Páginas

terça-feira, 4 de junho de 2013

Master Review - Taito Chase H.Q. (1990)



Saudações amigos!

Adinan de volta (finalmente), e dessa vez com um Master Review de um clássico dos arcades portado para o nosso querido 8-bits da SEGA, Taito Chase H.Q., um jogo de corrida mas voltado para perseguições em alta velocidade, o clássico "pega ladrão".

Não sei dizer ao certo se Chase H.Q. foi lançado por estas bandas pela Tec Toy, mas na Europa onde nosso querido SMS também reinava este port esteve presente, para o deleite dos fãs deste clássico dos arcades.
Já escrevi um pouco sobre este jogo e Battle Out Run no meu Master Catálogo de Corridas, mas lá eu joguei apenas um pouco de cada jogo para oferecer minha primeira impressão de cada game. Já para fazer este review, joguei ambos por mais tempo para rever minhas impressões da época. Será que minha opinião à respeito de cada jogo mudou alguma coisa?

É o que vamos conferir no Master Review de hoje!



Dados do jogo
  • Desenvolvedora/Publisher: Taito
  • Ano de Lançamento: 1990
  • Memória: 256KB (2Mbit)
  • Fases: 15
  • Jogadores: 1
  • Gênero: Corrida/Arcade
  • Outras Plataformas: Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Commodore 64, FM Towns, Game Boy, Game Gear, MSX, NES, Sharp X68000, TurboGrafx-16 e ZX Spectrum

    Taito Chase H.Q. é possivelmente o primeiro jogo desse gênero de perseguição policial. O jogo é como a maioria dos jogos de corrida da época, com um timer e o pseudo 3D característico da época, porém o objetivo aqui não é completar um curso aumentando o tempo limite através de checkpoints, mas sim encontrar um criminoso e impedir sua fuga antes que o tempo acabe.

    Os tiras que protagonizam o jogo
    O Chase H.Q. original dos arcades veio como um sucessor espiritual de outro jogo de corrida mais tradicional da Taito, o Topspeed. Nesse jogo você tinha apenas que chegar no final do percurso a tempo, no mesmo molde de Out Run. Contudo, esta sequência espiritual acabou se tornando muito mais memorável. O jogo foi um grande sucesso, tendo ports para diversas plataformas da época, além de sequências para consoles da geração seguinte como Mega Drive e SNES.

    O enredo do jogo é bem simples: você e mais um maluco são tiras da polícia de Manhattan e fazem parte de uma equipe de investigação especial, a Chase H.Q., especializada em prender criminosos que fogem da cena do crime sobre 4 rodas. Com o auxílio de Nancy, você adquire detalhes sobre o meliante e fotos do veículo usado na fuga, e a partir daí é com você e suas habilidades no volante para deter o criminoso antes que ele consiga escapar.

    Pega ladrão, pega!


    Este port para Master System infelizmente não é o mais caprichado em termos de apresentação, mas consegue cumprir seu papel. Os gráficos eu diria que são aceitáveis, mas o Master é capaz de muito mais, basta conferir o Out Run original por exemplo. Ainda mais em 1990 onde já tínhamos Castle of Illusion demonstrando do que o 8-bits da SEGA é capaz. Mas não é nada que ofenda os olhos, apenas não aproveita o potencial do console.

    Viu o meliante? Aproveite para usar e
    abusar das nitros!
    Mas a minha maior crítica é com a trilha sonora. Anos antes tivemos Magical Sound Shower muito bem executada no mesmo hardware, onde percebemos que há mais de dois instrumentos tocando a mesma trilha. Então fica difícil entender o porquê da Taito ter colocado apenas um único instrumento tocando todas as trilhas. Sério mesmo, só ouvindo para ver o quão triste ficou cada composição. É o tipo de som que até o PC Speaker do seu finado 486 consegue reproduzir sem muito esforço. E o mais impressionante é que o port para Nintendinho tinha até vozes e uma trilha muito mais caprichada, apesar de ser um hardware inferior ao Master, o que torna imperdoável a trilha sonora oferecida neste port.


    Quanto a jogabilidade, os controles respondem muito bem sem nenhum atraso e com precisão. Os comandos são bem simples, bastando segurar o botão 1 para acelerar e o 2 para usar nitros. Para cima e para baixo controla as marchas (Hi-Low) e para os lados controla a direção. É estranho não ter um botão dedicado para freios, mas neste jogo é bem difícil querer usá-lo, é possível fazer as curvas numa boa apenas desacelerando.Mas sem dúvida faz falta poder frear o carro.


    Basicamente cada fase consiste em perseguir o bandido de acordo com as orientações dadas por Nancy. A primeira parte consiste em correr alcançar o meliante, tendo um tempo limite para isso. Caso o bandido seja localizado, o jogador recebe um acréscimo de tempo para tentar capturá-lo. A captura é feita batendo no carro do inimigo até causar dano suficiente para que o criminoso não possa continuar a fuga.

