Olá amigos!
O QG tem a honra de entrevistar um grande fenômeno da Internet. Entrevistamos a Página 16 Bits da Depressão e seu criador, uma página que inovou no Facebook trabalhando humor com os games clássicos, com todo tipo de tema.
Por meio dela, vimos músicas consagradas do rock ao pagode sendo ilustradas por games clássicos como Zelda ou Prince of Persia. Percebemos que mesmos as deslumbrantes musas digitais podem ter problemas de gases. Vimos gente engraçada dançar ao som de Street Fighter. Ficamos com a imagem do Terminator se regenerando ao som do verso "preciso me refazer" do Raça Negra. Até a mais fina ironia com figuras políticas em jogos de vampiro. Percebemos detalhes minuciosos nunca vistos naquele jogo que temos há mais 20 anos.
Meu contato com o criador foi o mais agradável. Percebi na conversa uma pessoa da mais alta criatividade e uma inteligencia aguda. Me identifiquei muito com o seu relato de infância, como se conversasse com um amigo de infância nunca dantes conhecido. Vamos conhecer melhor os bastidores da 16 Bits da Deprê, venham comigo!
Encontrando o nosso cotidiano... nos games! |
Rodrigo: 16 Bits da Depressão, é um prazer estar
conversando com você. Sua página tem atraído gamers novos e retrogamers do
Facebook nos últimos meses como uma nova sensação. Diga pra nós, como surgiu a
ideia de criar uma Página de Games com Humor?
16 Bits da Depre: O prazer é todo meu, Rodrigo. A 16 Bits da Depressão surgiu de um
momento de ócio. Havia um tempo vago na minha rotina e eu resolvi mesclar alguns
hobbies em uma página, daí consegui unir minha paixão por jogos antigos e o humor. Haviam poucos produtores de conteúdo fazendo humor retrogamer e eu
percebi que havia uma demanda pra isso nos grupos do Facebook.
Rodrigo: Realmente, a onda da paixão por games antigos
dos anos 80 e 90 tornou irresistível esta sua mescla com um humor original. Pode
nos contar como te marcou a experiência com games nesta época?
16 Bits da Depre: No modo geral, a minha experiência com
videogames durante a infância foi um dos grandes estímulos que tive para
exercitar minha criatividade e minha imaginação. Meu primeiro videogame foi o
Atari, e como os jogos daquela época eram bem limitados, a imaginação tinha que
complementar os pixels de modo a fazer um palitinho se tornar um herói
desbravador, um ponto luminoso se tornar uma terrível nave alienígena e por aí
vai.
Com
a evolução das capacidades gráficas dos jogos, me restou pouco para imaginar.
Acho que pode-se dizer que foi aí onde a 16
Bits da Depressão "começou". Comigo juntando recortes de revistas
de videogame pra fazer montagens usando cola, tesoura e papel. Infelizmente, eu
precisava sacrificar minhas queridas revistas só pra saciar a minha imaginação com
os "crossovers". Recortava o Ken de uma revista, recortava o Liu Kang
de outra, e ali eu tinha meu Street
Fighter Vs Mortal Kombat em uma folha de papel. Ganhava uns puxões de
orelha quando a mãe me via recortando as caríssimas revistas, mas valia a pena.
Rodrigo: Hahaha! Ótimo! Aí hoje isto evoluiu para as Peripécias da Página 16 Bits da Depre. Certamente as pessoas devem se perguntar como surgem aquelas fantásticas montagens de imagens e vídeos. Antes de perguntas específicas, qual sua inspiração?
16 Bits da Depre: Acho que a inspiração vem da memória
sobre os tipos de conteúdos que eu consumia desde criança: quadrinhos, filmes, livros,
seriados, e mais recentemente a internet. Minha mãe sempre foi muito coruja
comigo, então ao invés de estar na rua soltando pipa ou jogando bola, eu estava
em casa assistindo VHS do Ace Ventura
e jogando Mega Drive.
Então
quando eu sento para fazer uma paródia musical com jogos de videogame, eu
simplesmente ouço um trecho da música em questão e isso acaba funcionando como
um gatilho para que eu resgate algo que já vi ou li.
Lembrando que Game também traz cultura! |
Rodrigo: Sim, o seu público vê de tudo: datas
comemorativas, músicas de todas as épocas, meio ambiente, profissão, política...
qual o seu tema que dá mais polêmica?
16 Bits da Depre: Sim, sim. A página acaba sendo uma página
de conteúdos gerais com gráficos em 16 bits. E como abordo situações do
cotidiano é inevitável entrar em questões polêmicas e que acabam causando algum
tipo de conflito entre os seguidores.
