardCube e distribuído pela DotEmu é lindo demais! Boa leitura.


Antes de tudo vale lembrar que o jogo original, lançado pela Westone e a SEGA em 1989, intitulado Wonder Boy III The Dragon's Trap já ganhou um super review aqui no QG pelas mãos do nosso querido Adinan: clique aqui e veja o post completo.



The wonderful reborn!


Lançado em abril de 2017 para PS4, Xbox One, Nintendo Swtich e, cruelmente só dois meses depois (a ansiedade estava me corroendo), PC via Steam e GoG, o jogo não decepcionou em absolutamente nada. Utilizando a mesma mecânica, a mesma história, os mesmos inimigos e os mesmos movimentos do original, o que se viu foi uma carta de amor aos fãs. Uma homenagem que só poderia ser criada pelo maior fã de todos: Omar Cornut, o fundador e diretor técnico da LizardCube e programador do jogo. Ele também é o fundador da SMS Power (o site que é um clube nostálgico para amantes do Master System e do Game Gear) e criador do famoso emulador MEKA. O nome diz tudo né? Pra quem não sabe o emulador foi batizado com o nome do dragão do jogo em questão aqui. Fraquinho o cara?


Na verdade, o jogo é tão fiel, mas tão fiel, que a única coisa que mudou mesmo foi o visual. Mas meu amigo... que visual! E, sinceramente, mexer qualquer outra coisa em algo tão perfeito como o jogo original criado pelo mestre Ryuichi Nishizawa só iria estragá-lo. É sério, Wonder Boy III é considerado por muitos, incluindo este que vos escreve, como o melhor jogo do Master System, e um dos melhores de toda uma geração. Esse cuidado com o original fica tão evidente que tem até como tirar a prova durante o jogo, basta clicar em RT (Right Trigger) no joystick e, sem interromper nada, o jogo muda para 8-bits. É uma delícia. Extremamente fluído e divertido. 



Falando em visual, Ben Fiquet, o co-fundador da LizardCube e artista mega fodão do universo, transformou os lindos gráficos do jogo do Master System em uma verdadeira obra-prima. Ele deu vida aos personagens, deu profundidade aos ambientes e criou cenários incríveis de cair o queixo. Mas o principal e mais importante de tudo, é que ele conseguiu uma façanha: superou qualquer expectativa de tudo o que possamos ter imaginado naquele mundo dos monstros. Se tiver curiosidade, dá uma olhada nos trabalhos do cara, é sensacional: Portfolio Ben Fiquet.





Ah e não podia faltar falar sobre a trilha sonora que foi reorquestrada divinamente pelo músico Michael Geyre. É de arrepiar. 



Wonder who?


A saga Wonder Boy / Monster World nunca primou pela coerência dos heróis, isso é fato. É importante entender que o garoto maravilha não é um personagem como Mario ou Sonic. O título é dado ao protagonista de cada jogo. Tom Tom (era pré-histórica), Book Lee (era medieval), Shion (era moderna) e Leo (era uma vez) já foram os Wonder Boys de suas jornadas. Já a subsaga Monster World teve uma garota como protagonista, a Asha em MW4, mas o jogo não era mais chamado de Wonder Boy. Antes disso, tínhamos uma garota jogável, a Purapril, namorada de Leo, mas ela era só coadjuvante. Portanto, nunca tivemos uma personagem para chamar de Wonder Girl. Erro que foi corrigido nesse novo remake. Batizados simplesmente como Hu-mano e Hu-mana, quando ela é escolhida, o nome do jogo logo na tela inicial assim que o castelo do dragão Meka desmorona, surge como Wonder Girl: The Dragon's Trap. 




Back to the Monster Land!


Estamos de volta à Monster Land. O reino dos monstros liderados pelo terrível dragão Meka, que veio do espaço e tomou o lugar antes conhecido como a pacífica Wonder Land. Após derrotá-lo, ficamos presos em Asledo, uma das cidades da região monstruosa e nossa missão é encontrar a Cruz de Salamadra para reverter a terrível maldição liberada pelo Meka, na qual somos transformados em homens-animais. Se você é um jogador das antigas, já conhece a história de cabo à rabo. Se é um jogador novo, prepare-se para conhecer um dos melhores jogos de todos os tempos. 


