Por Douglas Deiró
Quando se fala em crossovers, aqueles encontros de personagens de "universos" diferentes, logo lembramos, daqueles promovidos por editoras de quadrinhos como a DC e Marvel Comics. Por terem sido feitos alguns deles, ao longo dos anos, ficaram marcados na cultura pop. Mas, em outras mídias, eles acontecem? São menos comuns mas, rolam também. Porém, no nosso caso aqui, por se tratar de um blog voltado aos games, iremos seguir por esta trilha.
No Japão, os encontros de heróis de tokusatsu são corriqueiros e, isto, reflete nos jogos eletrônicos. A Banpresto, foi a responsável, pela maioria deles... até os dias de hoje. Nos anos 80 e 90, promoveu o encontro entre Kamen Riders, Ultramen, Gundans, Metal Heroes em vários jogos de Nintendo, Super Nintendo ou Playstation. Para nós brasileiros e saudosos dos tempos da Rede Manchete, a coisa acaba tendo um gostinho especial porque, nestes jogos, por exemplo, o Policial de Aço Jiban atua junto com o Metalder - O Homem Máquina ou o Kamen Rider Black RX. Como a lista é gigante, citarei um dos mais legais, o Super Tokusatsu Taisen 2001. Este RPG tático para o Playstation, começa com uma abertura empolgante e traz a reunião de muitos heróis de tempos e produtoras diferentes. Para fãs do gênero, é um prato cheio.
Ainda nesta linha de "caseiros", tivemos Robocop Vs The Terminator (Mega Drive, Super Nintendo e NES) e Iron Man Vs X-O Manowar (Playstation e Game Gear), ambos, baseados em graphic novels lançadas e meados dos anos 90. Ainda houve Fighters Megamix, o embate entre Virtua Fighter e Fighting Vipers. Aqui, como a Sega era dona das franquias, botou a galera toda para se "estapear". Mas, os crossovers gamísticos que mudariam de vez o cenário, ainda estavam para chegar.
A Capcom e sua parceria com a Marvel Comics, nos brindou, com pérolas como X-Men - Children of The Atom e Marvel Super Heroes - War of the Gems. Algum ser abençoado na equipe da softhouse japonesa, deve ter tido, a brilhante idéia de incluir o Akuma, de Street Fighter, como lutador secreto no game dos mutantes. A "Caixa de Pandora foi aberta" e, X-Men Vs Street Fighter, Marvel Super Heroes Vs Street Fighter e Marvel Vs Capcom foram o estopim para tudo o que vemos atualmente. Foi exatamente neste período que, um desejo antigo dos fãs de fighting games, "pululava" em suas cabecinhas: "Queremos Capcom Vs SNK! Façam logo isto, pelo amor de Deus!". E, as preces, foram ouvidas.
A SNK lançou seus games para o Neo Geo Pocket, no caso, SNK Vs Capcom - Card Fighters' Clash e SNK vs. Capcom: The Match of the Millennium. O primeiro, como o próprio nome entrega, é um card game e, o segundo, com o estilo de porrada 2D que todos conhecem. Eram jogos bacanas mas, ficou aquela sensação, de que não estava à altura de tal crossover épico. E, eles chegaram, pelas mãos da Capcom: Capcom Vs SNK - Millenium Fight 2000 (além do PRO, um "update" com Joe Higashi e Dan Hibiki) e Capcom Vs SNK 2 - Millioner Fighting 2001, com versões para Dreamcast e Playstations 1 e 2. Posteriormente, a própria SNK se redimiu, lançando SNK Vs Capcom - SVC Chaos. No fim, ver lutadores como Guile, Dhalsim ou Bison com visual estilo KOF, foi algo bem interessante.
A Capcom ainda acabaria firmando parceria com a Namco e, esta última, realizou o RPG tático Namco Vs Capcom (com um elenco enorme, cheio de personagens clássicos das duas empresas). Este, foi o primeiro de uma trilogia, fechando com Project X Zone 1 e 2 (incluindo Sega e Nintendo). Anos depois, a "Mãe do Megaman" faria Street Fighter X Tekken, no tradicional 2D de luta. Ainda rolou o inesperado Tatsunoko Vs Capcom, onde o embate, foi com o tradicional estúdio de animação japonês, cujos personagens mais famosos, há o Casshan, Gatchaman, Shurato e Speed Racer (estes dois últimos, infelizmente, não estão presentes).
O que se seguiu após estes lançamentos, foi uma sucessão de crossovers ou participações especiais de todos os tipos. Um que tinha muito potencial mas, que não caiu no gosto dos jogadores, foi Mortal Kombat vs DC Universe. Mesmo com um enredo bem amarrado (que justificava os eventos ali mostrados) e gráficos bonitos, não faltou gente que criticou a violência atenuada, uma exigência da DC Comics. Convenhamos, Superman aplicando Fatalities, seria estranho (anos depois, em Injustice, a Netherhelm deu um jeito nisto).
Acabamos vendo ainda o Master Chief de Halo, FPS da Bungie, fazendo uma ponta em Dead or Alive 4, da Tecmo/Koei; Akira Yuki, Pai Chan e Sarah Bryant de Virtua Fighter em Dead or Alive 5; Hellboy, Tartarugas Ninjas, Letherface, Jason Voorhees, entre outros, em jogos da franquia Mortal Kombat e Injustice; Akuma em Tekken 7; Ryu, Chun-Li, Guile e Bison, aparecendo em Power Rangers Legacy Wars; Sonic e Mario em jogos baseados nas Olimpíadas; a franquia Smash Bros, da Nintendo, reunindo uma cacetada de convidados como Pac-man, Megaman, Solid Snake, Simon Belmont e muitos ainda, como o recente DLC que incluiu Terry Bogard, de Fatal Fury (que já tinha dado as caras em Fighting Layer EX, da Arika). Pelo que se nota, a presença de personagens convidados em jogos de terceiros, é uma tendência que chegou para ficar.
Em suma, ver nossos personagens favoritos enfrentando ou formando "team-ups" com outros de universos diferentes, é algo muito legal e com potencial inesgotável. Por essa razão, acredito, que veremos esses eventos acontecendo por muito tempo. Ainda bem!
Até mais!
Show de bola, Douglas! Vou te falar que alguns lista eu não conhecia.
ResponderExcluirMas é legal o crossover por unir ideias . Parabéns!
Só jogo bom ai hein rs.
ResponderExcluirSaudações, Rodrigo e Rock!
ResponderExcluirTudo bem com vocês?
Crossovers, são eventos, que sempre curti. Isto começou nos anos 80, quando comprei, uma HQ do Super Homem com o Homem Aranha. Mas, meu "mundo mundo caiu" pois, soube ali, que não era o primeiro encontro dos dois e nem são da mesma editora. Daí, para acompanhar esses momentos icônicos nos games, foi só mais um pulo. Rss!!!
Até mais!