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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Master Review Revisited - Black Belt (1986)

Update: Tinhamos esquecido que Black Belt já foi analisado pelo Leo (clique aqui para conferir). Aliás foi o primeiro Master Review do blog, assim resolvemos fazer deste review uma forma de comemorar os dois anos do QG Master. Afinal, este jogo merece, é um clássico incrivelmente divertido em apenas 1 Mega!

Equipe QG Master












Uma Pequena Maravilha Tecnológica 

Olá à todos! Aqui estou eu novamente para falar à respeito de mais um clássico do nosso amado Master System (SMS), o Black Belt (BB). Este fighting game produzido pela Sega em 1986 pode - assim aconteceu comigo - ter sido o principal referencial para a escolha de seu novo videogame, numa época que o Atari ainda dominava no mercado brasileiro.
Então, Vamos logo à ele?

Quando vi esta tela título pela primeira vez, fiquei alucinado. Passei à querer um Master System desesperadamente após isto.
O Jogo – Trata-se da aventura do karateca Riki que, ao ter a namorada raptada pelo vilão Wang, saiu à caça do malfeitor visando trazer sua amada de volta para casa. Para isto, terá que passar por todos os seus comparsas, distribuídos em 6 fases.
O mais legal em BB é que ele foi muito bem caracterizado como um game de artes marciais onde você enfrentará praticantes de outros estilos como Kung-Fu, Sumô e...


_ Ok! Tudo bem... um punk não tem nada à ver mesmo (o chefão da 2ª fase). Rss!

Em cada uma dessas etapas, você terá de sair distribuindo bordoadas em capangas menores que irão com tudo para cima do herói... e aos montes! Se ficar parado, será atropelado já que não irão parar de aparecer, um atrás do outro. É como jogar Contra (da Konami) só que, com as mãos nuas como o significado de Karatê mesmo diz: “O Caminho das Mãos Vazias”.
Passados esses estágios de “aquecimento”, você terá direito à enfrentar o Boss... e aí, acontece algo bem legal. Em 1989, pouco acostumado com videogames num modo geral, você faz idéia do que é se deparar com um fight com chefes de fase com sprites do tamanho do que vemos em Black Belt? Eu fiquei embasbacado!
Estas lutas desenvolvem-se nos moldes de um Street Fighter, porém, mais simples. Os personagens são grandes e possuem mobilidade excelente. Lute, aprenda a técnica do inimigo, ache seu ponto fraco e o derrote. À saber, os chefões são: 
_ Ryu: Não! Não é “aquele”, mas sim um lutador de Kung-Fu que possui chutes poderosos e velozes. Não se deixe encurralar, ou estará perdido; 
_ Hawk: Um punk atirador de pequenos bumerangues;
_ Gonta: Um lutador de Sumô, porém, nada lerdo. Seus atropelos são mortais;
_ Oni: Oponente que usa máscara de demônio. Ataca e se esquiva rapidamente;
_ Rita: Essa vad... digo... lutadora - que mais parece a Madonna nos anos 80 -  pula mais que perereca em asfalto quente e ataca com voadoras;
_ Wang: O Vilão-Mór e parada duríssima. Caso consiga vencê-lo, sua namorada terá que fazer um bom agrado ao Riki, até porque, o danado terá passado maus bocados.

Gonta, o Boss da 3ª Fase. Não se esgane pois, este gordo, não tem nada de lerdo.

Controles e Itens – Sua personagem pode atacar com socos e chutes, respectivamente acionados com os botão 1 e 2. Esses mesmos golpes podem ser feitos agachado ou em pleno salto (como a voadora), estes, com o direcional para cima ou as diagonais superiores.
O Faixa Preta ainda pode coletar itens que passam no alto da tela:

_ Mas, Douglas! Como é que eu posso pegar se eles passam lá no alto? O bonequinho não sobe tanto assim.
_ Muita calma, pequeno gafanhoto. Para uma árvore crescer, é preciso que ela seja plantada e germine!