As
que mais repercutem são as questões onde
não há consenso de ideias na sociedade, como meu posicionamento a favor de
pautas sociais, críticas ao fundamentalismo de qualquer tipo que seja ou
escrachando determinadas hipocrisias.
Rodrigo: Sim, é um tempo difícil pra falar do
cotidiano sem problematizar... Que tipo de ferramentas você utiliza nas
produções?
16 Bits da Depre: Photoshop e Sony Vegas. Costumo fazer o
máximo que posso no próprio Photoshop para tentar manter a fidelidade dos
pixels, editando quadro a quadro.
No
Vegas faço apenas o que não tem jeito de fazer no PS.
Tudo é referencia pra 16 Bits da Depre! |
Rodrigo: Um tema menos divertido: Que tipo de
dificuldades você tem encontrado pra manter a página?
16 Bits da Depre: A principal dificuldade é a
instabilidade das plataformas.
O
Facebook não oferece muito suporte e não valoriza o criador de conteúdo. A
qualquer momento sua página pode ser derrubada/removida sem nenhuma chance de
recorrer. Daí eu passo horas e horas semanais criando conteúdo e agregando
público para uma rede que eu não faço a mínima ideia se continuará lá na semana
seguinte.
Ainda
tem os eventuais problemas com redução do alcance das postagens e o excesso de
propagandas das quais o Facebook não repassa absolutamente nada para as
páginas. Demais plataformas como Youtube e Twitter também possuem seus
inconvenientes que acabam requerendo um jogo de cintura por parte do criador de
conteúdo pra poder continuar fazendo o que gosta.
Rodrigo: Entendo. O terrível mundo das
plataformas! Uma pergunta polêmica: Mega Drive ou Super Nintendo? (Risos!)
16 Bits da Depre: O console do coração é o Mega Drive, não
porque escolhi mas porque me foi designado no Natal mais feliz da minha vida.
Se
eu tivesse que deixar o coração de lado pra fazer uma escolha mais pragmática
entre Mega Drive e Super Nintendo, então certamente o que pesaria pra mim não
seria a capacidade gráfica ou sonora de cada console, e sim os exclusivos de
cada um. E tanto Mega Drive quanto Super Nintendo possuem exclusivos de tanto
peso que fica muito, mas muito difícil escolher.
Resolvendo a dúvida... |
Rodrigo: Sim, uma declaração bem verdadeira. 16 Bits, por sua culpa acabei me
lembrando da letra do Trem da Alegria (que a infância já havia apagado), e além
de ficar rindo sozinho, fico cantarolando Scorpions e Uns e Outros. De todos os
vídeos qual te deu mais prazer?
16 Bits da Depre: Rapaz, pergunta difícil, viu? Não tem um
em específico, mas eu me lembro muito bem de me divertir muito com o processo
criativo do Legião Urbana (feito com Golden Axe), Raimundos (feito com o
Blanka) e o primeiro videoclipe que foi de uma música do Cazuza.
Ah,
também foi muito divertido fazer Evidências com Cadillacs & Dinosaurs. Sério,
foi muito divertido produzí-los.
Rodrigo: Fora o do Legião Urbana que atraiu a atenção
do QG (somos fãs!), e confesso ter sentido um frio na espinha quando vi o do
Cazuza (O Tempo não Para)... E o quadro
das músicas do Street Fighter (“Quando
toca a música de seu país em Street Fighter”)? Qual é o seu preferido?
16 Bits da Depre: Gosto muito da Índia e da URSS, mas
quando fiz o da Jamaica eu acabei ficando triste em saber que nenhum outro que
eu fizesse conseguiria superar aquele. (Risos)
Rodrigo: (Risos) Meu preferido é o da URSS e o
da Espanha. Agora sobre os próprios jogos, você tem um game/personagem
preferido pra trabalhar?
16 Bits da Depre: Gosto muito de usar Golden Axe e Streets
of Rage, tenho até que me policiar para não usar demais e acabar revelando um
favoritismo.
Também
gosto de usar bastante os sprites de Super Metroid, e como os elementos do jogo
são de resolução relativamente baixa, fica mais fácil pra manipular.
Rodrigo: Entendi. Particularmente, os memes com o
Cormano de Sunset Riders e os vídeos
do Mortal Kombat vejo como muito
populares. Estamos terminando mas gostaria de fazer umas perguntas finais. Como
surgiu a ideia do Luigi Problematizador?
16 Bits da Depre: O Luigi Problematizador surgiu da minha
intenção de usar um mensageiro, alguém pra levar uma ideia ou levantar algum
questionamento.
