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terça-feira, 17 de abril de 2018

Sendo retrô em 1995 - Master System vs Super Nintendo

Salve amigos!

Faz quase uma década sem novos posts de minha autoria :(

Mas hoje tomei um elixir que encomendei direto de Monster World e aqui estou para compartilhar alguns causos gamer com vocês.

Bora para mais um post!



Era 1995 e nessa época o Super Nintendo ainda reinava absoluto ao lado do Mega Drive, mas o reino dos videogames estava sendo tomado aos poucos pelos colonizadores de 32-bits: Sega Saturn e PlayStation. Já era possível enxergar no horizonte um navio de 64-bits com a bandeira da Nintendo se aproximando. Mas enfim, tudo indicava que SNES e Mega estavam prestes a se aposentar e deixar o trono dos corações gamers para a próxima geração de consoles.

No entanto o SNES ainda estava na ativa demonstrando que os 16-bits ainda tinham lenha para queimar, com alguns lançamentos interessantes nesse mesmo ano como Donkey Kong Country 2, Yoshi's Island, Mega Man VII, entre outros clássicos onde os desenvolvedores estavam mais do que acostumados a tirar leite de pedra do bom e velho Super Nintendo.




Eu estava na locadora decidindo qual jogo me acompanharia no próximo final de semana. Por alguma razão naquela vez cheguei tarde demais. E chegar tarde significava que os melhores jogos já haviam sido alugados, restando os jogos do ano anterior que em sua maioria eu já tinha jogado.

No final das contas acabei alugando apenas um jogo para SNES, Aero the Acrobat 2, que eu ainda não tinha jogado, apenas visto uma matéria sobre ele na Super Gamepower. Naquele mês de férias tinha uma promoção que permitia que eu alugasse 3 jogos e com isso poderia devolver na quarta feira ao invés de segunda. Como não tinha jogos de SNES bons ou inéditos naquela semana, acabei alugando 2 jogos de Master System só para completar a tabelaDeep Duck Trouble e Turma da Mônica em O Resgate.

Mas lembre-se que estamos em 1995 e não havia nostalgia ou retrogaming naquela época. Depois de experimentar o mundo dos 16-bits, era impossível querer voltar pros 8-bits. Parallax Scrolling, Mode 7, Super FX e 3D Pré-renderizado em estações da Silicon Graphics me deixaram muito mal acostumado, então ver jogos de NES ou Master era um retrocesso. Atari então nem pensar!

Ambos os jogos de Master que levei comigo eram de 1993. Nesse ano eu estava jogando pouco Master e lendo muitas revistas de videogame, babando com as screenshots dos jogos do SNES e do Mega, e ralando na escola como uma justificativa para ganhar um 16-bits de natal. Assim ambos passaram batidos no lançamento.

Mas agora, dois anos depois, eu estava alugando esses dois jogos de geração passada, e se sobrasse tempo depois do Aero 2 aí eu daria uma chance para eles...



Enquanto o almoço não estava pronto, lá estava eu curtindo Aero the Acrobat 2.


Sem dúvida foi uma evolução do primeiro jogo. Os personagens estavam bem animados e carismáticos, a jogabilidade estava mais fluída, as fases muito mais interessantes. Detalhe para a trilha sonora e os gráficos que melhoraram demais! A Sunsoft agora já tinha dominado bem os 16-bits, então entregou um jogo bastante competente, e com dedicatória ao Ayrton Senna nos créditos. Uma ótima opção para quem curte jogos de plataforma!

Assim que terminei de jogar minha primeira partida de Aero 2, fiz uma pausa para o almoço e tirei a poeira do Master para jogar a nova aventura do Pato Donald em Deep Duck Trouble.


Incrível como a Sega conseguia criar bons jogos da Disney! Donald estava muito bem representado nos 8-bits com um sprite muito bem animado; aliás temos aqui um dos jogos mais bonitos do console, com cenários bélissimos e com bom uso da paleta de cores do Master. O jogo era bem fácil, mas muito divertido, com alguns desafios interessantes como o estouro da manada na fase da selva. E o que mais gostei sem dúvida foram os chefes que consistiam em fugir desesperadamente de alguma fera como gorila ou tubarão, com uma música chiptune bem cativante! Ótima trilha sonora por sinal!

Logo em seguida, parti pra Terra dos Monstros para salvar nossa querida dentuça das garras do Capitão Feio no Turma da Mônica em o Resgate.


Ao contrário do jogo anterior, agora temos um reino inteiro a disposição, sem fases tradicionais. O que impede o jogador de explorar o mundo todo logo de cara são as limitações do personagem. Com o Chico Bento só consigo alcançar algumas áreas, mas o Bidu consegue chegar na floresta, enquanto que o Cebolinha pode nadar, já o rolo de macarrão da Magali permite viajar até o Japão, e por aí vai. Resumindo: Metroidvania, quando ainda não existia esse termo, e com boas pitadas de RPG. Trilha sonora ainda melhor, com músicas marcantes até hoje! E dos 3 jogos que aluguei, foi de longe o mais desafiador!



No final das contas, aquela locação me deu uma boa lição sobre diversão vs tecnologia.

Entenda que meu objetivo não é dizer que Deep Duck Trouble e Turma da Mônica são melhores que Aero the Acrobat 2, mas sim que mesmo tendo em mãos o console da geração, ainda assim eu estava descobrindo jogos incríveis na geração anterior. Embora não houvesse nostalgia e retrogaming naquela época (não para mim pelo menos) ainda encontrei diversão em um console que estava cada dia mais "obsoleto".