    O efeito do túnel se aproximando,
    apesar de simples, é bem bacana
    Enquanto o jogador busca pelo meliante, caso queira aumentar ainda mais seu placar é importante notar que cada carro que o jogador ultrapassa vai aumentando pontos gradativamente, mantendo um combo. Exemplo: o primeiro carro ultrapassado vale 200 pontos, o segundo aumenta para 400 pontos, o terceiro 600 pontos, e assim vai aumentando até que você passe de fase ou bata o carro, quebrando o combo. Os carros em si não apresentam muitos problemas, a não ser nas curvas onde fica mais difícil desviar. Imagina então desviar dos carros numa curva enquanto você tenta bater no criminoso à sua frente, aí a coisa complica!

    Ao terminar um estágio, você ganha dinheiro que pode ser usado para tunar o seu carro, preparando-o para o próximo estágio, e acredite é preciso tunar bem o veículo para ter alguma chance contra os próximos meliantes que ficam cada vez mais rápidos e resistentes!

    Chase H.Q. Vs Battle Out Run


    No Master Catálogo de corridas, eu havia descrito que Battle Out Run era uma bela porcaria, que Out Run funciona muito mais como um jogo de corrida contra o tempo sem perseguições policiais e que Chase H.Q. é a melhor opção.

    Fui injusto com você,
    Battle Out Run...sorry... :(
    Contudo, após jogar exaustivamente ambos os jogos, tenho que dar o braço a torcer e admitir que Battle Out Run é melhor que Chase H.Q.
    Não que seja um jogaço, aliás Battle Out Run tem sim os seus problemas e comparado ao clássico do qual empresta o nome ele é bem fraco, mas comparando com Chase H.Q. a trilha sonora é mais caprichada, os gráficos são bem melhores apesar da pouca variação de sprites, e a jogabilidade possui o padrão SEGA de qualidade e diversão.Tudo bem que a SEGA conhecia o hardware e sabia como tirar leite de pedra dele, mas a Taito poderia sim ter se esforçado um pouco mais no seu port.

    Vamos falar sobre Battle Out Run em breve com maiores detalhes, aguardem!

    A curiosa ROM GG/SMS


    Outro detalhe curioso que fui descobrir só agora enquanto escrevia este review. Se você jogou este game no emulador, é bem provável que esteja estranhando as screenshots deste post, com letras menores e uma interface diferente.


    Acontece que a ROM que estamos acostumados a encontrar pela internet é na verdade uma conversão da versão de Game Gear para o Master System. Nessa ROM encontramos algumas bizarrices como ter que pressionar o botão de pause como se fosse start.
    Eu iria criticar esse ponto injustamente neste review, pensando que a versão de Master System era na verdade uma conversão do Game Gear, mas acabei descobrindo pelo site SMS Power que existiu sim uma versão própria para Master System, com uma interface diferente que exibe informações extras como a quantidade de continues disponíveis, o round e o estágio onde se encontra. Mas fora isso, é praticamente o mesmo jogo.

    Conclusão


    Taito Chase H.Q. foi um sucesso de arcades que recebeu diversos ports, e infelizmente a versão do Master deixa a desejar em alguns aspectos, em especial a trilha sonora. Apesar disso, é um jogo de corrida bem casual e fácil de se aprender a jogar. Posso até imaginar os pais europeus jogando com os seus filhos na época.

    Poderia sim ser um port bem mais caprichado, mesmo assim é um jogo divertido e uma boa adição à biblioteca do Master System!




    E por hoje é só pessoal! Curtiram este port de Chase H.Q.? Entre Chase e Battle Out Run, qual seria sua escolha e porque? Deixem suas respostas nos comentários!

    Abraços e até o próximo post!

    8 comentários:

    1. Bem interessante Adinan, preciso ser sincero e confessar nunca joguei esse. E antes de opinar entre ele e o Battle Out Run, vou conferir, depois volto para dar uma opinião sincera.
      Parabéns pelo post, muito bom.

      ResponderExcluir
      Respostas
      1. Opa valeu Leo! Pois é no console mesmo nunca joguei, e só fui conhecer anos depois por emulação e se não me engano foi o Chase H.Q. do Mega. Vale a pena conferir ambos, e claro o Battle Out Run é um jogo legalzinho se você fingir que não leu o Out Run no nome, do contrário vai detestá-lo, porque em comparação com o Out Run original ele é bem fraquinho.
        Abraços

        Excluir
    2. Caprichado seu post!
      Fiquei instigado, gosto mais de jogos de carro com diferenciais, tipo Drive ou Road Rash do que meros jogos de corrida. Vou conferir com a chegada do meu Master 112 que já chegou e o correio não me pegou em casa...