Na aventura, cada animal tem uma habilidade específica e somente quando derrotar um chefe e ganhar a habilidade de se transformar no próximo animal é que você poderá acessar locais antes impossíveis de alcançar. Comece com o Homem-lagarto cuspindo fogo, depois suba pelas paredes e entre em espaços pequenos com o Homem-rato, nade com o Homem-piranha, destrua tudo com o Homem-Leão e voe com o Homem-gavião. Durante a jornada, precisamos coletar dinheiro e nos equipar com armaduras, escudos e espadas dos mais diferentes materiais. Vale lembrar que o que vale para um animal pode não ser tão bom para o outro. Considerado um dos primeiros games do gênero Metroidvania, Wonder Boy mistura plataforma com elementos de RPG. A química dá muito certo e o resultado é um jogo épico.




And what about Mônica?


Considerando que você está num blog que fala sobre Master System, acho bem difícil que não saiba a história desse jogo aqui em terras tupiniquins. Mas vai que, você, jogador novão, tenha caído aqui de paraquedas e não tenha menor ideia do que eu to falando, acho que vale dar uma pausa e relembrar sobre o histórico do garoto maravilha no Brasil.


Em 1991 a Tectoy localizou o título de Wonder Boy in Monster Land para nós, lançando aqui no Brasil o cartucho Mônica no Castelo do Dragão. Foi um sucesso e, como na época a molecada não tinha ideia de que o jogo era hackeado oficialmente, imaginávamos que Wonder Boy parava no primeiro jogo da série. Dois anos depois, eis que chega ao mercado o novo jogo da baixinha invocada do bairro do limoeiro, chamado de Turma da Mônica em o Resgate, um hack oficial do jogo que estamos tratando hoje. Ainda melhor que o antecessor, a história agora era a seguinte: após derrotar o terrível Dragão Cospe Fogo (vassalo do Capitão Feio), a dentuça ficou presa e precisa da ajuda da turminha. Eles partem para uma aventura onde cada um deles tem uma habilidade diferente. Agora Chico-Bento, Bidu, Cebolinha, Magali e Anjinho substituem os homens-animais. Cascão aparece no lugar do porquinho com tapa-olho (perfeito) para salvar o jogo com passwords, pois não pode se aventurar, uma vez que não entra na água.


Com certeza o estúdio não tem como bancar uma localização dessas, cobrir direitos autorais e tudo, mas já imaginaram que lindo ficaria essa nova versão com a turminha? Totalmente redesenhada à mão, Mônica e seus amigos poderiam chegar numa DLC irada. É... não custa sonhar. ¯\_(ツ)_/¯


Monsters! Monsters everywhere!


Podemos dizer que nosso querido garoto maravilha voltou mesmo com tudo. Ok, demorou um pouco pra termos esse retorno, mas agora, além de chegar com um remake, teremos uma continuação espiritual que também está me deixando nervosamente ansioso: Monster Boy and the Cursed Kingdom. Com previsão para meados de 2017 (já está na hora né GameAtelier? FDG?). Pelo pouco que podemos entender da história, o protagonista se chama Jin (achei ele bem parecido com Shion do jogo Wonder Boy in Monster World) e tem o poder de se transformar em animais, incluindo aí um dos personagens não jogáveis de Monster World, o Homem-porco. Quanto à aventura, estamos em um reino amaldiçoado como sugere o título. Criado com a ajuda de ninguém menos do que Ryuichi Nishizawa, o jogo apresentará novos personagens com novas mecânicas.


Good Night, Brave Warrior. Good Night, Monster Land.


Por hoje é só pe-pe-pessoal. Espero que tenham gostado. Como eu disse faz uma cara que não apareço e devo estar bem enferrujado. E fica a dica, se você é fã retrogamer da série corre jogar. Se você nunca ouviu falar, corre conhecer.





12 comentários:

  1. Takipariu! Seu texto parece uma bola de neve de empolgação! E não é pra menos, se o jogo for tão fiel e bom assim, então estamos no paraíso kkkkkkk.
    Não tem como não lembrar de Mega Man e do caso do jogo "espiritual" recente dele. Pelo jeito Wonder Boy teve um final bem mais feliz. Mas que que é isso? Eu não sabia que o criador do Meka tinha essa história toda! Putz, o cara é tipo um semi deus retrogamer kkkkkkk
    Ótimo texto Leo!