De fato, para se alcançar tais elementos, é preciso fazer o “Super-Pulo”, bastando pressionar rapidamente o direcional para baixo e para cima. Com isto, Riki ganha às alturas como os famosos lutadores dos filmes chineses de porradaria. Os itens em questão são, basicamente, de dois tipos: Os alimentos, que repõe sua barra de energia e o “Chikara” (Força/Poder - O ideograma japonês em vermelho) que lhe dá invencibilidade. Aqui, cabe uma ressalva: No manual diz “invencibilidade” mas, está mais para “Pontos de Vida Extra” pois, só se perde quando atingido pelos oponentes.
Parte Técnica – O título do review, lá no início, já revela o quê penso sobre este jogaço. É de se admirar como um cartucho de míseros 1 Mega consegue ser tão bom. Os controles são ágeis e as animações são fluentes e velozes. A coisa é tão boa que aquele “pisca-pisca de sprites” - tão comuns em jogos desta geração – quase não existe tornando a visibilidade de todos os elementos em tela muito nítidas. 
Por falar em tela, a parte gráfica dá um show. O emprego de detalhes gráficos, bem como suas aplicações de cores, são de extremo bom gosto. As imagens tiveram seus tons de cores muito bem trabalhados e, com certeza, foi um ótimo cartão de visita para os interessados da época saberem do quê o SMS era capaz.
A parte sonora segue este altíssimo padrão. Os efeitos sonoros estão dentro do que se podia esperar mas, as músicas... Aaaaaah! As músicas! Estas, em minha humilde opinião, estão entre as melhores composições feitas para um jogo de videogame. Os temas de abertura, de Boss e Game Over são uma obra-prima e dão, perfeitamente, o tom da aventura te ajudando na imersão naquele mundo fantástico de artes marciais. Garanto que elas “martelam” na cabeça de muito marmanjo até hoje.
Outro ponto que merece elogios é o nível de dificuldade. Se você acha que a quantidade de memória reflete diretamente na dificuldade de um jogo, pegue BB para ver “o quê é bom pra tosse”. Até entender as táticas necessárias para vencer os chefes de fase, passará muito apuro.

É "Bater e Correr". Em Black Belt, se não fizer isto, ficará cercado e apanhará pra valer. Fique esperto!

Considerações Finais - Eu não faço idéia quais eram os critérios da Sega para a elaboração de seus jogos. Por essa razão, me pego pensando como se determinava que tal jogo teria 1, 2 ou 4 Megas em seu desenvolvimento. Jogos como Alex Kidd in the Miracle World e o Black Belt são pequenas maravilhas tecnológicas e devem servir de exemplo à programadores, não só como se faziam games no passado, mas como eles eram fascinantes e surpreendentes também.
Há pontos que, igualmente, me intrigam. Em Chopplifter, o fizeram com 1 Mega (assim como em BB), mas ficou faltando uma fase com relação ao original... então, porque não dobraram sua memória? Daria para incluir a fase faltante e ainda aprimorar detalhes técnicos. Por essa razão, fico imaginando como seria o Black Belt se tivessem optado por fazê-lo com mais memória. 
Sei que este é um hack ocidental de Hokuto no Ken (o anime japonês) só que, o acho melhor que sua matriz. E mais, não só coloco Black Belt como um dos melhores títulos do Master System como, em sua categoria, só perde para Double Dragon. É um game que, não só vale à pena ser conhecido e jogado, como deve ser reverenciado como “Estado de Arte Digital”... um clássico indiscutível. 

Wang é o "FDP" que raptou sua namorada. Chegue lá, mostre que é "Cabra Macho" e arrebente a cara de dele!!! Feito isto, Missão Cumprida e "Só love! Só love!" entre os pombinhos.

16 comentários:

  1. muito massa esse game douglas,joguei ele apos ver uma reportagem do blog parceiros de voces,o na praia e tenho que admitir,se tivesse jogado esse game quando tinha master system, teria jogado ate fazer calo na mao classico de primeira continue assim nos trazendo esses otímos reviews.

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    1. Ué, Ricardo? O quê o impede de "fazer calos" hoje? Hehehehe!
      Black Belt calejará suas mãos, mas com muita diversão num game pra lá de viciante.
      Até mais!

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  2. Maneiríssimo, Douglas!
    Parabéns, o Leo já abordou esse game antes, mas outra ótica é sempre outra ótica! Quando voltei a colecionar o SMS, esse foi o primeiro game que lembrei de reincluir na coleção.
    Meu amigo que era super cri-cri com jogos de Master, sempre alugava pra me chamar na casa dele.
    As músicas eram as mesmas para fase e chefão(daí o 1 Mega apenas), mas como eram legais, aquele "ensaio" para um Street Fighter como surgiria anos depois em 1991... Mas digo que esse game é um campeão. Só um detalhe é que rio quando vejo as pichações no cenário do Hawk, na época diríamos que eram "transadas", mas hoje como parecem ingênuas. rss Um jogão!
    Abraços.