Foi assim que me dei conta de que um bom jogo não depende somente da plataforma e do avanço da tecnologia, mas sim de um bom game design. Não são gráficos avançados que tornam um jogo divertido. Jogabilidade, desafio e imersão são o verdadeiro significado de diversão.

E diversão o Master System consegue oferecer ainda hoje, em pleno 2018!

Eterno guerreiro! :)

6 comentários:

  1. Caramba, que coincidencia Adnan, achei seu blog e reconheci, vc ouvia o retrogeek não é? Sou o Caio, host do Retrogeek. Eu adorei achar um lugar onde o conteúdo seja MAster System, to favoritando aqui. O Master dá um banho em muitos jogos dos 16bits, mesmo sendo dos 8. Poderia Citar Os jogos do Donald, Castle of Illusion e o próprio Sonic de Master que é meu favorito. Vamos manter contato. Se quiser ouvir os podcasts que ando fazendo hoje (são dois, o Jogo Véio sobre Retrogames e o TV de Tubo sobre TV das antigas) é só dar um pulo em www.podcast.jogoveio.com.br

    Fiquei bem feliz de te achar por aí. O mundo retrogamer é um ovo. Abração, cara!

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    1. Opa e aí Caio, blz? Cara fiquei muito feliz de te encontrar aqui e por você ter curtido o blog!

      Então, eu sou muito fã dos 16-bits mas nos 8-bits tem muito jogo bacana, gosto de avaliar o gameplay e também o desafio que os desenvolvedores enfrentaram para criar mundos divertidos e imersivos com hardware limitado, para mim essa é a arte dos jogos antigos.

      Opa e vamos manter contato sim! Depois que fiquei sabendo do fim do Retrogeek passei a ouvir o Jogo Veio, o Tv de Tubo e o Versus que o Sidao e o JP estão tocando. Parabéns pelos podcasts do Jogo Veio, tô curtindo bastante, em especial os episódios do Shurato e do Jogos de fim de geração. E continue defendendo Ristar que esse jogo é uma obra prima da Sega, ainda lamento que não teve continuação!

      Abração!

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  2. Arrebentou, Adinan! Como é bom ler seus textos novamente!
    Eu senti algo muito parecido quando estava "aposentado" dos games, e cogitava jogar velhos títulos. Se nós que vivenciamos desanimávamos jogar títulos antigos, hoje reencontro muitos deles como grata surpresa. Quando estava entrando no QG, eu cogitava fazer só uma mini coleção com os melhores títulos graficamente falando, hoje me rendi ao talento de muitos programadores e hoje não vejo mais tanto como problema, tava até cogitando arrumar um Atari. Veja só. Parabéns pela crônica!
    Abração!

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    1. Opa valeu Rodrigão! O tempo livre tem sido cada vez mais escasso mas bateu aquela saudade de escrever no QG, espero voltar com tudo este ano! :)
      Então, no começo do retrogaming eu me focava em jogar ROMs dos jogos que marcaram minha vida, mas depois fui descobrindo perolas muito interessantes! No Atari mesmo tinha um RPG chamado Dragomstomper que eu nunca tinha ouvido falar, mas é considerado o primeiro RPG de console, e vale a pena dar uma conferida, é um RPG ousado considerando os recursos do 2600.

      Abração!

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    2. ...Eu conheci um que só ouvia chamarem de Adventure. Você era um Quadrado (seria um cavaleiro) e tinha itens, um world map (que tinha as direções mais loucas se você usava uma certa ponte) e um objetivo, sim você podia zerar o jogo.
      Abraços.

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  3. Eu gostei bastante da história, Adinan. Como sempre, né? XD
    Concordo que na metade dos anos 90 quem tava nos 16 bits não queria voltar pros 8 nem a pau, mas curioso como no final dos anos 90 já tinha uma galera meio nostálgica. Vc passou por isso também? Eu lembro que em 98 comecei a emular SNES pra conhecer jogos que não tinha jogado (pra ser bem específico, os Final Fantasy), mas quando parei pra relembrar clássicos que já tinha jogado, o primeiro console que emulei foi o Master System? Zillion II, claro! haha! Mesmo que até hj eu goste mais do Mega do que do Master, não sei dizer pq escolhi o 8 bits.
    Aliás, no meio dos anos 90 foi justamente quando larguei o Mega Drive e comecei a jogar coisas em um PC 486. Mal tocava no console. Mas cai bem na questão que vc falou de não querer ir pras plataformas anteriores. Queria saber explicar porque 4 ou 5 anos depois eu fui procurar os jogos do meu passado, mas sinceramente não sei. Ainda mais que depois eu larguei tudo isso e só voltei a olhar pro mundo retrô em 2009. Tem coisas que não possuem explicação.
    Sobre a sua experiência, penso que, além da lição do tecnologia vs diversão, tem o lance de novidade também. Jogar algo que vc tava experimentando sem julgar pela tecnologia foi algo bem legal. Queria saber qual seria o veredito se conhecesse um, dois ou todos os três jogos já, se algo mudaria. Curiosidade, claro. Algo que nunca vamos saber a resposta.
    Ah, e tudo bem vc falar que os dois jogos de Master citados são melhores que o Aero, eles são mesmo! hauhahuahuahuahuahua
    Valeu Adinan!

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