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    1. Fala Ulisses! Cara, kkkk eu realmente me empolguei com esse jogo. Já finalizei, platinei e rejoguei ele. Já o Might no. 9 eu comprei e finalizei recentemente. Achei um jogo ok, divertido, mas nada além disso. Muito aquém de tudo o que Mega Man representa. Uma pena, tinha potencial. O pior nesse caso foi o crowfunding absurdo pra não dar em nada. Diferente do remake da LizardCube que bancou sozinho e lançou uma obra prima e por um preço super acessível. Ah, o Cornut é foda! Semideus retrogamer é uma boa forma de chamar ele kkkk Valeu, abração!

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  2. Um jogo bem interessante viu ficou bem charmoso quem sabe um dia quando eu comprar um Nintendo Switch não compre ele.

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    1. Compre bobo! huauahu não vai se arrepender! Ficou charmoso mesmo, rs :) Abração, rock!

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  3. Saudações Leo! Não foi apenas o Wonder Boy, que retornou em grande estilo mas, você também... que texto bacana!
    Esse remake ficou tão fiel, mas tão fiel que, até aquelas passwords antigas (anotadas naquele caderno velho e amarelado com o tempo) funcionam.
    Fora isto, dá para fazer uma mistura de estilos, entre retrô e atual. Dá usar tudo em HD, tudo em 8 bits (som e imagem), gráfico antigo com som atual e gráfico atual com som antigo, isto, ao apertar de um único botão. Irado é pouco! Rss!!!
    Até mais, mau amigo.
    Abraço.

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    1. Fala Douglas!!! Valeu veio! Então, esse lance dos passwords eu ainda não testei e tenho várias guardadas com meu cartucho da Turma da Mônica... já o lance das misturas retro e hd eu usei e abusei é muito foda!!! Até mais bro, abração!

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    2. Opa! Voltei!
      Uma correção, que só vi agora: "MAU" não, é "MEU" amigo!
      Uma coisa dessas, não pode acontecer... enfraquece a amizade!
      Hahahaha!
      Abraço.

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    3. hauhahua demorei pra ver onde estava o MAU... eu li meu mesmo, só reparei pq vc escreveu kkkkk abração

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  4. Olha amigo, se só o visual mudou, talvez eu goste muito deste trabalho, mudanças, só ia gostar se fosse acréscimos, tipo cenários secretos.
    Mas eu adorei a remodelagem. Vi este game na lista dos "1001 games pra jogar antes de Morrer", a experiência de exploração e administração de personagens é a marca registrada do game.
    Parabéns pela matéria!!

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    1. Fala Rodrigão! Pode ir na fé que é o visual mesmo. O jogo continua ótimo como antes, mas a experiência de jogar com os novos desenhos vale tudo. Abração!

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  5. O QUÊ? Eu li direito? Léo S. é o autor deste post? Não pode ser, deve ser uma ilusão!
    Caraca, bem vindo de volta, Léo!
    Sabe que eu não sabia de todos os detalhes sobre o programador do jogo? Não tinha ligado o nome dele à quem ele é! Um cara que bota uma piada zoando a Nintendo em um emluador de Master System sempre tem a minha atenção! hahaha
    Que legal saber que o jogo é praticamente o original com gráficos novos (que podem ser alternados). Isso vai me livrar de um dos meus maiores algozes gamísticos que é justamente o jogo do Master, que eu nunca terminei. Só terminei o primeiro Mônica.
    Ainda tô esperando a versão física que a Limited Run Games vai produzir pra PS4, esse jogo faço questão total de ter assim. Nem que eu tenha que esperar ainda mais tempo pra jogar.
    Legal o lance da Wonder Girl, assim ninguém vai problematizar o jogo! kkkkkkkkkk
    Muito bom o review!

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  6. kkkkk grande Cadu! Sim, sou eu mesmo! ahuauhau Ahhh daí sim acho que vale esperar mesmo! Valeu meu amigo, abração!

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