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    1. Ops! Mancada!
      Devia ter perguntado antes. Pode deixar que, o próximo review, será inédito, ok? Hehehe!
      Sou super suspeito para falar de Black Belt e, mesmo com os poucos recursos de seus 1 megabits, a Sega fez milagres... um jogaço que me diverte fácil até hoje.
      Até mais, Rodrigo.
      Abraço!

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  3. É incrível como eu conseguia zerar estes games com apenas 9 ou 10 anos de idade. Hoje, com 30 eu não consigo mais, devido à dificuldade.

    Flavio Bruno Pereira

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    1. Hoje, passo por este mesmo problema...
      Esses dias, fui jogar o mesmo Black Belt e consegui a proeza de perder uma vida logo no primeiro chefão, o Ryu.
      Há outros jogos como os de "navinha" que, já me peguei pensando como é que eu conseguia jogá-los quando mais novo... é tiro pra todo lado, e sempre acabo morrendo! Hehehe!
      Até mais!

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  4. Esta ai um ótimo jogo que joguei muito hein mas nunca consegui zerar cara cheguei se não me engano no quarto chefe dali eu parei.Depois de muito tempo que ouvindo um cast sobre esse jogo foi feito em cima de um outro jogo eu não sei se vocês lembrão é o Fist of the North Star .

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    1. A Sega reciclava seus jogos... no Master System mesmo há outro caso disto, com o Secret Commando.
      A empresa, para pegar carona no sucesso dos filmes do Rambo, o modificou para "Rambo - First Blood Part 2". É o mesmíssimo game, mas como tela de título e sprites dos players 1 e 2 modificados para se parecerem o veterano do Vietnã da película.
      Valeu e até a próxima.

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  5. Fala Douglas, finalmente consegui ler o post todo para poder comentar, rs, essa semana ta fueda.
    Cara, meus parabéns, o review está excelente, dá pra sentir a paixão que vc tem pelo jogo (muito merecido, sem dúvida) eu também sou apaixonado por esse jogo de apenas um mega. É bem o que vc disse, esse clássico insuperável é uma maravilha tecnologica. Gosto demais e nunca enjôo dele. Com certeza hoje a noite irei jogar de novo para matar saudades... rs
    Abração!

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    1. Valeu Leo!
      Tenho mesmo uma paixão, não só por esse jogo, mas por todo seu "background"... por toda a história que cerca aquele período de minha vida. É inevitável jogá-lo e não passar "filminhos" de fatos/eventos ocorridos então.
      Para meu próximo review, havia pensado em Moonwalker. Este foi meu segundo cartucho de Master junto com Super Monaco GP... só o diferencio assim (como segundo), pois o joguei antes. Entretanto, como já foi escrito sobre ele aqui no Blog, optei por outro e terça-feira já estará no ar.
      Para manter a surpresa, só direi que não é um game tão "apaixonante" como é Black Belt. Será um que divide opiniões sobre sua qualidade, longe mesmo de seu uma unanimidade.
      Até mais!

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  6. Fala, Douglas! Não tive tempo de comentar, mas cara seu review ficou fantástico! Completinho e bem informativo, ficou show de bola!
    Comprei esses dias o cartucho loose, mas depois quero conseguir completo. Fui dormir tarde de tão viciante que é esse jogo. Mas tô muito enferrujado, morri na fase do Oni, mas quero zerar esse game na raça!
    Abração!

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  7. Grande Douglas,
    Esse post ficou ótimo como comemorativo de 2 anos, voltar ao primeiro review!
    Sempre cheguei na Rita e morria, desta vez arrebento o Wang! rss

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  8. Esse ae e um grande classico, um jogo desafiador! Vale a pena realmente curtir!

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  9. Fala galera!!
    Pois é minha gente, me peguei jogando Black Belt esses dias...e como é maneiro esse jogo!! Ai fui buscar reviews de ajuda nos chefes, rsrsrs.
    Compartilho a opnião da galera, eu zerava jogos com meus 9/10 anos, e hj com 30 só tomo sacode!!! kkkk

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  10. Não sei se foi minha culpa (ou dos meus amigos), mas na época o pessoal que jogava não tinha muito a manha e falavam mal do game, talvez por isso nunca me simpatizei com ele, mas vou me redimir desse erro e joga-lo até o fim.
    Abraço!

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  11. É um game da hora , mas o original que é o Hokuto no Ken é bem mais difícil do que o Black Belt , pois não têm comidas passando no ar e nem o kanji de tikara (força) pra dar invencibilidade ao personagem , única coisa que aparece é a letra E pra encher a energia , mas só depois de derrotar o sub-chefe da segunda fase e assim por diante !

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