Como
o personagem Luigi carrega em si o aspecto de excluso, second player, Mario
Verde e tals... isso me me fez pensar que alguns seguidores se identificariam
mais com ele e consequentemente com as mensagens que ele passa.
Me identifiquei tanto com isto também... |
Rodrigo: Show! É mais interessante que eu pensava.
Eu antes de finalizar, queria perguntar sobre a "perícia musical" dos
personagens. Um amigo guitarrista ficou impressionado com os bends e a virada
de bateria dos personagens, em especial os Scorpions (no clipe Wind of Change). Você é músico?
16 Bits da Depre: Não sou músico mas eu consigo reproduzir
algumas músicas que gosto em instrumentos de corda. Sei alguns acordes, algumas
técnicas como bends, slides, shifts.. ou seja, não sou músico mas se você me
chamar pra um luau e me der um violão eu consigo me virar. (Risos)
Datas
e campanhas, clipe musical, crítica humanitária, 16 Bits da Deprê, você transformou nossos heróis de infância em
algo muito maior: deu-lhe movimento, vida interior e descontração. Mexeu com
nossa nostalgia. Você abriu a caixa de
Pandora da imaginação que milhares de retrogamers alimentaram desde a infancia, e
nós do QG Master nos identificamos. Deixe pra nós algumas palavras finais!
16 Bits da Depre: Agradeço muito pelo carinho e pelo reconhecimento ao meu trabalho. Sem dúvida alguma, são grandes incentivos para que eu continue tocando a 16 Bits da Depressão mesmo com todas as adversidades que os criadores de conteúdo para redes sociais passam. Aos colaboradores e leitores da QG Master, agradeço pelo espaço e pela atenção.
Por
fim, gostaria de fazer um convite muito especial a equipe da QG Master. Em
consenso, escolham alguma banda ou artista, sucesso nos anos 90, para que a 16
Bits da Depressão faça um videoclipe muito especial dedicado à vocês!
Vou
caprichar!
Rodrigo: Muito Obrigado por tudo, em especial
dedicar seu tempo. Já fizemos nossa escolha e aguardamos ansiosamente! É nosso
desejo que você perdure seu trabalho com votos de muito sucesso! Até a próxima!
A Página 16 Bits da Deprê tem atualmente mais de 7 mil inscritos. Altamente recomendada por nosso selo da qualidade. É conteúdo único e precioso!
Update: A 16 Bits da Depressão cumpriu sua promessa. Em poucos dias, lançaram um vídeo escolhido por nós. Se você curtiu, curta mesmo e se inscreva no canal!
Listen to your Heart
A entrevista foi muito bem elaborada, com ótimas perguntas. Meus parabéns!
ResponderExcluirHello stranger!
ExcluirMuito obrigado, esperamos ter feito uma boa abordagem!!
ExcluirApareça sempre! Abraços!
A entrevista foi muito bem elaborada, com ótimas perguntas. Meus parabéns!
ResponderExcluirNemvy & Nemverey isso! -_-
ResponderExcluirBrincadeira! Salvei aqui para ler depois! Parabéns 16 bits! :)
ExcluirMinha dupla sertaneja favorita.....
ExcluirMeus parabéns , adorei a entrevista .
ResponderExcluir16 bits hoje , 16 bits amanhã e 16 bits para sempre .:)
Viva a 16 Bits, hoje, amanhã e sempre! (entendi a referencia!)
ExcluirObrigado pela visita!
Abraços!
Uma entrevista de cavalheiros, sem dúvidas! ;-)
ResponderExcluirFico lisonjeado, rss foi um encontro muito bacana!
ExcluirO meu entrevistado merece todos os elogios!
Saudações!
ResponderExcluirMuito boa entrevista, Rodrigão! A 16 Bits da Depressão, merecia mesmo, este tratamento VIP pois é muito divertida, de uma criatividade sem igual.
Parabéns.
Abraço!
Salve, parceiro!
ExcluirCom certeza, agora me baixou uma tristeza aqui, após o Alexandre Pagano da Tectoy (nosso ídolo de infancia) e a 16 Bits (minha página preferida), como poderei repetir tal façanha? Só se entrevistasse o Ed Boom ou Yuji Naka. rss Todo apoio à 16 Bits, pois ela e seu criador merecem!
Abraços.
Tenta o Stefano Arnhold, antes do Boom e o Naka... tenho fé em você!
ExcluirRss!!!
Abraço.
E ganhamos nossa homenagem:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=meGgCdYO_Tc
Roxette: Listen to you Heart estrelando os personagens de Contra:Hard Corps. Muito obrigado, 16 Bits da Deprê!