      ResponderExcluir
      Respostas
      1. Opa, como diria o Datena: quero ibagens! Assim que chegar o seu Master 112 ficarei no aguardo de um review, pois cogitei comprar um justamente por causa do cabo AV e pelo fato de já vir com 112 jogos na memória e entrada para cartucho!
        E eu também gosto bastante de jogos de carro com diferenciais, tipo o Chase H.Q. mesmo ou o Road Rash, aliás para mim quanto menos realista e mais arcade e insano for o jogo, melhor! Troco qualquer Gran Turismo pelas derrapadas absurdas de Ridge Racer ou pelo clássico Daytona USA (Daytooonaaaaa...let's go away!)
        Abraços

        Excluir
      2. Depois dos jogos de pancadaria, meus preferidos são justamente os de corrida (seguido dos de "navinha").
        E concordo contigo, Adinan... prefiro o games com uma pegada mais arcade e ainda não joguei nada melhor que o Daytona USA de Dreamcast. O controle analógico tinha uma precisão tão absurda de boa que parecia que estava esterçando um volante de verdade... e esta sensibilidade variava de carro para carro.
        Pena que os jogos de corrida de 8 e 16 bits, salvo raras excessões, não aguentaram bem o rigor do tempo, ficando extremamente datados à ponto de não conseguir mais jogá-los. Isto acontece com os jogos de esporte num modo geral pois a realidade fala mais alto nestes casos.

        Excluir
      3. Rodrigão... vá sem medo de ser feliz em Battle Out Run (Bor). Chase HQ, só se estiver muuuuito curioso para saber como é pois, a meu ver, não vale a pena. Rss!
        Agora, se for encarar o BoR, vá com "Sangue nos Olhos"! A curva de aprendizado nele é meio ingrata no começo mas é recompensada com o avanço das fases.
        Ler e escrever sobre este jogo, me deu vontade de jogar... faz anos desde a última vez e nem me lembro como é o final. Bom... vou fazer isto agora.
        Abraço!

        Excluir
    3. Saudações!
      Tudo bem com vocês, pessoal?!
      Lendo esse review, cheguei à uma constatação que já martelava a minha cabeça há anos: "A Taito só fez porcarias para os consoles da Sega".
      Conheci Chase HQ de Master System em emulação, mas a versão Mega Drive sim... e é horrenda! Nem o fato de se poder escolher entre três veículos salva essa desgraça. Aliás, dos ports desta empresa, só prestou mesmo o The Flintstons e, mesmo assim, está longe de ser um primor técnico não passando apenas de uma versão melhor polida de Nintendo 8 Bits.
      Já Battle Out Run (BoR), foi um dos meus primeiros cartuchos de Master System e o tenho até hoje aqui. Eu pirei com a possibilidade de encarnar um "Mad Max" perseguindo carros e dando cacetadas nos bólidos do vilões.
      Agora, Adinan... meu amigo... ainda bem que não cheguei a ler este seus comentários na época de suas primeiras impressões pois acharia muito estranho. Por mais que uma opinião pessoal possa variar, BoR possui qualidades técnicas inquestionáveis e, uma delas, a parte sonora. Eu mesmo, cheguei à montar uma fita K7 só com músicas de games e inclui duas ou três deste jogo (é... eu era mesmo muito bobo para escutar essas em um Walkman. Rss!).
      Todo o conjunto deste "Out Run de Combate" cumpre muito bem seu papel. Só os controles, no ínicio, são um tanto truncados mas, penso que foi proposital por parte da Sega para dar a noção que o carro ainda é ruim. Tanto é que, mais para a frente, a Ferrari vira um "Foguete" de tão rápida, deslizando mais suavemente pela pista.
      Minha opinião? Chase HQ, só por extrema curiosidade mesmo, talvez, para comparar as versões diferentes disponíveis. Mas, se tiver que escolher, que vá logo para o Battle Out Run que é mil vezes melhor! Era a Sega mostrando para o mundo como se fazia jogos de videogame.
      Abraço.

      ResponderExcluir
      Respostas
      1. Kkkkk caraca Douglas nem sabia que você curtia Battle Out Run. E eu aloprei demais o jogo na época do Master Catálogo, cheguei a desencorajar o pessoal a baixar a rom. Mas sim, foi um grave engano meu e uma prova de que tenho que jogar melhor os games antes de dar um parecer, mesmo que sejam apenas as primeiras impressões. Embora convenhamos que o nome que ele carrega é uma responsa e tanto, e ele tem lá os seus defeitos que acabaram pesando nas minhas primeiras impressões sobre o jogo.

        Mas no geral ele é bem melhor que o Chase H.Q., e concordo a Taito subestimou demais os consoles da SEGA. Como nos 16-bits eu estava no lado Big-N da força, sempre achei a Taito uma excelente softhouse, mas depois de conferir os ports para SEGA e principalmente a cagada imperdoável de terem perdido para sempre o código fonte do Bubble Bobble original, acabei mudando de opinião.

        Abraços :)

        Excluir